Os dólares chineses na infraestrutura brasileira

Colaborou João Paulo Caldeira

Jornal GGN – A vinda do primeiro-ministro chinês Li Keqiang para o Brasil trouxe grande comoção. De um lado, a esperança de recuperação do mercado de infraestrutura com a promessa de investimentos na casa de US$ 50 bilhões, só para começar. Do outro, o medo da invasão de uma força de trabalho comunista e de empresas com pouco respeito pelos direitos trabalhistas.

Para separar as expectativas delirantes das reais e compreender os gargalos e as necessidades de investimentos do mercado de infraestrutura, o Jornal GGN conversou com o ex-presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo.

Para ele, a “paranoia de que vão trazer chineses para fazer obras é uma bobagem”. “A China vem investindo muito no Brasil e nunca encheu o Brasil de chineses. Isso é conversa para criar barreiras de entrada”, disse.

Um estudo da EPL mapeou as necessidades de investimentos do Brasil e concluiu que só em ferrovias, rodovias, portos e hidrovias, o país tem um déficit de R$ 700 bilhões. “Se a gente for investir R$ 100 bilhões por ano, nós vamos gastar sete anos para colocar tudo o que precisa. Cada ano que eu demoro a fazer os R$ 700 bilhões, eles aumentam. Porque a dinâmica da sociedade e da economia no dia a dia vai gerando mais pressões e novos gargalos”, explicou Figueiredo.

Para ele, o investimento chinês no Brasil não resolve todos os problemas, mas ajuda, porque o capital estrangeiro “tem um custo mais barato”. Além disso, “é uma demonstração – e não são só os chineses – de que existe um interesse no Brasil e de que as pessoas vêem a infraestrutura como uma oportunidade”.

E não é que o custo para investir no Brasil seja menor para os chineses. “O custo é igual para todo mundo. O choro é que é diferente de um pra outro. Eventualmente, o trator chinês é mais barato que o trator americano ou europeu. Então, o europeu fala que o custo é alto porque o trator dele é caro. O chinês fala que o custo é baixo porque o trator dele é barato”.

De qualquer maneira, a China não está fazendo filantropia no Brasil. A vinda do dinheiro chinês só vai se concretizar se a agenda chinesa e as necessidades brasileiras convergirem.

Abaixo, os principais trechos da entrevista:

Jornal GGN – O primeiro-ministro chinês veio para o Brasil com a promessa de colocar US$ 50 bilhões na infraestrutura nacional, em um momento que o horizonte de investimentos parece estar prejudicado pela Operação Lava Jato e pelo ajuste fiscal. Esses dólares chineses devolvem a perspectiva ou pelo menos parte da perspectiva para o mercado brasileiro de infraestrutura?

Bernardo Figueiredo – Eu acho que sim. Porque é uma demonstração de que existe vontade da China de investir em uma coisa que nós precisamos. Não quer dizer que é uma mágica que vai resolver tudo. Mas é uma demonstração – e não são só os chineses – de que existe um interesse no Brasil e de que as pessoas veem a infraestrutura como uma oportunidade. Talvez isso desperte também a manifestação de outros investidores.

Agora, para esses investimentos acontecerem nós temos que nos preparar para recebê-los.

E como o Brasil pode se preparar para receber esses investimentos?

Qualquer investimento em qualquer infraestrutura tem os passos que precisam ser dados. Você primeiro tem que estruturar o projeto. O que é estruturar o projeto? Tem que fazer um estudo de engenharia, tem que fazer a estruturação financeira e tem que modelar o projeto.

Depois tem que licitar o projeto. Depois tem que implantar o projeto. Essas coisas têm o tempo delas. O que a gente tem que entender no Brasil é que se não respeitar esse tempo, as coisas sempre vão ter problemas. Não adianta eu ter vontade de investir se não tem onde investir.

Onde investir a gente tem bastante. No ano passado o senhor falava sobre a necessidade de o Brasil dar um salto nos investimentos de infraestrutura de R$ 15 bilhões, que investe anualmente, para R$ 100 bilhões por ano. Essa necessidade continua a mesma ou ela aumenta na medida em que a gente perde tempo para fazer esses investimentos?

Eu tenho um déficit. A EPL fez um trabalho que levantou tudo que a sociedade civil apontava como prioridades para investimentos.

A gente tem uma necessidade de investimentos de R$ 700 bilhões, só em ferrovia, rodovia, porto e hidrovia. Se você pegar o que estava no PIL [Programa de Investimentos em Logística] e o que estava no PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] dá mais ou menos R$ 400 bilhões. Então ainda falta R$ 300 bilhões.

