Mais de 70 trabalhadores são encontrados em condição análoga à escravidão em um dos garimpos mais lucrativos da América Latina

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Operação federal cita “servidão por dívida”, em que os garimpeiros realizavam atividade sem qualquer proteção

Imagem: Polícia Federal

Uma operação federal encontrou, nesta segunda-feira (29), mais de 70 garimpeiros vivendo em condições análogas à escravidão, em uma área de garimpo ilegal em Maués, no sul do Amazonas. As informações são do G1.

Segundo as investigações da Polícia Federal (PF), os trabalhadores praticavam no local o chamado “garimpo de poço” e produziam mais 6 quilos de ouro por dia, o que caracteriza “um dos garimpos mais lucrativos de toda a América Latina”.

Para o “garimpo de poço” os trabalhadores precisam operar debaixo da terra. Neste caso, as vítimas foram encontradas sem qualquer equipamento de proteção individual. 

Além disso, no local, foi apreendido alguns matérias, entre eles um caderno com anotações sobre supostas compras, ou dívidas, feitas pelos trabalhadores, para aquisição de cigarros, guloseimas, itens de higiene pessoal e até material de saúde básica, como curativos e doses de vacina.

Segundo os investigadores, os elementos indicam servidão por dívida, “evidenciando a exploração desumana dos trabalhadores“.

Caderno apreendido em garimpo ilegal em Maués (AM). | Foto: PF/Divulgação

Mineração Obscura

A operação, denominada “Mineração Obscura”, conta com equipes da PF, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho. A ação começou na última sexta (26) e deve seguir até a próxima sexta (3).

Até o momento, os órgãos envolvidos não divulgaram os nomes dos responsáveis pelo garimpo ilegal, se houve prisões em flagrante, nem quantos dos trabalhadores já foram resgatados.

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