Após sinal de Moro, procuradores mostram desinteresse pela delação de Palocci

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Reprodução

Jornal GGN – Após o juiz Sergio Moro dizer que a iniciativa de Antonio Palocci para delatar nomes do mercado financeiro e de meios de comunicação mais parecia uma “ameaça” do que uma verdadeira promessa de colaboração, os procuradores da Lava Jato passaram a demonstrar desinteresse em fechar um acordo com o ex-ministro.

Segundo reportagem do jornal Valor, desta segunda (10), a justificativa dos procuradores de Curitiba para recuar da delação seria que Palocci prometeu entregar provas de corrupção nos governos Lula e Dilma, mas não apresentou nada substancial até agora.

“Pessoas diretamente envolvidas nas conversas com o ex-ministro dos governos Lula e Dilma alegam que ele apresentou muito menos informações e provas do que havia prometido e que, com o que se tem até agora, o acordo de colaboração não é interessante para a investigação.”

Outro fator importante, que explica a desvalorização de Palocci, também foi revelado na reportagem. A intenção de delatar divulgada pelo petista diante de Moro, em audiência vazada à imprensa, fez com que bancos e outras instituições financeiras se antecipassem às acusações e passassem a negociar com a Lava Jato em sigilo. Em tese, restaria a Palocci entregar mais detalhes dos bastidores políticos.

A reportagem não citou o interesse dos procuradores em Palocci implicar Lula, mas há notícias de outras pretensos delatores – a exemplo de Léo Pinheiro e Renato Duque – que não viram nenhum acordo prosperar enquanto resistiram em citar o ex-presidente da República em negociações espúrias.

Palocci está preso há mais de 8 meses. Há alguns dias, o juiz Sergio Moro o sentenciou a 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.

Ao dar a sentença, Moro disse que a proposta de delação de Palocci soou mais como uma “ameaça” para que antigos aliados o tirem da prisão do que uma “verdadeira” tentativa de colaborar com a Justiça.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

11 Comentários

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  1. Repetindo comentário que fiz há pouco

    Prezados leitores,

    Desde que o PIG/PPV começou a especular sobre uma eventual delação de Antônio Palocci, eu alertei que se tratava de balões de ensaio, caracterizados pelos desejos lavajateiros e piguentos, de que o ex- ministro fornecesse a ‘bala de prata’ que sérgio moro desesperadamente busca, para condenar o Ex-Presidente Lula, já que, dia após dia, caem as acusações contra o Ex-Presidente, por absolta inconsistência e falta de provas.]

    Comentei, neste fim de semana, que aquele ‘oferecimento de delação’ , feito por Palocci em depoimento público ao sérgio moro poderia ser interpretado de duas formas diferentes:

    1ª) Palocci é fraco de caráter e poderia delatar quem, e nos termos que desejam, os persecutores (procuradores e juiz lavajateiros) e o PIG querem: Lula, outros líderes e ministros dos dovernos do PT;

    2ª) Palocci pode ter dado aquela declaração pública, dispondo-se a fornecer informações ao juiz lavajateiro, para mostrar que estava sendo chantageado e coagido a fazer delação pré-concebida e escrita pelos comparsas de sérgio moro na Fraude a Jato.

    Essa segunda alternativa parece coerente com o que se viu depois; sérgio moro condenou Palocci a  mais de 12 anos de prisão, baseado apenas em delações, mas sem provas documentais, materiais, com robustez e valor judicial para validar as declarações incriminatórias feitas por réus confessos, mantidos presos, coagidos, chantageados, ameaçados e torturados psicològicamente.

    Hoje, 10 de julho de 2017, os veículos de mídia noticiam que os lavajateiros perderam o interesse pela delação de Palocci porque este não incriminou Lula, como era desejo deles.

    A edição de uma MP salvadora para banca e para o PIG/PPV, há cerca de duas semanas, corrobora também a segunda tese que expus acima, esvaziando o caráter explosivo verdadeiro que um depoimento franco de Palocci  poderia/pode ter sobre os veículos de mídia que recorreram às benesses do governo, quando Palocci era mionistro.

