Lula agora é denunciado na operação Zelotes por tráfico de influência

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Seis meses após dizer na IstoÉ que tem convicção de que houve pagamento de propina na compra de mais de três dezenas de caças Gripen pelas autoridades brasileiras, a força-tarefa da operação Zelotes decidiu denunciar formalmente, nesta sexta (9), o ex-presidente Lula, agora por tráfico de influência.

À Justiça de Brasília, o Ministério Público Federal no Distrito Federal diz ainda ter indícios de corrupção contra mais três acusados: os empresários Maurício e Cristina Mautoni, da M&M, e o filho de Lula, Luiz Cláudio, sócio da LFT.

Em junho, membros da força-tarefa haviam dito que o prefeito Luiz Marinho, um dos principais defensores da compra dos Gripen porque o acordo com os suecos previa transferência de tecnologia e a construção de um novo polo industrial em São Bernardo e em São José dos Campos, também estaria envolvido. Mas agora os procuradores deixaram Marinho de fora. Eles também não conseguiram indícios mínimos de que o esquema teria movimentado 10 milhões de reais.

Também ficou de fora da denúncia a ex-presidente Dilma Rousseff, responsável por assinar uma Medida Provisória que liberou incentivos fiscais para montadoras de todo o País. Para o MPF, a MP 627/2013 favoreceu algumas empresas que teriam pago a M&M para viabilizar a medida junto ao governo Dilma. Mas a emenda que garantiu os benefícios fiscais é de autoria de Eduardo Cunha, algoz da ex-presidente no processo de impeachment.

Na “narrativa construída” pela Zelotes com ajuda da Lava Jato, Lula teria atuado diretamente na compra dos caças Gripen. A força-tarefa cita visitas e cartas de empresários da SAAB, e viagens internacionais de Lula e Dilma para sustentar a peça de acusação.

Dilma é excluída da denúncia porque “não sabia do esquema”.

Os procuradores afirmam que Luiz Cláudio recebeu 2,5 milhões de reais da M&M, que atuava no mercado usando o nome de Lula. O filho do ex-presidente diz que prestou serviços à empresa de Maurício Marcondes, mas a Polícia Federal produziu um relatório dizendo que houve fraude.

Leia, abaixo, a reportagem do MPF com detalhes:

O Ministério Público Federal em Brasília (MPF/DF) denunciou à Justiça quatro pessoas, entre elas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o seu filho, Luiz Cláudio Lula da Silva, pelos crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Apresentada no âmbito da Operação Zelotes, a ação penal é resultado de investigações que apuraram o envolvimento dos dois e do casal Mauro Marcondes e Cristina Mautoni – também denunciados – em negociações irregulares que levaram à compra de 36 caças do modelo Gripen pelo governo brasileiro e à prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio da Medida Provisória 627.

Segundo o MPF, os crimes foram praticados entre 2013 e 2015 quando Lula, na condição de ex-presidente, integrou um esquema que vendia a promessa de que ele poderia interferir junto ao governo para beneficiar as empresas MMC, grupo Caoa e SAAB, clientes da empresa Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia LTDA (M&M). Em troca, Mauro e Cristina, donos da M&M, repassaram a Luiz Cláudio pouco mais de R$ 2,5 milhões.

Ao longo de 154 páginas, os procuradores da República Hebert Mesquita, Frederico Paiva e Anselmo Lopes descrevem a atuação dos envolvidos nos dois fatos a partir da existência do que chamaram de “uma relação triangular”: um dos vértices era formado pelos clientes da M&M – que aceitaram pagar cifras milionárias por acreditar na promessa de que poderiam obter vantagens do governo federal – outro, pelos intermediários (Mauro, Cristina e Lula) e o terceiro, pelo agente público que poderia tomar as decisões que beneficiariam os primeiros (a então presidente da República Dilma Roussef). Durante as investigações, não foram encontrados indícios de que a presidente tivesse conhecimento do esquema criminoso.

A narrativa foi construída com base na análise de documentos apreendidos por ordem judicial – tanto no âmbito da Operação Zelotes quanto da Lava Jato – ( por meio de inquéritos policiais), além de informações prestadas em depoimentos, como o do próprio ex-presidente Lula e de um representante da SAAB no Brasil, Bengt Janér. Entre as declarações feitas pelo executivo da Quadricon, que, durante um período era contratada pela companhia sueca, está a de que, a partir de 2009, o processo de compra dos aviões tornou-se mais político do que técnico. Um Procedimento Investigatório Criminal (PIC), instaurado na Divisão de Combate à Corrupção, do MPF/DF, para apurar a compra dos caças também serviu de base para a ação.

