Em julgamento alheio a mérito, Gilmar e Barroso brigam por PGR e peemedebistas

Na sessão de hoje, ministros decidiram que Cunha, Rocha Loures, Henrique Alves, Geddel Vieira Lima e outros investigados sejam julgados por primeira instância de Brasília

Foto: TSE e STF
Jornal GGN – O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os políticos do PMDB denunciados juntamente com o presidente Michel Temer serão julgados pela primeira instância, na Justiça do Distrito Federal. Apesar de não se tratar de decisão de mérito, mas sim qual instância compete o julgamento do caso, o ministro Gilmar Mendes entrou na discussão em defesa dos peemedebistas e voltou a criticar as investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Isso é vexaminoso para o tribunal”, disse Gilmar, caracterizando as acusações contra os políticos como “serviço mal feito, apressado” que “corta e cola” e “junta o áudio”, sem pedir perícia. “O que nós estamos vendo aqui na verdade é a descrição de um grande caos”, completou.
Já o ministro Luis Roberto Barroso, também ciente de que o julgamento atual não se tratava de entrar no mérito das acusações em si, mas de decidir para qual tribunal levar a denúncia, saiu em defesa da PGR. “”Eu não acho que há uma investigação irresponsável”, afirmou.
Em seguida, Barroso aproveitou a palavra para seguir com reflexões pessoais, como em suas palestras: “Há um país que se perdeu pelo caminho, naturalizou as coisas erradas, e nós temos o dever de enfrentar isso. (…) Há diferentes de formas de ver a vida e todas merecem consideração e respeito”, criticando Gilmar.
Retomando a defesa explícita das acusações da PGR, Barroso seguiu: “Eu gostaria de dizer que eu ouvi o áudio ‘Tem que manter isso aí, viu’. Eu quero dizer que eu vi a fita, eu vi a mala de dinheiro, eu vi a corridinha na televisão. Eu li o depoimento de Youssef. Eu li o depoimento de Funaro”.
Afora o debate aberto entre Gilmar e Barroso, em defesa e contra a PGR, em defesa e contra a inocência dos peemedebistas, os ministros do Supremo Tribunal Federal decidiram, na análise de hoje, que o caso irá para a primeira instância, no Distrito Federal.
Isso porque o ministro relator Edson Fachin determinou o desmembramento da investigação, inicialmente contra Temer e barrada na Câmara dos Deputados, para que seguisse em relação ao ex-deputado Eduardo Cunha e Rodrigo Rocha Loures, ao ex-ministro Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves, e, além dos peemedebistas, outros 14 investigados de organização criminosa.
Após o debate levemente acalorado, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, encerrou o ano judiciário desejando “um Brasil mais justo para todos” em 2018.
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  • Nessa briga de togas fico com

    Nessa briga de togas fico com as ditas cujas. Cada um tem um lado que certamente não é o meu e muito menos do país. 

    O que me invoca no atual Judiciário, particularmente em alguns membros do Supremo, a exemplo desse ministro Barroso, cheio de cacoetes, salameques e afetações, é se acharem os ungidos que irão, enfim, resgatar a moralidade e os bons costumes no país. O que não é, e nunca foi, exatamente o papel do Judiciário. 

    Contenham-se, senhores! Ou, no popular: menos, menos, gente boa!

  • Essa maga polológika do STF calada é uma poeta

    Cármen Lúcia é um vexame, uma vergonha. Essa imbecil hoje presidindo STF, assim como quase todos os colegas de côrte, não apresenta a mínima condição de integrar um tribunal constitucional; se Cármen Lúcia tivesse um pingo de semancol, já teria feito o mesmo que Joaquim Barbosa: pedido o boné e saído pela porta dos fundos.

    Gilmar Mendes, o trator tucano do STF, o "Serjão Motta" da área jurídica e líder tucano no STF age como se espera de um cão de guarda; esse pitbull do tucanato torce e retorce a Lei em benefício dos comparsas e aliados políticos. Para salvar os aliados e comparsas GM encarar o PIG/PPV e não teme ovadas, protestos e cara feia.  Agora, que está sendo exigida de GM, para salvar seus aliados e comparas, uma postura legalista, ele não se peja em concedr liminar proibiindo o seqüestro judicial, que os eufemistas apelidaram de "conndução coercitiva". Tomando essa decisão, GM faz um afago no PT, que entrou com ação. Mas tucano e golpista que sempre foi, GM já enviou ao Congresso Nacional a PEC do Semi-Presidencialismo, ou seja a proposta de golpe dentro golpe, que torna o próximo presidente da república uma espécie de "rainha da Inglaterra tropical".

    Há meses eu tenho afirmado que é muito mais provável esse golpe do parlamentarismo do que uma nazifascista como Bolsonaro ser eleito presidente da república. Ao enviar a PEC ao Congresso, GM manda recado aos lavajateiros do TRF4, como que dizendo: "Olha, camaradas, vocês podem absolver o Lula e deixá-lo disputar a eleição presidencial, pois com o golpe do paralamentarismo ele será como a rainha da Inglaterra: terá o statu de chefe de Esatdo, mas não governará".

    Nesse Congresso Nacional, em que mais de 2/3 constituem quadrilhas oligárquicas, plutocratas, ecravocrata, cleptocratas, privatistas e entreguistas, é moleza aprovar esse golpe parlamentarista. O que GM, as ORCRIMs jurídica, midiáticas e outros golpistas precisam fazer  "combinar é com os russos", ou seja, explicar essa patranha aos pelo menos 51 milhões de Brasileiros que apóiam e  já decidiram votar em Lula para Presidente.

    E Luís Roberto Barroso é o pavão palrador, um embuste que, de legalista erudito se converteu em ferrabrás, tão logo chantageado pelo PIG/PPV, que ameaçou colocar no ventilador as manobras que ele e a esposa fazem, abrindo empresas de fachada em parísos fiscais, para sonegar impostos. Vale dizer que Joaquim Barbosa caiu na mesma rede, quando comprou apartamento em Miami, usando dos mesmos artifícios.

  • O pavão e o beiçudo.

    Nessa briga não tem mais nem menos escroto, os dois se equivalem mutuamente por partes e por inteiro.

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