​Um problema crucial do MPF, por Alan Souza

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Por Alan Souza

Um problema crucial do MPF

Comentário à publicação “Xadrez de Janot, o Asmodeu trapalhão, por Luís Nassif

Se Raquel Dodge realmente quiser colocar o MPF nos trilhos e dar a freada de arrumação, terá que enfrentar um dos mais arraigados dogmas da seita dos procuradores: a autonomia total.

Cada procurador da República é considerado um “órgão oficiante”, e isso se traduz na prática pela absoluta ausência de supervisão, de freios. Cada um faz o que quer, sem consultar previamente e nem prestar contas posteriormente a quem quer que seja. Há uma estrutura hierárquica que é meramente pró-forma.

Isso gera aberrações como a atuação do procurador da República Aílton Benedito (o tal do “nazismo é de esquerda”…), que tentou proibir a publicidade da Copa do Mundo e instaurou uma investigação pra apurar a “doutrinação” de jovens brasileiros pela Venezuela (leia aqui)

A independência dos procuradores é salutar e necessária ao ofício dos mesmos. Mas sem limite algum gera essas situações absurdas.Todo mundo sabe que poder absoluto só pode dar errado, seja onde for.  No MPF não é diferente. Ao contrário do que sonham os procuradores da República, eles são tão humanos quanto o resto da humanidade da qual muitos se julgam um degrau acima. 

E podem perfeitamente padecer dos mesmíssimos defeitos. Um deles é o desvario da razão provocado pelo poder sem freios. 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

9 Comentários

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  1. Não tenho esta impressão, a

    Não tenho esta impressão, a primeira vista, sobre a nova procuradora.

    O tempo dirá, para o bem ou para o mal.

  2. Não tenho esta impressão, a

    Não tenho esta impressão, a primeira vista, sobre a nova procuradora.

    O tempo dirá, para o bem ou para o mal.

  3. Não tenho esta impressão, a

    Não tenho esta impressão, a primeira vista, sobre a nova procuradora.

    O tempo dirá, para o bem ou para o mal.

  4. Essa arrumação não virá de

    Essa arrumação não virá de dentro da corporação, apesar de ter com certeza membros que estão incomodados com esse carnaval de megalomania.

    Terá que partir do Congresso, o que na atual conjuntura é um problema insolúvel. O MP e a mídia dirão que os políticos querem salvar suas cabeças. O que na maioria dos casos, nesse congresso, é a mais pura verdade.

    Só se nas próximas eleições, independente da presidencial que tem um nó chamado Lula, houver uma melhora considerável no parlamento.

    Vamos acreditar, quem sabe? De qualquer forma a classe política mesmo que por auto-defesa terá que encarar esse monstro (nas palavras do Fontelles)

  5. é sempre um teste de caráter

    é sempre um teste de caráter e força moral….. porque só sabemos o que a pessoa é depois do “teste da Globo” – se a pessoa for massacrada pela emissora e passar por cima desse obstáculo, seguindo em frente, então sabemos que estamos diante de alguém disposto a tudo pela instituição…. Se cair de joelhos como todos fazem, então não há muito o que esperar…….  

  6.  
    São (ou deveriam ser)

     

    São (ou deveriam ser) procuradores da República; e não procuradores de si mesmos, recebendo dos cofres públicos.

  7. Reforma Constitucional do Ministério Público

    Sou favorável a uma revisão constitucional do papel do Minisério Público. Não pode haver quaqluer setor do Estado sem “accountability”. Isso só na época dos monarcas do Estado Absolutista.

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