    Não tenho simpatias por Palocci nem ponho minha mão no fogopor ele. Alguns dos mais ácidos críticos de Palocci apontam aquele caso do caseiro Francenildo como demonstração da ‘mesquinhez’ do caráter de Palocci. Nunca acreditei em nehuma das versões publicadas sobre aquele episódio. Francenildo, como tantos outros trablhadores de origem humilde, pode ter sido usado para criar aquela crise que derrubou Palocci. Para quem ganha baixo salário, trabalhando em residências de figurões da política, um subornozinho – claro que sem passar por qualquer conta bancária – pode fazer grande diferença.

    É bom lembrar que o que fizeram com Lula em 1989, quando subornaram uma mulher com quem ele tivera relações, para que la dissesse que Lula a havia orientado a fazer um aborto. A própria mulher, tempos depois, admitiu que foi subornada para dizer aquilo. Caso mais recente é o do zelador do prédio do Guarujá, que foi manipulado pelos que tentam incriminar Lula; esse sujeito, negro e de origem humilde, parece ter sido subornado e orientado a injuriar e difamar os advogados que fazem a defesa do ex-Presidente Lula. O juiz lavajateiro, em vez de adverti-lo, desculpou-se com o zelador, um acinte completo, já que o magistrado não só apoiou o ofensor, como deixou de cumprir a Lei, já que uma testemunha que ofende uma das partes ou seus advogados – sem qualquer prova do que diz-  deve ser considerada suspeita e impedida de continuar com as injúrias.

    A trama é tão sórdida e mal feita que até ontem os veículos do PIG/PPV plantavam notas, afirmando que Palocci iria incriminar Guido Mantega. Para quem tem dois neurônios na cabeça, tal história não tinha pé nem cabeça, pois o que o PIG/PPV tentava atribuir a Mantega tinha (e tem) muito maior probabilidade de ter o próprio Palocci como autor. Essas manipulações grosseiras mostram que a pretensa sofisticação dos golpistas caiu por terra. Como escreveu hoje Armando coleho Neto: “O golpe está nu, mas dallagnol e moro ainda estão de bermudas”. A meu ver o traje dos lavajateiros é ainda mais sumário que suas cognições, quiçá um tapa-sexo.

  2. Um peso, duas medidas

    O Joesley dizer na delação dele que Lula/Dilma tinham uma conta de 150 milhões de dólares no exterior, sem prova nenhuma, isso pode. O Alexandrino Alencar dizer que encontrou com a Maria do Rosário em 2010 na sala que ela só alugou em 2014, isso pode. Tudo sem provas.

    Agora o Palocci, o Palocci não… Se quiser delatar tem que ter provas!

    Se eu chegar na Justiça e disser que entreguei propina ao Lula, paga pelo Bicho-Papão e entregue através de um disco voador pilotado pelo Boitatá, isso será aceito!

  3. bem claro está que não deu para articular…

    querem saber o motivo?

    sentença pronta

    mas não é uma sentença qualquer

    primeira vez na história da sentença ser uma pergunta………………………..

    reparem no seguinte: sempre que o delator não pode responder, não há acordo

  4. Nossa! E tds os leitores comigo: “eu já sabia!”

    Sabado:

    LIVRANDO BANQUEIROS, LAVA JATO E PALOCCI ARMAM PARA PT/MANTEGA?

    Por Romulus

    Bate carteira e grita “pega ladrão”?

    Palocci parecia ter perdido a principal cartada de que dispunha: os bancos.

    Uma “bomba nuclear”!

    Que, por certo, ninguém em sã consciência haveria de querer detonar…

    O ~primeiro~ movimento para blindar os bancos foi a MP da leniência – secreta! – diretamente com BACEN/ CVM.

    E o que sobrou na mão de Palocci então?

    Lula e o PT – incluindo Mantega.

    “Simples assim”??

    Ainda não!

    Parece que, agora, testemunhamos o ~segundo~ movimento para blindar os banqueiros.

    Agora, nas suas “pessoas físicas” – não protegidas pelos acordos de leniência com o BACEN, que contemplam apenas as pessoas ~jurídicas~ dos bancos.

    E…

    Convenientemente…

    – … incriminando (ainda mais) petista!

    Bingo?!

     

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  5. Oxente? E houve alguma

    Oxente? E houve alguma apresentação de provas apensadas aos relatos das delações premiadíssimas obtidas pela operação fajuta para criminalizar o Lula e o PT?  Até o momento, ao que se sabe, e, já se foram pra mais de 3 anos de trabalho minucioso e sujo, sem conseguir arrumar um fio de cabelo pra colocar no ovo dos golpistas. 

