Inquérito de bolsonarista que matou Marcelo Arruda não contou com apurações básicas pendentes

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Polícia Civil do Paraná está sendo pressionada a reabrir o inquérito do bolsonarista e apurar completamente o assassinato de Arruda

Marcelo Arruda, guarda municipal e tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu. Foto: Reprodução/CUT

Com a rápida conclusão do inquérito sobre o policial bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, que matou o guarda Marcelo Arruda, que também afastou o crime de ódio por motivação política, a Polícia Civil do Paraná está sendo pressionada a reabrir o inquérito e apurar completamente o caso.

A investigação foi concluída em apenas 5 dias, nesta sexta (15), e apontou não encontrar indícios de crime de ódio com motivação política pelo bolsonarista na festa de aniversário do guarda, decorada com a temática de Lula, em Foz do Iguaçu (PR).

Além da inconsistência da conclusão, o celular do autor do crime foi apreendido, mas não foi feita sequer a perícia e análise dos dados do celular de Guaranho. Ele foi indiciado por homicídio duplamente qualificado por “motivo torpe”, com pena de prisão de 12 a 30 anos.

Leia: Guaranho poderia ter cometido um massacre, diz Daniel Godoy Junior

Ainda nesta sexta, quando o inquérito foi concluído e sob ampla repercussão, o promotor Tiago Lisboa Mendonça, do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), pediu o resultado dos laudos periciais e o despacho de indicamento formal.

Apesar de preso no dia 9 de junho, após matar a tiros Marcelo Arruda em seu aniversário de 50 anos, o policial bolsonarista só foi alvo de busca e apreensão na quinta-feira (14).

Faltam perícias

Além dos dados telefônicos, também não foi concluído o exame do veículo apreendido, usado pelo atirador; a perícia de confronto balístico, da arma de Guaranho; a reconstituição do assassinato no local do crime; a leitura labial pelos vídeos na cena do crime, e outras diligências básicas.

Sem estes exames, o inquérito foi concluído em 5 dias absolvendo a motivação política do policial bolsonarista. Pressionada, a delegada Cecconello justificou que o prazo de entrega do inquérito terminaria nesta terça (19) e, caso não fosse entregue, poderia gerar a soltura momentânea do preso.

Entretanto, em casos assim, mesmo com o andamento do inquérito, tanto o promotor quanto a Polícia Civil poderiam pedir a extensão da prisão do assassino.

Em entrevista à GloboNews, a delegada admitiu que a perícia no celular de Jorge Guaranho pode abrir novas frentes de investigação. Entre as suspeitas, a partir dessas apurações que ainda não foram feitas, pode-se identificar o planejamento para o assassinato e a eventual participação indireta de outras pessoas no crime.

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