Indústria de armas comemora avanço dos conflitos

CEOs de empresas do setor celebram caos e dizem que as perspectivas atuais são favoráveis aos seus acionistas

As principais fabricantes de armas têm celebrado os recentes cenários de tensão e violência por conta do impacto favorável em seus balanços financeiros.

A franqueza dos executivos pôde ser vista durante as teleconferências de resultados trimestrais, onde os executivos conversam e respondem questionamentos feitos por analistas setoriais e investidores, onde ficou claro que o aumento da violência global aumenta a demanda dos governos por armas, o que produz lucros para os investidores do setor.

Enquanto o CEO da Lockheed, James Taiclet, garantiu aos investidores que o orçamento de defesa de US$ 740 bilhões – doze vezes o orçamento fornecido ao Departamento de Estado para conduzir a diplomacia – poderia continuar a crescer em 2023, o CEO da Raytheon, Greg Hayes, pareceu celebrar uma potencial guerra na Ucrânia e os ataques de drones nos Emirados Árabes como indicativos favoráveis para futuras vendas.

“De acordo com os executivos-chefes das principais empresas de armas financiadas pelos contribuintes, seus balanços se beneficiarão do envolvimento dos EUA em uma grande competição de poder com a Rússia e a China, as recentes escaladas na guerra do Iêmen e o potencial para uma invasão russa da Ucrânia”, diz o jornalista investigativo Eli Clifton, em artigo publicado no site Responsible Statecraft.

A única executiva que tentou se desvencilhar da situação foi a CEO da Northrop Grumman, ao afirmar que o quinto maior fabricante de armas do mundo – e apontada como treinadora das tropas sauditas acusadas de cometer crimes de guerra no Iêmen – promove “direitos humanos globais”.

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Redação

1 Comentário

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  1. Antigamente, era uma questão de armas para as guerras. Hoje, trata-se de guerras para as armas. O ‘antigamente’, aí, pode ser datado antes do discurso de despedida de Eisenhower da Casa Branca. O depois é esse nosso tempo miserável. Hoje, é necessário criar situações de guerra – e transformá-las em guerra de fato – para que o Complexo Industrial-Militar siga lucrando – vocês leram? o orçamento do Pentágono, que esses canalhas tem a desfaçatez de chamar de Defesa, é 12 (doze!!) vezes maior que o orçamento da diplomacia. Um país assim quer conversar, negociar, ou quer MATAR? Gigolôs da morte!!

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