A gente não executou tudo que estava no PAC e tudo que estava no PIL, quanto mais esses R$ 300 milhões novos. Então, a gente tem um déficit muito grande. Se a gente for investir R$ 100 bilhões por ano, nós vamos gastar sete anos para colocar tudo o que precisa.

Cada ano que eu demoro a fazer os R$ 700 bilhões, eles aumentam. Porque a dinâmica da sociedade, da economia no dia a dia vai gerando mais pressões e novos gargalos, novas necessidades.

Se eu não der um tratamento de choque para eliminar o déficit que tem e depois não fizer um investimento que mantenha a capacidade adequada, eu não saio da situação que está com problema desde sempre.

O problema brasileiro atual é por conta da Operação Lava Jato e ajuste fiscal? Esse déficit já existia.

É. Esse déficit não foi criado hoje, ele vem desde os anos 80 quando nós paramos de investir.

O Brasil não fazia investimento substantivo até o PAC. No PAC nós saímos de um patamar de R$ 2 bilhões para um patamar de R$ 15 bilhões.

Melhorou, foi um avanço, mas a gente precisa de um patamar de R$ 100 bilhões, então, estamos longe ainda.

E o dinheiro chinês, com certeza não supre toda a necessidade, mas resolve parte do problema?

Sim. Nós não temos condição de fazer R$ 700 bilhões por todas as razões que nós todos conhecemos. Então, nós temos que estabelecer prioridades. Tem coisas que são mais importantes do que as outras, nesses R$ 700 bilhões. Teoricamente, o PAC e o PIL selecionaram as coisas que são mais urgentes.

US$ 50 bilhões é um grande avanço, mas eu acho que nós temos condição de atrair investidores para muito mais do que US$ 50 bilhões.

Esses outros investidores e esses R$ 50 bilhões só vão se materializar se eu tiver os projetos onde eles serão aplicados. Então, a primeira providência que eu tenho que tomar é fazer os projetos. E o acordo com os chineses caminha nessa direção. Eles têm um projeto que eles têm interesse que é a Ferrovia Transoceânica, então, eles vão fazer o estudo de viabilidade.

E aí vamos ver como é que a gente contrata, como modela, como é a concessão. Porque o chinês, como qualquer investidor do mundo, sabe fazer conta. Não é entidade filantrópica, que vai investir só porque nós precisamos. Ele vai investir e vai querer retorno.

Então, como é que ele vai ter o retorno? Onde é que está demonstrado? Como é que vai ser a concessão disso? Tem um longo caminho ainda pela frente para que os US$ 50 bilhões se materializem.

Agora, tem projetos que já estão em andamento, que estão parados por conta dessa situação circunstancial que a gente vive e esses US$ 50 bilhões podem evitar que esses projetos parem também. Mas eu não sei exatamente como eles serão aplicados, qual a ideia de uso desse dinheiro.

Então, para que esse dinheiro venha, ainda depende do Brasil mostrar para os chineses quais são os projetos interessantes?

Não. Eu acho que o Brasil sabe quais são os projetos interessantes. E os chineses também sabem quais são os projetos interessantes.

Mas isso também não basta. Eu tenho que botar esses projetos de pé. Tenho que fazer o básico. Tenho que fazer o estudo, fazer o projeto, estruturar o projeto, modelar como vai ser executado, se vai ser obra pública, se vai ser concessão, se for concessão se vai ser com outorga ou sem outorga.

Mas tem coisas que já estão em andamento, e essas coisas têm outra lógica.

E no caso de os chineses entrarem nesses projetos que já estão em andamento, entrega-se simplesmente a execução nas mãos deles?

Não. Aí é uma coisa privada. Se eu tenho uma empresa que está com dificuldades por qualquer circunstância e os chineses têm interesse em investir nessa empresa por qualquer razão, é uma negociação entre empresas, não é mais governo.

As circunstâncias que a gente está vivendo hoje geram algumas oportunidades para o mercado. Tem concessões que estão sendo negociadas, tem obras que estão sendo negociadas, então, o empresário chinês tem essas oportunidades de entrar no mercado adquirindo uma posição dessas. É uma possibilidade.

A outra possibilidade é investir na preparação de projetos que podem ser contratados. Para isso a gente tem que fazer o projeto, estruturar o projeto, fazer o modelo.

Mas a gente tem que entender que em nenhum lugar do mundo a iniciativa privada fez a infraestrutura de um país. Você tem necessidades de infraestrutura que necessariamente não têm retorno na lógica privada pura.

Por exemplo?

