De erro em erro coloca-se a honra de Cosenza em pauta. Como fica?

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Sugestão de Notívago

do Brasil 247

Quanto vale a honra de José Carlos Cosenza?

Citado na Operação Lava Jato por erro da Polícia Federal, o atual diretor de abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza foi massacrado; ganhou as manchetes principais do Estado de S. Paulo e de O Globo e, nesta quarta-feira, foi “demitido” pela Folha de S. Paulo; agora, um delegado assume que o nome dele foi incluído na operação por erro; é o mesmo delegado que, nas redes sociais, havia chamado o ex-presidente Lula de “anta”; qual é a reparação justa para José Carlos Cosenza?

247 – Um erro da Polícia Federal poderia ter destruído o nome, a honra, a reputação e até a vida de José Carlos Cosenza, atual diretor de Abastecimento da Petrobras.

Ao questionar um dos investigados na Operação Lava Jato, a Polícia Federal citou suposto trecho de depoimento dos delatores Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef com referências a Cosenza.

Era um erro.

O sucessor de Paulo Roberto Costa não foi citado em nenhuma delação premiada. E até mesmo os empreiteiros que foram questionados a esse respeito negaram ter feito qualquer pagamento a ele.

No entanto, Cosenza virou, repentinamente, manchete de praticamente todos os jornais.

O erro da Polícia Federal motivou manchetes dos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo. Parecia o caminho perfeito para trazer os escândalos para a atual gestão da Petrobras.

Além disso, numa reportagem feita com fontes “em off”, a Folha de S. Paulo praticamente o “demitiu” do cargo.

No entanto, era um erro.

Um erro admitido pela Polícia Federal e cometido pelo mesmo delegado que, nas redes sociais, chamava o ex-presidente Lula de “anta”.

A questão é: quanto vale a honra de José Carlos Cosenza? Qual é a justa reparação a que ele tem direito?

Leia, abaixo, artigo de Fernando Brito, do Tijolaço, a respeito do caso:

José Carlos Cosenza,  atual diretor de Abastecimento da Petrobras, colocado por Graça Foster no lugar do larápio Paulo Roberto Costa foi acusado  de fazer negócios com Alberto Youssef e as empretieiras por “um erro material”. admitiu hoje a Polícia Federal, através de nota assinada pelo delegado Márcio Adriano Anselmo.

Anselmo é aquele que, no Facebook, chamava de “anta” o ex-presidente Lula.

É curiosíssimo que tão criterioso senhor tenha, por “erro material”, incluído nos interrogatórios onde Cosenza é objeto da mesma pergunta que se faz em relação ao ex-diretor Renato Duque e Nestor Cerveró.

O “erro material” dos delegados, serviu para Cosenza ser execrado de ontem até hoje, em manchetes de jornal e na televisão.

Hoje, aliás, praticamente demitido na Folha:

“Ministros ouvidos pela Folha afirmam que sua saída se tornou inevitável” após o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef o colocarem na lista de suspeitos de terem recebido “comissões”.

Colocaram?

Não sabemos, por que  os rapazes que cometem “erro material” não informam, emboratenham afirmado que ele foi citado quando não foi citado.

É como as “propinas dentro dos limites legais” de ontem, no Estadão.

O espetáculo com a honra alheia.

Até porque o mínimo que se pode esperar de um corrupto como Paulo Roberto Costa é que aja como o famoso bordão humorístico: “sou, mas quem não é?”

Mas o Dr. Anselmo, que cometeu este “pequeno erro material” de confirmar desonrar  alguém só desmentiu  isso – mesmo 24 horas depois – porque alguém, finalmente, lhe apertou os calos.

Senão, Cosenza estaria até agora na lista dos ladrões, e olhe lá se não pode entrar de novo, caso a PF ache algum “erro material” em sua vida, como comprar um apartamento ou vender um automóvel, para confirmar o “sou, mas quem não é?” de Paulo Roberto Costa?

Afinal, é uma pessoa que movimenta, por força do cargo, bilhões em contratos e para dizer que “está levando algum” basta a irresponsabilidade do disse me disse.

Ninguém pode, previamente, comprovar que ele seja honesto, quando não se sabe do que se o acusa.

E, principalmente, quando se acusa por “erro material”, dizendo que disseram o que não disseram dele.

