Executivo da Engevix confirma que Gim Argello pediu propina

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Em depoimento à equipe Lava Jato, o ex-vice-presidente da Engevix, Gerson Almada, confirmou que o ex-senador e ex-líder do PTB, Gim Argello, pediu propina para evitar evitar a convocação de executivos da empresa para depor na CPI da Petrobras. Também nesta quinta (21), o acordo de delação de Gim Argello foi homologado pela Justiça Federal do Paraná.
 
O ex-parlamentar tinha fácil acesso a caciques do PMDB e de outras siglas, atuando no Congresso entre 2011 e 2014. Preso em abril deste ano, durante a 28º fase da Operação Lava Jato, Gim Argello foi denunciado pelo Ministério Público Federal, junto com outras oito pessoas, por negociar vantagens indevidas para obstruir os trabalhos das CPIs instaladas no Senado e na Câmara, para investigar os ilícitos contra a Petrobras.
 
De acordo Almada, que prestou depoimento como testemunha de acusação na ação penal, o ex-executivo conversou com um sócio da empreiteira, José Antunes Sobrinho, sobre o pedido de propina de Argello.
 
“Ele [Sobrinho] falou sobre esse assunto em duas oportunidades comigo. Por telefone, falou exatamente estas palavras que eu anotei até numa ata pessoal, ata de reunião, ligou dizendo que a OAS iria coordenar uma arrecadação. Isso foi uma informação que ele deu”, disse o ex-presidente da Engevix aos procuradores da força-tarefa. 
 
Em outro momento, o ex-executivo afirmou que eles “não concordaram” com o pedido do ex-senador: “depois, mais para frente, ele, numa reunião de sócios, explicou que estava sendo pedido para ele uma quantia de R$ 5 milhões pelo senador Gim Argello, para que nós não fossemos chamados dentro do processo CMPI da Petrobras. O que nós não concordamos”, disse.
 
De acordo com a testemunha, a Engevix não pagou a quantia solicitada pelo parlamentar e que não conversou diretamente com Gim Argello sobre a CPI, nem teria recebido telefonemas do ex-senador.
 
Além da Engevix, as investigações apontam que houve pagamento de propina pelas empresas UTC, OAS, Toyo Setal e Odebrecht, para evitar a convocação de empreiteiros para depor nas comissões. Gim Argello teria pedido propina também às empresas Andrade Gutierrez e Camargo Côrrea, que não aceitaram o pedido. 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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