    Pra não deixar os patrocinadores, de mão abanando, continuam tocando um golpe travesti, cerzido por uma incompetente meninada, composta de concurseiros orientados por agentes do Tio Sam*. Nada de vulto, exceto a captura de alguns ratos sebosos, caídos em arapucas armadas em fins de semana, para preencher a pauta da imprensa mafiosa em seus programas policialescos dominicais.

    O merda do juizeco moro e dos seus preferidos patetas da turma do Janot. Até o momento, não conseguiram entregar porra nenhuma de vulto, além da carne podre do “Friboi” do Tio Joesley,**  nada de importância estratégica da encomenda contratada pelos homens da CIA, ANS, e congêneres USA.

    Orlando

    Apenas uma curiosa coincidência?…

    O AÇOUGUEIRO TIO SAM,  ABATE O TIO JOESLEY DA FRIBOI, NUMA ARAPUCA. CILADA  MONTADA COM NOME, CARNE FRACA.  COM A AJUDA DOS MAGAREFES LOCAIS. & CIA.

    *Tio Sam.

    Existiu. Ele se chamava Samuel Wilson (1766-1854) e tinha o apelido de Uncle (tio) Sam. Wilson era um comerciante (açougueiro) que fornecia carne para o exército dos Estados Unidos. Como as embalagens vinham com as iniciais U.S. (de United States), os soldados diziam que as letras significavam Uncle Sam. A brincadeira se espalhou e o governo aproveitou para fazer uma caricatura do personagem, que passou a representar os Estados Unidos. “Ele era usado como símbolo da expansão americana, incentivando o nacionalismo”, diz o historiador Sérgio Augusto Queiroz Norte, da Unesp. Tio Sam ganhou fama internacional na Primeira Guerra Mundial, quando foi criado o célebre cartaz com a frase I Want You (Quero você), chamando os jovens para se alistar. Em 1961, o Congresso americano oficializou a expressão Tio Sam como símbolo nacional. (Internet)

    ** Tio Joesley

    Joesley Batista é um empresário (açougueiro) brasileiro, um dos donos e responsável pelo processo de expansão e internacionalização da JBS, uma das principais empresas do agronegócio no Brasil. (Wilkipédia)

  6. Um padre poderia recusar ouvir a confissão de um pecador?

    Um juiz pode se recusar a ouvir um suposto criminoso que quer colaborar?

    Ah, pode, sim, pois a delação mais parece uma ameaça do que uma colaboração.

    As aparências enganam.

    As bactérias usam o ácido p-aminobenzóico (PABA) para construir o ácido fólico. No entanto, quando fornecemos a sulfanilamida (ou derivados) para a bactéria, ela simplesmente se confunde, e começa a usar a sulfanilamida para sintetizar o ácido fólico, e simplesmente não consegue fazê-lo, em razão das duas moléculas serem muito parecidas uma com a outra. A bactéria “olha” para a sulfanilamida e “acha” que é o PABA, e com isso ela acaba morrendo porque não consegue sintetizar o ácido fólico para se manter viva.

    http://www.ensinandoeaprendendo.com.br/quimica/sulfas/

    Porém os germes patogênicos da Lavajato não entendem que as aparências enganam e que o que parece ameaça trata-se de colaboração. Na verdade, o Moro quer proteger os banksters, da mesma forma que fez com o Temer, ao indeferir as perguntas dirigidas a ele pelo Eduardo Cunha.

  7. Para mim …

    A única boa que aconteceu desde que todas as investigações começaram, foi a consciência do tamanho de todas as negociações , para o bem e para o mal, que acontecem dentro dos nossos podres poderes ( e de todo o mundo).  E ver que o executivo, para o qual todos os erros são direcionados, pouca força tem, se não tiver os votos necessários no legislativo e a simpatia do judiciário (que são partidários sim) .

    Foram uma lição para os que ficam, diuturnamente, dizendo que o PT tem de fazer , publicamente uma expiação de seus erros, como se os demais não tivessem feito nenhum.

    Vê se aprende PT . O jogo é mais pesado do que supunha a minha vã filosofia.

     

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