Merkel afirma que juros da dívida grega poderão ser reduzidos

Jornal GGN – Angela Merkel, chanceler alemã, afirmou no domingo que é possível falar sobre alterações nos vencimentos e juros da dívida da Grécia após a revisão do novo pacote de resgate. “Já foi dado um alívio à Grécia. Tivemos uma redução da dívida voluntária por parte dos credores privados e então estendemos os prazos e reduzimos os juros”, disse a chanceler à uma emissora alemã.

A partir de hoje, começa a vigorar o aumento do imposto sobre valor agregado incidente nas refeições em restaurantes e no transporte público na Grécia. Os bancos também deverão reabrir, após três semanas fechados.

Do Estadão

Merkel diz que pode discutir mudanças na dívida grega

Chanceler alemã fala sobre alterar os vencimentos e reduzir os juros após revisão de novo resgate

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse neste domingo, 19, que seria possível falar sobre alterar os vencimentos e reduzir os juros da dívida da Grécia após a primeira revisão bem-sucedida do novo pacote de resgate que será negociado.

“Já foi dado um alívio à Grécia. Tivemos uma redução da dívida voluntária por parte dos credores privados e então estendemos os prazos e reduzimos os juros”, disse Merkel em entrevista à emissora alemã ARD.

“E agora podemos falar sobre essas possibilidades de novo, uma vez que a primeira revisão bem-sucedida do programa a ser negociado for concluída, em seguida exatamente esta questão será discutida. Não agora, mas depois”, disse ela.

Os bancos gregos estão prontos para reabrirem suas agências em todo o país, após três semanas fechados, disseram autoridades, enquanto a chanceler alemã pediu que as negociações para um resgate do país sejam rápidas, para que Atenas possa suspender os limites a saques bancários impostos à população.

A reabertura cautelosa dos bancos e o aumento a partir de hoje do imposto sobre valor agregado incidente nas refeições em restaurantes e no transporte público visam a restaurar a confiança dentro e fora da Grécia, após um acordo de ajuda em troca de reformas na semana passada ter evitado a falência do país.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, está tentando virar a página após ter aceitado com relutância negociar os termos de um terceiro resgate, permitindo que o Banco Central Europeu forneça linhas de crédito aos bancos, mas gerando uma rebelião em seu partido de esquerda, o Syriza.

“Os controles de capital e restrições de saques serão mantidos, mas estamos entrando em uma nova fase, que todos nós esperamos que seja de normalidade”, disse o chefe da associação de bancos da Grécia, Louka Katseli, à emissora de TV Skai.

Os correntistas gregos poderão sacar € 420 por semana de uma vez, em vez de € 60 por dia, mas efetivamente o limite é o mesmo.

“Isso não é uma vida normal por isso temos que negociar rapidamente”, disse Merkel em entrevista à emissora pública alemã ARD. Berlim, o maior contribuinte para resgates da zona do euro, fará tudo o que puder para que as negociações sejam concluídas com sucesso, mas vai “negociar duro” para assegurar que Atenas cumpra os acordos, disse ela.

“Isso certamente não vai ser fácil, porque há coisas que temos discutido com todos os governos gregos desde 2010 que nunca foram feitas, mas que foram feitas em países como Portugal e Irlanda”, disse ela.

A aceitação dos termos de resgate, que permitiu que os bancos possam reabrir, marcou uma reviravolta para Tsipras depois de meses de negociações difíceis e um referendo que rejeitou um acordo menos rigoroso proposto pelos credores.

Ele demitiu rebeldes do partido na reforma do gabinete na sexta-feira e está buscando um rápido início das negociações sobre um acordo de resgate com parceiros europeus e o Fundo Monetário Internacional (FMI) antes das eleições, que devem ocorrer em setembro ou outubro, segundo o ministro do Interior, Nikos Voutsis.

Reabertura. No sábado, o governo divulgou um decreto ordenando que os bancos abram suas portas na segunda-feira, 20, fechadas desde o dia 29 de junho para evitar o colapso do sistema bancário, devido ao aumento dos saques por preocupações com a crise da dívida grega.

Mas, enquanto as pesquisas de opinião sugerem que a popularidade do primeiro-ministro continua alta, nas ruas de Atenas alguns estão céticos de que a reabertura dos bancos irá mudar muito o país atingido pela recessão e com uma taxa de desemprego de 25%.

“Os bancos abrirem não vai mudar nada para mim”, disse Joanna Arvanitaki, 31 anos, funcionária de um hotel. “Eu nunca retirei € 60 euros por dia. € 60 é o que eu tenho para as minhas despesas semanais.”

Autoridades da União Europeia esperam que o acordo do resgate esteja em prática em meados de agosto, quando a Grécia precisa fazer novos pagamentos ao Banco Central Europeu a fim de redimir sua dívida. Um financiamento ponte de € 7,16 bilhões é suficiente para ajudar Atenas a atravessar julho, mas não agosto.

Redação

2 Comentários

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  1. É o obvio

       Mais uma “não noticia”

       Que o perfil atual da divida grega é insustentavel, o FMI, a Merkel, o Papa, tambem sabem; e que após as revisões a respeito da “rendição de Tsipras” , que passou de um esquerdismo romantico e futil, para a realidade, e irá reformar todo seu governo em breve, portanto irá cumprir o novo acordo ( pelo menos no começo ), os “papéis” (bonds), advindos desta nova divida, serão mais aceitos pelo mercado de titulos soberanos, e futuramente, caso os indices de fiscalização se confirmem, seus “preços e taxas” vão cair, e tanto prazos como spreads, podem ser “trocados”, alongando o perfil da divida e diminuindo seus custos e desembolsos.

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