Lava Jato usa morte de dona Marisa para dar fôlego ao caso do sítio

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Em 2016, a Lava Jato recusou delação de Alexandrino Alencar por achar que ele protegia Lula. Agora, vazamento de acordo homologado mostra que delator implicou dona Marisa
 
 
Jornal GGN – Com mais um vazamento, a operação Lava Jato tenta dar fôlego às investigações do caso do sítio de Atibaia, em que Lula é acusado de receber vantagens indevidas da OAS e Odebrecht através de obras no espaço.
 
Dessa vez, o vazamento é de delação do ex-diretor de relações institucionais Alexandrino Alencar, detalhando um suposto encontro com a ex-primeira-dama Marisa Letícia, em Brasília, ocasião em que ela teria falado da parte da reforma de responsabilidade da Odebrecht. 
 
Segundo informações da Folha, Alencar disse na delação que encontrou dona Marisa – vítima fatal de um AVC em fevereiro deste ano – em um evento no Centro Cultural do Banco do Brasil, em 2010, “durante a comemoração do aniversário de Lula.”
 
“Marisa teria pedido a ajuda do delator porque temia que as obras no sítio de Atibaia não terminassem antes do fim do ano, quando Lula sairia da Presidência. Até aquele momento as reformas estavam sendo tocadas por uma equipe contratada pelo pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente”, diz o jornal.
 
Alencar teria resolvido a questão deslocando funcionários da Odebrecht para a reforma, que custou, ao todo, cerca de R$ 500 mil, tudo por conta da Odebrecht. A OAS teria feito, depois, reforma na cozinha do sítio.
 
O delator ainda disse que a reforma foi feita para agradar o ex-presidente Lula, não havendo qualquer contrapartida, como contratos superfaturados com o governo. Ou seja, sinalizou que não há crime no caso do sítio de Atibaia, pois a reforma teria sido feita com recursos da empresa privada.
 
Esse trecho da delação de Alencar – que faz parte do pacote enviado pela Procuradoria Geral da República ao Supremo Tribunal Federal – desmonta boa parte das suspeitas em torno do sítio, mas não é nenhuma novidade para a Lava Jato. 
 
A informação foi publicada pela primeira vez em dezembro de 2016, pela própria Folha, numa reportagem sobre a força-tarefa recusar acordo de cooperação com o ex-diretor da Odebrecht por achar que ele estava protegendo Lula. 
 
“O sítio de Atibaia é outro ponto de atrito. O ex-executivo afirma que o valor de R$ 1 milhão gasto em benfeitorias pela Odebrecht na propriedade frequentada por Lula foi um agrado pela atuação do petista a favor do grupo baiano, e não uma contrapartida a determinados contratos com o governo federal”, disse a Folha. Leia mais aqui.
 
Alencar, afinal, conseguiu fechar um termo de delação. Que, como mostrou a Folha desta quinta (23), implicava diretamente dona Marisa Letícia, relatando um encontro que ela não pode rebater. Muito menos Lula, já que o delator disse nunca ter conversado com o petista sobre este assunto.
 
 
Em 28 de janeiro deste ano, a Polícia Federal pediu mais tempo para concluir o inquérito do sítio de Atibaia. A força-tarefa prometeu finalizar essa investigação em outubro de 2016. A apuração foi anunciado em 22 de fevereiro de 2016.
 
Em fevereiro passado, a Lava Jato também requentou material contra Lula, mas no caso triplex. Foi vazado à revista Veja um possível contrato de compra de apartamento no Condomínio Solaris, no Guarujá, onde o ex-presidente é acusado de possuir, de forma oculta, um triplex que está em nome da OAS. O material já estava nos autos da ação que Moro aceitou em setembro de 2016.
 
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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

14 Comentários

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  1. vai ser um “case”

    Na raspa do tacho da farsa jato tem a mesma mer#@.

    No desespero o menino moro e os beatos de bíblia de sovaco partindo para apelação convicção e ignorância.

    1. Seu comentário não é correto,

      Seu comentário não é correto, até mesmo porque criminoso.