Na denúncia, o MPF sustenta que a promessa de interferência no governo por parte do ex-presidente Lula (venda de fumaça) rendeu ao seu filho, Luiz Cláudio o recebimento de vantagens indevidas e que o valor repassado só não foi maior por causa da deflagração da Operação Zelotes, em março de 2015. Segundo a ação, a expectativa era de um recebimento total de R$ 4,3 milhões, sendo R$4 milhões da M&M e o restante da montadora Caoa. Entre os meses de junho de 2014 e março de 2015, a M&M fez nove pagamentos à LFT que somados chegaram a exatos R$ 2.552.400,00.

Compra dos caças

Em relação aos caças, a ação do MPF traz um relato detalhado do processo que durou oito anos. O edital para a compra – considerada a maior aquisição militar da América Latina e que viabilizaria o chamado Projeto FX -2 – foi lançado em 2006. No entanto, apenas em 2014, o governo brasileiro firmou contrato com a empresa SAAB para o fornecimento das aeronaves. A empresa sueca teve como concorrentes um modelo francês (Rafale) que, em 2009, chegou a ser anunciado como vencedor da licitação pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva – e um americano (Super Hornet) – que por algum tempo (2011 e meados de 2012), foi o preferido da presidente Dilma Roussef. Em declarações dadas ao MPF, o representante da SAAB afirmou que, nesse período, a empresa acreditou que seria preterida pelos americanos. “Joguei a toalha”, disse Bengt Janér.

O que se viu, no entanto, foi uma nova investida por parte da empresa sueca que já possuía um contrato indireto com a M&M (via Quadricon) e que, em agosto de 2012, passou a trabalhar diretamente com os brasileiros. As investigações realizadas por integrantes da Força Tarefa da Operação Zelotes revelaram que, ao todo, a M&M recebeu da SAAB € 1,84 milhão, sendo € 744 mil apenas entre 2011 e 2015. A explicação para esse reforço nos pagamentos está, segundo os investigadores, no fato de os lobistas Mauro e Cristina terem convencido os suecos que possuíam proximidade com o ex-presidente e que poderia contar com a sua influência junto ao governo para assegurar uma vitória na disputa concorrencial. “Assim, argumentos técnicos e indicadores de eficiência tornaram-se meros detalhes diante das jactadas proximidade e amizade a agentes públicos federais”, pontuam os autores da ação.

O MPF enviou à Justiça documentos que não deixam dúvida quanto à estratégia adotada pela M&M para convencer os parceiros da SAAB que poderia contar com o prestígio do ex-presidente para interferir na decisão governamental. Entre as provas, estão cartas endereçadas a Lula em, pelo menos, duas ocasiões. Uma delas foi elaborada em setembro de 2012 e recebeu o aval dos diretores da SAAB, na Suécia, antes de ser entregue ao destinatário. No texto, uma espécie de defesa dos caças produzidos pela empresa sueca. A ação penal também faz referência a uma intensa troca de e-mails entre funcionários da M&M e do Instituto Lula, com o objetivo de viabilizar um encontro entre Lula e o líder do Partido Sindical Democrata e futuro primeiro-ministro da Suécia Sueco, Stefan Lofven.

Documentos apreendidos na sede do Instituto Lula, em São Paulo, revelaram ainda a intenção do político sueco, que defendia a escolha do modelo fabricado pela SAAB, de se reunir com o ex-presidente Lula e a então presidente Dilma Rousseff na África do Sul, por ocasião do funeral de Nelson Mandela. Em 9 de dezembro de 2013 Lula e Dilma viajaram até o país africano com o objetivo de acompanhar a cerimônia fúnebre e, exatamente nove das depois, em 18 de dezembro, o governo brasileiro anunciou a decisão de comprar de 36 caças do modelo Grippen. Era o fim de uma longa disputa e a vitória do cliente da M&M.

Medida Provisória

As investigações da Operação Zelotes revelaram que, assim como em 2010 – quando foi negociada e aprovada a Medida Provisória 471-, do fim de 2013 até meados de 2014, a Marcondes e Mautoni agiu de forma irregular para garantir a aprovação da MP 627. Um dos artigos, incluídos pelo relator, o então deputado federal Eduardo Cunha, atualmente preso em Curitiba, garantiu a prorrogação de incentivos fiscais às montadoras MMC e Caoa até 2020, contrariando a posição técnica do Ministério da Fazenda. A partir da análise dos documentos apreendidos na fase preliminar da investigação, o MPF sustenta que o casal usou – nesse episódio – o mesmo procedimento adotado na negociação dos caças (vendeu a promessa de influência política de Lula) para convencer os clientes a firmarem contratos milionários como a M&M. Durante o processo de tramitação da MP 627, MMC e Caoa pagaram R$ 8,4 milhões, cada uma, à empresa de Mauro Marcondes.

