Ameaçada, PGR deve agilizar denúncias contra políticos

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: STF/Divulgação
 
Jornal GGN – O assessor de Michel Temer, Rocha Loures, não foi preso há duas semanas porque ocupava o cargo de deputado federal, posto que perdeu esta semana. Suplente de Osmar Serraglio, o retorno do ex-ministro da Justiça à Câmara trouxe fragilidades à vista: ou Temer coloca em risco a própria imagem nomeando um dos outros três deputados do PMDB do Paraná para manter o político com a proteção parlamentar, ou o segundo pedido de prisão preventiva feito por Rodrigo Janot ameaça o amigo e assessor do mandatário e, automaticamente, ele próprio.
 
Ao mesmo tempo, a base de Temer no Congresso agiliza uma grande ofensiva contra as investigações já estouradas da Lava Jato: o grupo de Aécio e o grupo de Temer tentam correr formas de atuar contra a credibilidade das investigações, agora que atingiram toda cúpula, sobretudo com miras no procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e no relator da Operação no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin.
 
Do lado do Executivo, a troca do ministro da Justiça, em pleno domingo, com o novo titular Torquato Jardim sinalizando a estratégia já deflagrada nos grampos: a substituição do diretor-geral da Polícia Federal, foi vista como gesto claro de guerra aberta do governo contra as investigações.
 
Como resposta, os procuradores e delegados iniciam novo contra-ataque e planejam uma “fritura em alto grau”, com o envio imediato de denúncias contra políticos com foro privilegiado, nas próximas semanas. A informação foi obtida por reportagem de Murillo Camarotto do Valor, junto a uma fonte dentro das investigações.

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. Correia de transmissão e jornalismo indigente

    Com pouquíssimas exceções, que apenas confirmam a regra, a indigência do jornalismo praticado pelos grandes veículos – mais do que a internet e os meios digitais – é que selaram a morte da chamada ‘mídia tradicional’. Notem os leitores o único jornal de circulação nacional, especializado em economia, que até o ano passado era controlado pelos grupos Globo e Folha, foi emcampado totalmente pelos herdeiros de Roberto Marinho; desde então a decadência rumo ao fundo do poço vem se acelerando.

    Observem os leitores que esta matéria é apenas uma variante daquela publicada por Andrei Meireles, no site Os Divergentes. Esse jornalismo indigente, que funciona como correia de transmissão e porta-voz das instituições que fornecem as informações (no caso da Fraude a Jato o MPF, a PF e juízes aliados, como sérgio moro) é incapaz de produzir uma verdadeira reportagem investigativa, crítica, que permita ao leitor se informar corretamente e assim formar opinião sobre os fatos narrados.

    Não é preciso algum esforço para concluir que a matéria nada mais é do que um release fornecido por procuradores do MPF ligados à PGR e à Fraude a Jato?

  2. Veio tarde
    Janot querer agir no apagar das luzes do seu mandato só demonstra sua falta de visão. Tivesse mirado PMDB, pp e PSDB antes, Dilma teria deixado. *Depois* podiam usar sua sanha contra o PT

    Em briga de gente grande as coisas sao diferentes. Veja quanto tempo Cunha conseguiu adiar o conselho de ética. Ou quanto o PSDB conseguiu esconder seus desmandos. PT é fichinha contra esses marmanjos.

  3. Guerra de FACÇÕES.

    Quer dizer que agora escancarou de vez a guerra entre as principais FACÇÕES CRIMINOSAS instaladas dentro da máquina administrativa da suposta administração PÚBLICA? Os integrantes das ORCRIM já nem disfarçam mais!!! 

  4. Corra , Janot , corra…
    Prá
    Corra , Janot , corra…
    Prá não entrar pra história como o coveiro da lista tríplice de um MP alvejado e cambaleante , o único jeito será enterrar o Temer, também um morto vivo. Corra que seu tempo se esvai …

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