      É necessário apenas que a própria justição ponha freio nos desmandos praticados por esse tal juiz moro. Este está se mostrando, ao meu juízo, incapaz de prosseguir à frente dessas demandas. Sua postura parcial e seus métodos aplicados, em notório confronto com a lei, já seriam, há muito, suficientes para afastá-lo – até mesmo da judicatura.

      Mas os Tribunais e a Corregedoria não têm essa capacidade. Deixaram e se tornaram reféns desse juiz.

      Vão pagar um preço muito caro por tais desmandos. Anotem o que digo.

       

    2. Apologia ao crime de

      Apologia ao crime de homicídio, assim como apologia a homofobia e racismo, é crime e dá cadeia. Inclusive para os donos dos Blogs.

  2. Quem vai tirar o brinquedo das mãos de Sergio Moro?

    Mesmo que dona Marisa tenha eventualmente perguntado/conversado com um dos diretores da Odebrecht sobre a reforma do sitio. E dai ? A reforma estava sendo feita de qualquer forma e, como todos afirmaram, sem contrapartida politica. Deve ter sido uma forma das duas empreiteiras agradecerem ao governo Lula que tanto fez para que as empresas brasileiras crescessem, ao contrario da canalha da Lava Jato que acabou com elas. E ademais, o sitio pertence a outra pessoa e Sergio Moro ja encheu a paciência de todo o Brasil com essa sua sanha persecutoria.

  3. Partes da delação de Marcelo

    Partes da delação de Marcelo Odebrech vazadas pelo site O Antagonista são devastadores contra Lula, Dilma, Palloci e Guido Mantega. As cifras são astronômicas.

  4. Não sou juiz, nem delegado,

    Não sou juiz, nem delegado, nem sei mais fazer conta de aritmética simples, aquela que o verdureiro faz sem papel e sem lápis. Mas estou achando que estão queimando muito fosfato com o Lula, coisa que até eu já resolvi. Seguinte, com a ajuda de uma calculadora somei as quantias propinadas por ele, 500 mil aqui, 150 lá, 1000 nas obras do sítio que não é dele mas isso não vem ao caso, 4 num barquinho de lata, mais uns 1 em pedalinhos. O restante é miudeza, cerveja, cachaca, geladeira de isopor e uma quantia que perdeu na sinuca e não quis pagar. Pagaram !. Somei tudo, não deu isso, mas arredondei para uns 2000 pra ficar mais fácil a conta. Atribuindo valor 1 para a propina do Jararaca e considerando esse numeral  referencial de 1 ano de cadeia, os caras poderiam de uma leva só acabar com a lavajato fazendo uma justica justa prendendo todos. Não vou entrar em detalhes aqui mas se alguém se interessar posso enviar os dados a que cheguei, inquestionáveis, há provas. Aos números: 

    Jararaca – 1 ano de cadeia

    Santo – 5 anos

    Careca – 20 anos

    Mineirinho – 50 anos

    Tem outros, mas não vêm ao caso.

    1. Segundo o Eduardo preffeito do RJ..

      …..Lula  tem mania  de pobre:  sítio, pedalinho, caixa de isopor….eita  piscinão de ramos !!!

      Deveria  fazer  igual ao doutor:  Fazenda, aseroporto no vizinho do lado (prá não  dar na cara), apezinho básico em Pariiiiis, outro em Higiene-city ….

      Fazendo assim:  não pega  nada !!!

  5. A canalhice desse sujeito,

    A canalhice desse sujeito, desse caipira de voz fina, é algo nunca visto. Agora requenta uma notícia passada e se vale da ausência de quem não pode mais falar. É necessário e urgente que ponham freios a esse agente internacional infiltrado nas instituições do Brasil. Até os ex-compradores de lanchas daquele estaleiro fechado em Santa Catarina por falta de clientes sabem onde pode chegar a sanha destruidora desse mentecapto traidor do Brasil.

  6. Bah, agora, incluir em

    Bah, agora, incluir em delatação as palavras de quem morreu? Bota merda nisso. Essa sujeira se espalha por todos os ditos órgãos oficialescos.

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