A alienação, a superficialidade e a grande aula de política

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Como destruir um alienado em 1000 pedaços

Por Ronaldo Souza

Há um filme de Woody Allen (não lembro o nome) em que em uma das cenas há uma fila na porta do cinema e um homem, querendo impressionar a sua companhia, “interpreta” a intenção do autor do filme.

Woody Allen, ouvindo tudo, já irritado, sai da fila, vai atrás de um biombo na mesma calçada em que estavam (quem conhece o cineasta Woody Allen sabe como os seus filmes são inteligentes, instigantes e provocativos), traz pelo braço o diretor do filme e pede para ELE dizer do que se tratava o filme. Tudo que o conquistador dissera era uma asneira só.

A cena termina com Woody Allen dizendo algo tipo: “que pena que a vida não é assim”, ou seja, que pena que bobagens e dissimulações, podem passar por verdades e até por coisas sábias sem que possamos fazer nada.

Narrei essa cena em um texto que escrevi e postei em fevereiro de 2012.

Realmente, a vida não é como gostaríamos que fosse. Já lamentei muitas vezes por isso. Acho que hoje estou mais inclinado a dizer que ainda bem que não é assim.

Deixe como está. A vida é a imperfeição do perfeito.

Quantas vezes fiquei chateado, até furioso, por não poder mostrar o óbvio e isso já seria suficiente para mostrar como a vida é imperfeita; o óbvio é óbvio, não deveríamos precisar mostra-lo. Mas não é assim. Muitas vezes mesmo o óbvio ululante de Nelson Rodrigues precisa ser mostrado.

O grande problema é que não querem ver. Sim, acredite; não querem ver.

Até bem pouco tempo atrás a minha inocência me fazia acreditar que as pessoas não sabiam. E a ignorância será quase sempre perdoada.

Eça de Queiroz diria que “ou é má fé cínica ou obtusidade córnea”. Já me convenci de que em muitos casos não é obtusidade córnea.

Eu, que hoje me inclino mais a pensar que ainda bem que a vida não é como eu gostaria que fosse, permito-me uma recaída. Gostaria que fosse sim, pelo menos em alguns momentos, para que o óbvio pudesse ser mostrado. Mas aí eu teria que ter o talento e o conhecimento de um Woody Allen. Ou de George Gallaway.

Veja a oportunidade que a vida deu a Gallaway e o que ele fez com o aluno de Oxford. Esse aluno é de Oxford, mas eles estão espalhados por aí.

http://www.youtube.com/watch?v=–QjwodEcOk

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

6 Comentários

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  1. Uma aula NOTA 10. O alienado

    Uma aula NOTA 10. O alienado aluno de OXFORD, a bem da verdade, existem muitos. No Brasil são conhecidos como COXINHAS e haja “coxinhas”……..

  2. O filme é Annie Hall (Noivo

    O filme é Annie Hall (Noivo Neurótico, Noiva Nervosa). E a cena antológica mostra um jovem professor universitário “especialista” na teoria de Marshall McLuhan deitando falação para tentar impressionar uma, provavelmente, aluna.

    Incomodado com o papo (sem pé nem) cabeça do “intelectual”, o personagem de Allen vai logo ali e traz o próprio McLuhan para confirmar que o especialista não entendia nada daquilo que ensinava…

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=yZdpVAY8CgA%5D

  3. Que cacetada1 Já assisti uma

    Que cacetada1 Já assisti uma três vezes e sempre me delicio com a resposta desse professor a um pedante teleguiado. 

    Pode-se tranquilamente substituí-lo pelos “leitores” das VEJA, FOLHAS da vida. Substitua-se também  Chávez por Lula que continua válida a argumentação. Prestam atenção o que escrevem alguns comentaristas da FSP acerca de uma matéria envolvendo Lula:

    Autor: expresse e opine(nick)

    Ler qualquer artigo referente a esse individuo pilantra, vagau, asqueroso e presunçoso, me faz pensar o que dizem estadistas, médicos, engenheiros, astrônomos, literários, cientistas, historiadores, empresários, professores, catedráticos, e outros tantos que tenham formação e conhecimento fundamentado. É demais para qualquer trabalhador honesto e aposentado.

    Valuk

    Ué ? Criticou a postura do poste que ele plantou ou seria a impostura pela sua impostação ? Posto de lado o aspecto do (im)posto a lição que fica é que retalham o pais em “postas” para melhor “se servirem” nesse imenso “banquete” às expensas dos que realmente trabalham. O pior é que o “ilusionista-mor” e dono do circo quer intervir no número do maldestro treinador de focas porque ele não está conseguindo fazer com que elas batam palmas. ô lula-lelé , qualé ? Isso já está virando um mani-comico.

    Casinho

    Esse mo-lus-co asqueiroso, ordi-nario, mal-di-to so abre a boca para dizer asneiras, porque não fala nada da Rosi ? Trocado por um pouco da pasta fe-di-da que os gatos enterram na areia, se faz péssimo negocio, a pasta pelo menos serve de adubo.

    http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/11/1369077-lula-se-reune-com-haddad-para-criticar-gestao-em-sp.shtml

    Certo dia lancei um desafio no facebook para certos frequentadores do meu mural que consistia em fazê-los defender com argumentos, dados, e não só insultos, suas repulsas extremas(doentias) ao PT. Nenhum só respondeu. 

    Pois esse rapazinho aí do vídeo representa todos eles.

    A desgraça é que o pedantismo, o discurso com vezo apenas ideológico e contaminado pelo preconceito, não é circunscrito a esses incautos. Na mídia ele propospera e são “assinados” por jornalistas e intelectuais de renome, a exemplo desse historiador Marco Antonio Vila, Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, Jabor etc caterva.

  4. Valeu Rubem

    Valeu Rubem. Quando escrevia o texto na madrugada de hoje não consegui lembrar do nome do filme e ia procurar depois no Google. É como você diz, a cena é antológica. Vou incorporar o vídeo ao texto postado no meu site.

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