Mas o efeito é terrível. Diga-me o leitor: no lugar do senhor Cosenza, agora, o caro amigo assinaria um contrato de compra de clips de papel?

Cosenza talvez não tenha mais como trabalhar, o que não ocorre, porque ninguém o afasta, com o delegado Anselmo.

Talvez fosse conveniente lembrar ao delegado das “antas” que a honra é um bem constitucionalmente protegido e quem lança à lama o nome de alguém deve pagar por isso.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

17 Comentários

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  1. o que é inacreditável é que

    o que é inacreditável é que não haja punição

    nenhuma para quem ferte a honra dos outros.

    parece a mesma história em relação á grande mídia.

    inventa, cria matérias acusatórias,é falaciosa,

    mas nunca responde,

    ou melhor: não dá direito de resposta.

    será que o delegado tem o direito do sigilo da fonte,

    como a grande mídia, para imputar o que quiser

    aos outos, sem responder judicialmente?

    para uns, tudo liberado.

    para outros a condenação?

     

  2. também,o sobrenome italiano

    tamém,

    sobrenome Cosenza, italiano oriundi da gema, neste contexto neste consenso da opinião pública de máfia de empreiteiros e diretores estatais e políticos mamando e lavando e roubando o petróleo é nosso não ajuda em nada a depurar a resgatar a confiança e a boa reputação da Petrobras, por ora, prospectando prosperando que é uma beleza! no mar de lama e safadeza…

    cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça!

  3. A honra do Cosenza somente a

    A honra do Cosenza somente a ele pertence. Somente ele pode tomar medidas judiciais contra isso. É o disposto no Código Penal:

    “Art. 145 – Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.”

    Entretanto, o Código Penal diz mais:

    “Art. 143 – O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.”

    Ora, parece ser esse exatamente o caso: antes sequer da queixa crime, aquele que seria eventualmente o querelado retratou-se cabalmente.

    Para mudar isso, só mudando o Código Penal.

  4. Agindo por estimulo visual, a

    Agindo por estimulo visual, a PF age como se estivesse apenas listando “os maiores inimigos” do PSDB, para o público compartilhar os seus alvos. Quem quiser que se desvie a atenção das situações que seriam resolvidas responsavelmente. 

  5. No relatório da PF sobre o

    No relatório da PF sobre o depoimento de Duque, apresentado no “Mal-Dia Brasil” da Globo, hoje, cita PT e PSDB, mas o PF relator descreve só sobre o PT, declinando nomes ligados ao governo, mas não cita os nomes ligados a oposição (PSDB). POr que? Os delegados da operação Lava Jato tem postado nas redes sociais posições de defesa do partido da PSDB. Qual a credibilidade de um ato de tais policiais com a verdade?  

  6. A PF não tem o direito de

    A PF não tem o direito de “ERRAR”, isto porque faz ou diz que faz “INVESTIGAÇÃO”. Não houve erro, no minimo má fé ou intencionalidade. Qual o grande interesse por trás desta FALTA, MENTIROSA, denuncia?

     

  7. “Malandragem” policial.

    O Delegado da PF “embarcou” o nome desse atual Diretor da Petrobras na pergunta, por ser ele, o Sr. Cosenza, o “sucessor natural” da Paulo Roberto da Costa na Diretoria. O Sr. Cosenza, portanto, era o segundo na hierarquia à época dos malfeitos. Perguntou na base do “se colar, colou…”

    Pois bem, o Delegado sorrateiramente incluiu o nome – junto ao do Sr. Duque e outros – do Sr. Cosenza no interrogatório para extrair uma “falsa” revelação,  que daria uma bombada na mídia e atingiria a atual Diretoria da Petrobras, – e por tabela a Sr. Graça Foster e a Presidenta Dilma. E parece que fez isso noutros três interrogatórios. O Delegado estava balançando a árvore pra colher um fruto esperado pela velha mídia. Tanto é que ela – velha mídia – se refestelou com o mimo oferecido. 

    Só que nos autos junto ao Juiz Moro não constava o nome de Cosenza como citado pelos delatores. Ora, se assim fosse, ele deveria ter sido alvo da Lava Jato.