Por exemplo, ferrovia. Ferrovia nova eu não conheço experiência internacional nenhuma. Pode até ser que tenha um caso especialíssimo. Mas eu não conheço um caso que a iniciativa privada identificou o mercado, fez a ferrovia e ganhou dinheiro.  

Por quê? Não tem retorno?

Porque não tem retorno. É um investimento que tem um prazo longo. Uma ferrovia é um investimento de 200 anos. A ferrovia que nós temos hoje, 90% dela foi construída há mais de 150 anos.

Quando é que os Estados Unidos construíram a malha deles? Faz séculos. E, no entanto, é aquela mesma ferrovia, só que ela foi modernizada ao longo do tempo.

O investimento na modernização sim, esse pode ser que fique de pé na lógica privada, mas a implantação de uma ferrovia nova dificilmente fica. Porque é um investimento que vai durar 200 anos. Mas o empresário enxerga 20 anos na frente dele, 30 anos no máximo. Qualquer retorno que você colocar daqui a 50 anos a valor presente não vale nada.

Alguém precisa colocar o dinheiro para o negócio ficar de pé. Normalmente, no mundo inteiro, isso é feito com o recurso público. Se eu vou fazer uma ferrovia e ela não dá retorno para a iniciativa privada, mas eu quero fazer com a iniciativa privada, eu tenho que colocar uma parte do dinheiro e a iniciativa privada coloca o quanto a ferrovia dá retorno pra ela. Normalmente é assim que faz.

Se eu não tenho dinheiro público para colocar, eu não posso fazer ferrovia. Não tem mágica. Não é o modelo que gera impacto fiscal. O que gera impacto fiscal é o negócio.

Então, esse é um gargalo, por exemplo, que esse tipo de investimento estrangeiro dificilmente vai solucionar?

Você vai bater no mesmo lugar que você bate sempre, o cara vai fazer o estudo e vai falar assim: “ó, eu até faço a ferrovia, mas você tem que botar dinheiro para ela ficar de pé, senão ela não fica”.

E aí o governo não coloca?

Você acha que o governo, hoje, tem parte fiscal para colocar esse montante de dinheiro em ferrovia? Hoje não tem.

Hoje, está se discutindo o modelo, mas antes de qualquer modelo tem que resolver o problema básico do projeto, que é a necessidade de receber recursos a fundo perdido para ficar de pé. Não tem mágica, não tem mudança de modelo que resolva esse caso.

Então essa parceria Brasil-China não muda nenhum paradigma, continua a ser uma relação privada mais do que uma relação entre governos?

Não. Nós estamos falando de duas coisas diferentes. Existe a relação governo-governo e existe investimento em infraestrutura. Então a relação governo-governo eu não sei, eu não sou governo.

Eles vão fazer um banco, um fundo para financiamento de infraestrutura. Mas investindo em quê? Em que condições? Como é o retorno? Como coloca dinheiro? Como recebe o dinheiro de volta? Essas coisas é o desenho do projeto que vai dizer.

O senhor tem algum palpite sobre esse desenho? Qual seria a melhor forma, dentro da sua experiência com a EPL?

A gente tinha um modelo de ferrovia. Nesse modelo, o governo assumia o risco de demanda. Então, ele não colocava esse dinheiro diretamente, mas comprava a capacidade.

Aí não tinha problema de demanda.  O problema de demanda ficava com o governo. Se não tivesse demanda naquela ferrovia, o governo teria o prejuízo e esse prejuízo seria o subsídio que ele daria para aquela infraestrutura.

Mas a Fazenda entende que esse modelo gera impacto fiscal. Não é o modelo que gera impacto fiscal, investir em ferrovia gera impacto fiscal. Isso não é um atributo do modelo, é um atributo do negócio.

Mudar o modelo não resolve o problema inicial, que é como é que eu cubro, como é que eu subsidio aquele investimento.

Buscar um modelo que não gera impacto fiscal é o mesmo que dizer “eu não vou fazer ferrovia agora”. Eu acho que o governo tem razões para não fazer ferrovias agora, ele não tem dinheiro para bancar o subsídio que a ferrovia requer.

Nem com a ajuda do capital estrangeiro?

O capital estrangeiro ajuda porque ele tem um custo mais barato, porque o investidor tem um interesse estratégico.

Do mesmo jeito que o governo tomar risco ajuda. Se tomo risco, os chineses vêm com muito mais apetite, o investidor vê o retorno muito mais claramente, com muito menos risco.

Quando eu falo que não vou tomar risco, eu estou piorando a condição para o investidor. Estou dizendo para ele precificar o risco. Aí ele vai precificar o risco. Se um projeto exigia subsídio sem risco com risco ele vai exigir muito mais.

Mudar o modelo não resolve nada, e eventualmente eu gerei problemas novos.

