Ameaça existencial pode levar Irã a mudar política nuclear

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Em entrevista, chefe de conselho de relações exteriores afirma que país não deseja expansão da guerra, mas está preparado para tal

Kamal Kharrazi, chefe do Conselho Estratégico de Relações Exteriores do Irã. Foto: Ahamad Moeini Jam – IRNA

O Irã não deseja a expansão da guerra no Oriente Médio, mas ele está totalmente preparado para isso – e eventuais mudanças potenciais na doutrina nuclear iraniana seguem sendo uma possibilidade, principalmente se uma “ameaça existencial” for encontrada.

Em entrevista ao site libanês Al Mayadeen, o chefe do Conselho Estratégico de Relações Exteriores do Irã, Kamal Kharrazi, articulou a posição do Irã sobre as tensões regionais, enfatizando a preparação da nação para responder a qualquer escalada, ao mesmo tempo em que expressou o desejo de evitar mais guerras.

Diante de tal contexto, Kharrazi destacou que o Irã deixou claras suas capacidades de dissuasão por meio da Operação True Promise II, quando centenas de mísseis foram lançados contra Israel.

Segundo o diplomata, fica a cargo de Israel: caso escolham manter suas operações militares, o Irã irá responder de acordo.

Ambições militares, religião e política

Questionado sobre possíveis mudanças na doutrina nuclear iraniana, Kharrazi destacou que tais mudanças são possíveis principalmente se uma “ameaça existencial” for detectada.

Além disso, o alto funcionário iraniano destacou que as mudanças se aplicariam a projéteis, mas ressaltou as capacidades técnicas do país para a produção de armas nucleares, e não encontra obstáculos consideráveis a esse respeito.

Porém, a Fatwa emitida pelo líder iraniano Sayyed Ali Khamenei serve como a única restrição que impede o Irã de buscar armamento nuclear.

No momento, o foco atual do Irã está nos alcances dos mísseis usados até agora, nos quais os iranianos consideraram as preocupações dos ocidentais

Por outro lado, o alto funcionário destacou que as nações ocidentais não reconhecem as preocupações do Irã, especialmente sobre sua soberania e integridade territorial, o que deve levar o país a desconsiderar as preocupações ocidentais, abrindo a possibilidade de desenvolver e estender o alcance dos mísseis.

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