    Daí, penso eu, o Delegado quis extrair uma informação falsa, criar um factóide, e mais que isso, um abalo na Diretoria da Petrobras, que no dia anterior se reunia para anunciar medidas anti-corrupção.

    Isso é grave, muito grave, para ser considerado como meramente um erro material. Ainda mais com os antecedentes revelados por esse grupo de Delegados. É por esse motivo que a PF não emitiu Nota Oficial sobre o caso, deixando o problema com o próprio Delgado Marcio Adriano Anselmo – que disse que Lula era uma “anta” – se retratar junto ao Juízo e à Petrobras.

    A batata do Dr. Anselmo vai assar em forno brando. E parece que a tática do Governo – arriscada – é essa, dar corda pra eles se enrolarem.

     

  8. Fui uma das mais revoltadas

    Fui uma das mais revoltadas com aquele caso, esdrúxulo, da Escola Base. Que morro de tédio quando soube que Gushiken passou de ladrão a inocente depois de sofrer todo tipo de achaque, no rolo compressor que envolvia outros tantos arrolados num mesmo processo. Sinto o peito apertar quandos e noticia que um ser humano passou décadas na cadeia no lugar de outra pessoa.

    A imprensa deita e rola, e faz da vida de qualquer um, que não lhe sirva aos interesses próprios, como se disesse: quero mais é pôr notícia no mundo, que importa a fonte, e o resto que se dane.

    Mas, o caso agora nos remete, mais que nunca, à incompetência do Ministro da Justiça, que, sinceramente, nem podemos ter a certeza de que se trata de incompetência. Num momento em que o partido dele, o Governo que lhe deu cargo tão importante, a Presidenta, que precisa matar um leão por dia pra se pôr em pé, tudo junto, receb torpedos de todos os lados, abriu-se uma enorme oportunidade para contrapontos. 

    Na qualidade de Ministro da Justiça, Eduardo Cardoso, que deixou correr frouxo a falta de ética e de decoro de alguns policiais com páginas na Iternet desconstruindo a imagem de Dilma, jamais poderia deixar de agir como autoridade, que é, ou deveria ser, e exigir o afastamento desses pilantras nas investigações da Operação Lava a Jato. Passaríamos um tempinho, pelo menos, lendo matérias diferentes, com tergiversações a respeito desse policiais que não honram a farda. Seria o mote pra mais especulações a respeito deles, e da corporação; se está cumprindo, de fato, sua missão, ou partidarizando suas ações.

    Quantas noites esse Consenzo ficou sem dormir, e como ainda deve estar sendo visto por muitos? O que merece um homem que tem sua imagem jogada no lixo e dele retirada, cheia de detritos e podridão?

    E pensar que Dilma poderá levar esse borra-bosta para o STF! 

    Por fim, perguntaria, também: “Por que Dilma não lê os blogues sujos? Por aqui ela estaria sabendo quem é seu miistro da justiça. Ou será que sabe? E, se sabe, qual a razão pra mantê-lo no cargo?

    Sinceramente!

     

  9.  
    Ze Borba  sex, 21/11/2014 –

     

    Ze Borba  sex, 21/11/2014 – 10:52

    “Tanta lama acaba respingando em gente inocente. Brasil andou para trás uns 50 anos.”

    Ou Ze Borba. Vosmecê  carece de desenvergar o pescoço. Estudiosos do fenômeno da corrupção no Brasil,  atribuem ao período de governo compreendido entre os anos de 31 de janeiro de 1956 a 31 de janeiro de 1961. Lustro que corresponde à governança do 21º presidente do Brasil. Pesquisas, identificam naquele período, notável  germinar da corrupção de alto-coturno. Coisa pra  Cachorro Grande. Justo no quinquênio JK, germina forte. Depois, com o advento da  “Redentora,” o trem engrossa o pescoço e ganha corpo. Posteriormente, com o óbito da dita, o trambique começa a perder peso, ao ponto, de suspeitarem de sua integridade física. Embora, o senso comum pense o contrário.

     Em seguida ao golpe de 64, aliás, movimento que foi apoiado com “doações”das empreiteiras. Aquelas mesmas amamentadas com dinheiro do superfaturamento das obras públicas. São as mesmas que estão ai, roubando a Petrobras. Ou seja, realizar 50 anos de obras em 5 anos de governo, contando com empreiteiras “integras” e dose. Lembro, que os “gurilas”de 64, acusavam Juscelino de corrupto.Era mentira! Houve corrupção durante seu governo? Sim, mas, não foi o Juscelino quem roubou. Como os assassinos e torturadores afirmavam. Eles sabiam de tudo.