E ferrovia é o grande gargalo mesmo?

Eu, como técnico, entendo que sim. Se eu estou querendo resolver o problema da logística do Brasil, qualquer técnico em logística vai dizer o seguinte: o nosso erro logístico é que nós estamos transportando carga a mais de mil quilômetros por caminhão, quando nós temos um “marzão” à nossa disposição banhando todo o PIB brasileiro. E hoje a gente produz no interior, que não tem uma ferrovia. Então qual o problema logístico? Eu preciso arrumar isso.

Então, eu tenho que construir uma alternativa. Tem a cabotagem. Mas no interior não adianta cabotagem, tem que fazer ferrovia.

Eu não posso pegar a fronteira agrícola e passar ela para perto de São Paulo. Não é uma alternativa. O que eu posso fazer é dizer assim: “não tá na hora de produzir aí não”. Ou então vamos rezar para o preço internacional ser tão bom que a gente possa ter um custo logístico muito alto.

Vamos supor que esses projetos sejam desenhados, que essa parceria realmente dê certo, que esse dinheiro comece a vir. Como deve funcionar a parceria entre Brasil e China? Vão vir empresas chinesas? A força de trabalho vai ser nacional? As regras trabalhistas vão ser respeitadas?

O que eu posso te dizer é que você não tenha dúvida que o primeiro-ministro venha acompanhado de 150 empresas, grupos empresariais. O governo chinês está investindo, está abrindo oportunidade para suas empresas.

O que é normal. Por que americana pode e chinesa não pode? Os Estados Unidos fazem isso, a Inglaterra faz isso, isso é uma prática antiga. Eu financio desde que você contrate o produto nacional, ou financio desde que você não crie barreiras para minhas empresas entrarem.

Agora, como é que elas vão entrar eu não sei. Nós temos regras. Se eu for dar uma concessão para qualquer um, seja um governo, seja uma empresa, eu tenho que fazer uma licitação. Eu tenho que ter um projeto, um orçamento, um modelo. Fora isso o governo pode tomar o financiamento e contratar obras públicas. Se eu for trabalhar com o mercado, eu tenho que fazer concessão. Mas se eu vou trabalhar com o mercado, por que não com as empresas chinesas? Elas vão para o mercado? Vão.

Geralmente o investidor estrangeiro reclama do custo do Brasil. Para o mercado chinês esse custo é menor?

O custo é igual para todo mundo. O choro é que é diferente de um pra outro. Eventualmente, o trator chinês é mais barato que o trator americano ou europeu. Então, o europeu fala que o custo é alto porque o trator dele é caro. O chinês fala que o custo é baixo porque o trator dele é barato.

Agora, essa paranoia de que vão trazer chineses para fazer obras é uma bobagem. A China vem investindo muito no Brasil e nunca encheu o Brasil de chineses para fazer obra. Isso é conversa para criar barreira de entrada para quem não interessa.

A gente pode dizer que está havendo uma mudança de paradigma nas relações bilaterais do Brasil? Que a relação comercial está sendo substituída por integração produtiva maior?

Não sei. Não posso te dizer isso porque eu não sei qual é o projeto. Na infraestrutura eu não vejo isso como uma alteração de iniciativa. Existe uma necessidade de se fazer uma porção de coisas e existe a busca de um caminho para fazer. Isso continua igual.

Agora, a China tem os interesses estratégicos dela, como os Estados Unidos têm os deles e a Europa têm os dela e cada um se movimenta com os instrumentos que tem.

E o dinheiro chinês vai obedecer à agenda chinesa e não necessariamente às necessidades brasileiras?

Não. O dinheiro chinês só se concretiza quando as duas coisas se convergirem. Se eles quiserem investir em uma coisa que não é estratégica para o Brasil, provavelmente o Brasil não vai colocar essa oportunidade em jogo. Mas se o interesse deles converge com o interesse brasileiro, ótimo. Da mesma forma que onde o interesse americano converge com o brasileiro, o Brasil cria as condições para o investimento acontecer. Não tem essa seletividade de bandeira. Essa bandeira eu quero, essa eu não quero. É uma questão de convergir interesses. 

Leia também: As possibilidades abertas pela China

Redação

3 Comentários

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  1. Quem teme a China ?

    Com a maioria dos antigos parceiros brasileiros, temendo investir, e não aceitando um retôrno a longo prazo, por que dificultar a entrada destes prometidos US$ 50 Bilhões de Dólares, na nossa infraestrutura, dadas as dificuldades, de termos estes recursos, de outra forma ?

