Investigação sobre tragédia na linha-4 do Metrô foi abafada com propina, diz jornal

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A investigação sobre o acidente que deixou sete mortos na linha-4 do Metrô, em 2007, quando José Serra (PSDB) era governador, pode ter sido abafada com pagamento de propina, diz reportagem da Folha de S. paulo desta quinta (17).

Profissionais ligados a três das construtoras que participaram do consórcio admitiram que negociaram o pagamento com um advogado que se dizia intermediário de um promotor de Justiça.

“Segundo as fontes ouvidas pela Folha, nas tratativas de propina em 2007 um dos representantes das empresas foi o advogado Fernando Maximiliano Neto, que já havia trabalhado no departamento jurídico da Odebrecht. Outro nome é o do advogado Ismar Marcílio de Freitas Jr., que dizia representar o então promotor Ruy Pires Galvão Filho.”

Galvão foi promovido a procurador e disse não ter atuado no julgamento do caso do Metrô. Ele nega recebimento de propina, mas “aparece citado de maneira cifrada em e-mail apreendido pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, segundo a Folha apurou.”

Na mensagem, funcionário da Odebrecht pede autorização para pagar o promotor. O valor seria de R$ 200 mil e a empreiteira teria de arcar com 20% disso. A propina total para abafar a investigação seria de R$ 3 milhões, segundo documentos apreendidos com a Camargo Corrêa na operação Castelo de Areia, em 2009.

A ideia era favorecer os executivos investigados no que foi o “maior acidente da história do Metrô de SP”, disse o jornal.

Coincidentemente, os 14 réus das empresas processadas pela tragédia foram absolvidos em primeira instância. A Justiça aponto que a Promotoria não conseguiu provar que os acusados tinham condições de evitar a cratera e as mortes. A Promotoria também não responsabilizou nenhum funcionário de alto escalão das empresas.

O Consórcio Via Amarela era liderado pela Odebrecht e incluia, ainda, a Camargo Corrêa, OAS, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez.

As fontes da Folha, porém, não puderam confirmar que o suborno foi realmente pago. Mas o veículo salientou que o simples ato de ofertar ou solicitar propina já configura crime de corrupção, de acordo com o Código Penal.

Nesta quinta (17), o Tribunal de Justiça julgará o caso em segunda instância.

O Ministério Público abriu inquérito no mês passado para apurar a denúncia.

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

11 Comentários

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  1. Os Frias brigaram com o Serra?

    O que intriga nessa história não é o apadrinhamento do MP paulista para proteger os tucanos a troco de muitos interese$$$$ e pendores ideológicos inconfessáveis.

    É o fato de a Folha ultimamente estar batendo tanto no Serra. Será que depois da morte do patriarca os herdeiros Frias se desencantaram com o “xanceler” ?

    Quem souber nos ajude a desvendar o mistério.

  2. Ia me mudar para a Paulicéia

    Que pena!

    Tendo em vista a prisão de tantos políticos no Rio, acreditei que só restaria para governar o País os ilibados juízes, militares e os políticos do PSDB da Terra da Garoa.

    Se não for verdade… Então… Quem sobrará? Os Marinho???!!!???

  3. Ministério público

    Ministério público paulista?

    Há quanto tempo o PSDB governa São Paulo?

    Será necessário no mínimo, 40 anos, após todos os procuradores paulistas atuais se aposentarem para que se consiga enxergar qualquer coisa com mais de uma opinião ou cor politica que não seja a do PSDB!

    Isso sim é que é aparelhar a máquina…

    Tô certo ou tô errado?

  4. foto utilizada na matéria

    Caro autor da matéria sobre o Metrô,

    Eu gostaria muito de utilizar a foto usada na ilustração em um livro técnico sobre Geologia de Engenharia que estará sendo lançado ainda esse ano.

    O motivo é que a foto é tomada por um ângulo que permite uma visualização ampla das características do acidente.

    Vocês a teriam em melhor resolução, e poderiam me informar a autoria para que possa ser devidamente citada?

    Atc

    Geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos

    tel 11 –  37221455

  5. Tragédia não

    Não foi tragédia, foi crime, foi irresponsabilidade de políticos da administração e dos empreiteiros.
    Pessoas morreram nesse crime e ninguém foi preso.

  6. NÃO VEM AO CASO, como

    NÃO VEM AO CASO, como determina o JUDICIÁRIO podre brasileiro. Aquele Judiciário que aposenta juiz corrupto com salário e participou do golpe. E do qual fazem parte procuradores, que conforme exigiu o beato Dellagnol, jamais poderão ser punidos por seus erros. É uma casta de marajás.

  7. Investigação na linha 4 do metro paulista

    Na “República dos Estados Unidos de Curitiba” e em terras paulistas por convicção os tucanos são inocentes até com provas em contrário.

    Diria o Fux que tudo é uma quimera, outra nada acharia na literatura e o destaque maior pediria vistas.

    A lista de Furnas, delações diversas, 450 kg de pasta de coca, anel rodiviário, metro, 23 milhões em dinheiro na Suiça, nada disso vem ao caso.

    Naquelas paragens se descobre contratos fraudados, parte dos recursos desviados, corruptores mas jamais corruptos. Um milagre tucano. Mais uns a juntar-se com chuva de dinheiro julgamentos “sorteados” para varas onde não há juiz e processos mal arquivados por 2 anos em que pese correspondências suiças . . .

    E depois dizem que santo de casa não faz milagres !

    Fazem sim e como fazem.

  8. Na época o IPT fez um laudo

    Na época o IPT fez um laudo detalhado sobre o desastre do Metrô. Aquele relatório foi considerado pelos doutores promotores para balizarem as responsabilidades? E o conteúdo do relatório, foi de conhecimento público? Não me lembro disso. Acho que a Diretoria do IPT poderia ajudar a elucidar o caso.

  9. É preciso divulgar…

    … o nome do promotor que atuou no caso, … e do juiz responsável por essa aberração… Não acredito que, o corrompido judiciário paulista anule esse julgamento, … mas, pelo menos, os nomes dos responsáveis por esse crime serão de conhecimento público.

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