    Pois muito bem. Como vinha dizendo: nos anos de ouro da ditadura, que os tolos e oportunistas, aliados aos sem-vergonha, desfilavam vociferando chavões, que ainda hoje conservam: “ os militares chegaram para acabar com o comunismo e a corrupção.” Ao cabo, não acabaram o cumunismo. Coisa para imbecis, achar que podem fuzilar idéias. Enquanto com a corrupção, a incrementaram em doses cavalares, aliás, obras pra superfaturar não faltaram.

    Naturalmente, com a redemocratização. Fatalmente, ocorre o processo de aprimoramento dos mecanismos de controles. Consolida-se a democracia, torna-se livre a imprensa e etc. Embora para um bando de tontos alienados, lacerdistas e udenistas de má fé. E os poderosos corruptores  que se dizem doadores de campanha. Para estes,  tudo que não presta, começou com o PT. Quando bastaria ao cabra, desenvergar o pescoço e olhar para o lado de fora da caverna. Por falar em pouca vergonha: quando gilmar dantas mendes vai tirar a bunda de cima da lei que proibe empresas de fazer invesimentos em candidatos e partidos políticos?

    Orlando

  10. Inadmissível

    É inadmissível que o ministro da justiça não tome as providências cabíves (afastamento + inquérito) contra este delegado. O pior é que ambos são pagos com nossos impostos e nós nada podemos fazer. E poe que Poliana, digo, Dila não acorda?

  11. Repito o comentário que fiz

    Repito o comentário que fiz no EduGuim. É obrigação da presidenta defender seu mandato, que não é do interesse só dela, mas de seus eleitores principalmente. Além de defender a normalidade democrática, como já disse aqui o Nassif.

    Mas não só essas ameaças graves estão no bojo dessa promiscuidade entre certos delegados da PF e o ativismo de oposição. A honra de uma pessoa fica à merce da sanha golpista do pig. Dilma até pode sair mais forte disso tudo, se sobriviver ao “não restará pedra sobre pedra”. Mas e figuras com menos poder como esse senhor Conzensa? E sua família?

    Pense nisso, presidenta, e bota alguém no ministério da justiça para acabar com a farra pig-tucana na PF

  12. Delegado…

    Um delegado que mancha sua própria história , ao depreciar tão vergonhosamente um ex presidente nas redes sociais, não tem moral para julgar ninguém. O que fez com o Sr. Cosenza, é um crime, pois seu nome,  foi escandalosamente exposto em todos os meios de comunicação. Que haja punição!  Minha solidariedade ao Sr. Cosenza, familiares e amigos!   

  13. Aff, o blogueiro fala como se

    Aff, o blogueiro fala como se a mídia, da qual faz parte, não fosse a maior destruidora leviana de reputações. A mesma mídia da Escola Base, lembram? Chega a ser ridículo essa defesa empedernida de todos os petralhas apontados pela Lava Jato. Num país lixo como este, onde a injustiça contra o cidadão comum é cotidiana, ele faz parecer que a honra de um diretor de estatal é de suma importância. Não é. Ninguém chega a cargo desse nível sem conexões políticas, seja de que partido for. Num país sem justiça, governado por corruptos desde as capitanias hereditárias, ser acusado sem provas faz parte da vida. É um ônus bem pequeno perto das vantagens de viver nas barbas do poder, como sabe muito bem o blogueiro. Talvez ele tenha se doído porque se identificou com a posição do personagem. Pensava que, comendo pelas beiradas, a lama nunca poderia atingi-lo, mas pode. Bom ficar esperto.

    E como vc não vai publicar mesmo meu comentário, repito: falta caráter a quem defende os amigos bandidos com a desculpa de lisura democrática. Mais digno defender os amigos bandidos pelo simples fato de serem amigos, e não apelar para essa indignação de fachada pela ameaça às instituições democráticas. Bandido é tudo igual, tanto nas democracias quanto nas ditaduras. Conforme-se com o fato. Aprenda a conviver com ele. Seja menos hipócrita. Faz bem à saúde.

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