    Há um custo ? Sim. Eles querem, que compremos suas tecnologias de construção civil; Seus equipamentos, que não tivermos similares; Seus métodos de trabalho que exige produtividade total e cumprimento das metas e prazos; Sua disciplina, porém aceitam as regras trabalhistas do Brasil, e comprometem a cumprir os contratos à risca, o que for acôrdado.

    Eles exigem apenas, que nosso Congresso, deixe a iniciativa privada(neste caso a parceria com as empresas locais) trabalhar sem burocracia, e sem ingerência de leis obsoletas e que atrazam os processos, e o nosso Judiciário e as ONGs, não atrapalhem o rítmo das obras, inventando dificuldades, para “vender” facilidades.

    Há alguns anos, eles pediram-nos, que aceitassem-os como economia de mercado, e agora eles oferecem os recursos, que o mercado precisa, para desenvolver o país, e dar retôrno aos investimentos.

  2. O EQUÍVOCO!

    “o capital estrangeiro “tem um custo mais barato”

    Como podemos dizer algo assim? Nosso capital não tem custo algum! Basta fabricar o papel, o dinheiro, e financiar quem queira participar das licitações…

    Ah, mas gera inflação!

    É claro que gera inflação, porque roubam os cofres públicos de todas as formas possíveis. Por isso não temos dinheiro pra aumentar salário mínimo, aposentadorias, e funcionalismo, entregando um mercado consumidor maior às nossas empresas; e nem podemos emitir moeda sem gerar inflação, conforme a economia cresce. Já que nossa moeda é desvalorizada com uma absurda e criminosa conversão de lucros em dólar nas remessas das empresas estrangeiras. Ou seja, nosso povo não tem direito de desfrutar das vantagens, de tantas exportações que fazemos, porque arca com as remessas de lucro em dólar para o exterior. Por isso não podemos adquirir bens importados, com preços reduzidos, enriquecendo nosso povo e economia, como fazem americanos e europeus. Aliás, quando essa conversão é feita, não é apenas nossa moeda que desvaloriza, também valorizamos o dólar para eles, que poderão emitir sua moeda sem gerar inflação, como fizeram recentemente, transferindo a crise para suas colônias…

    Nada contra os chineses, pois isso vale pra qualquer investimento estrangeiro. Essas empresas só podem converter em dólar, aquilo que investiram no país. Depois disso, só poderiam remeter lucros em reais; sob pena de vermos nossa economia sangrar, como alguém com uma faca enfiada na barriga. De qualquer forma, é muito melhor um investimento assim, do que os investimentos em especulação, atraídos por uma SELIC que envergonha a todos nós. Só que a sociedade precisa debater esse tema, que tem uma legislação totalmente ultrapassada, da década de 60, altamente fomentadora de corrupção.

    Também não podemos deixar de debater o fim da roubalheira, onde as ferramentas mais poderosas são os instrumentos de democracia direta. Se o povo tivesse direito de convocar PLEBISCITOS com seus abaixo assinados, poderia fechar todas as brechas da lei deixadas á corrupção. Vejam como os americanos votam centenas de plebiscitos convocados pelo próprio povo, praticamente sem custo:

    https://www.facebook.com/democracia.direta.brasileira/photos/a.300951956707140.1073741826.300330306769305/502648843204116/?type=3&theater

    Da mesma forma, não podemos deixar de falar sobre o RECALL, nosso direito de cassar políticos por iniciativa (abaixo assinado) e voto popular. Por que vocês acham que EUA e Europa praticamente não têm corrupção, quando comparados conosco? Porque o próprio povo pode endurecer a lei, e cassar seus políticos. Vejam nessa crítica dura, mas construtiva, porque ainda não temos esses direitos no Brasil:

    https://www.facebook.com/democracia.direta.brasileira/photos/a.300951956707140.1073741826.300330306769305/616906015111731/?type=3&theater

    Investimentos desse tipo podem até serem apoiados, mas apenas como um analgésico. Se não enfrentarmos os verdadeiros entraves ao nosso desenvolvimento, continuaremos como os MENDIGOS do mundo! E essa aberração pode ser o maior erro de quem detém o poder político no Brasil. Pois na hora que a coisa ficar preta, perceberão que não têm absolutamente nada, não passam de ladrões, e traidores de seu próprio povo; os quais não serão bem recebidos em lugar algum. Vejam o futuro, que eles nos reservam:

    https://www.facebook.com/democracia.direta.brasileira/photos/a.300951956707140.1073741826.300330306769305/630115000457499/?type=3&theater

    Saiba mais sobre o processo de colonização da idade contemporânea:

    http://democraciadiretabrasileira.blogspot.com.br/2014/11/como-deixar-de-ser-colonia.html

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