Um documento manuscrito apreendido pela Polícia Federal na sede da Marcondes & Mautoni comprova a intenção de vender a influência. A anotação traz os nomes dos presidentes da Caoa e da MMC, Antônio dos Santos Maciel Neto e Robert de Macedo Soares Rittscher, respectivamente, . Há ainda referências aos então ministros Guido Mantega (Fazenda) e Aloisio Mercadante (Casa Civil) e à presidente da República, como as pessoas que dariam a “canetada”, ou sejam, permitiriam ou não a prorrogação do benefício.

A ação penal faz ainda referências a outros documento, também apreendido por ordem judicial, que registra a existência de “coisas contrárias” à aprovação da MP 627. O texto diz que a Fazenda está “trancando tudo” e cita, como justificativa para a resistência técnica à renúncia fiscal, o contexto econômico-fiscal desfavorável e a preocupação com a avaliação das agências de classificação de riscos. Há ainda a comprovação documental que, nesse período, Mauro manteve com os clientes uma intensa negociação e troca de mensagens acerca da discussão da MP no âmbito do Congresso Nacional. Paralelamente a esses contatos, o lobista encontrava-se pessoalmente com Lula para, segundo os investigadores, acertar os pagamentos pelo tráfico de influência. Um deles ocorreu poucos dias antes da inclusão do artigo 100 no texto da MP por Eduardo Cunha.

Na ação penal, os procuradores da República lembram que no fim de 2015, Mauro e Cristina foram denunciados pelo MPF pela prática de crimes durante a tramitação da MP 471. Em maio deste ano, o juiz federal Vallisney Oliveira condenou Mauro Marcondes a 11 anos e 8 meses de reclusão por associação criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro). No caso de Cristina, a pena imposta foi de 6 anos e 8 meses de prisão. ( ação penal 0070091132015 4013400). Caberá ao mesmo magistrado apreciar a denúncia referente ao caso dos caças e da MP 627.

Negociação financeira

O contrato entre o governo brasileiro e a empresa SAAB , no valor de U$5,4 bilhões, foi assinado em outubro de 2014. Já a Medida Provisória 627 foi convertida na Lei 12.973, sancionada em maio do mesmo ano. Documentos reunidos pela Força Tarefa revelaram que, nesse período, houve uma intensa movimentação entre os envolvidos. O período marca também o início dos repasses financeiros da M&M às empresas de Luiz Cláudio ( junho de 2014). Há registros, por exemplo, de que o filho do ex-presidente esteve em quatro ocasiões na sede da M&M e de que Lula, o filho e Mauro Marcondes se encontraram, também, quatro vezes no Instituto Lula. Os encontros, avaliam os procuradores, serviram para que fosse acertada a viabilização do pagamento das vantagens indevidas . Uma das provas é a constatação de que as minutas dos contratos foram elaboradas quase dois meses após a data informada como tendo sido a de assinatura dos documentos.

Como parte dos encontros presenciais entre os envolvidos ocorreu em 2015, após, portanto, à deflagração da Operação Zelotes, os investigadores afirmam que eles também serviram para a discussão de formas de se evitar a descoberta da prática criminosa por parte dos investigadores e da própria Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada do Senado Federal com o objetivo de apurar as irregularidades no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Mauro Marcondes chegou a ser convocado para depor da Comissão, mas alegou problemas de saúde para se livrar do compromisso marcado para o dia 6 de agosto de 2015. Informações anexadas à ação dão conta de que o possível depoimento de Mauro Marcondes à CPI era motivo de preocupação de Lula.

A ação judicial menciona ainda outros dois aspectos. O primeiro é o fato de existir uma vasta documentação que contradiz as afirmações feitas pelo ex-presidente em depoimento à Polícia Federal. Na época, Lula disse que, ao deixar o cargo, “tomou como decisão de honra não interferir na gestão do novo governo”, e que nem ele e nem seus parentes realizaram atividade de lobby.

O segundo se refere às provas de que a LFT não prestou nenhum serviço à M&M. Um relatório da Polícia Federal constatou que o material entregue pela empresa como sendo o objeto do contrato não passava de cópias disponíveis na internet, montadas após a deflagração das investigações. “Foram documentos apresentados impressos, sem data de formulação, sem arquivos digitais que permitiriam aferir sua “idade”. Tudo pós-fabricado”.

Para os procuradores que assinam a ação, não há dúvidas de que, pelo menos a partir de setembro de 2012, Lula tinha conhecimento da estratégia utilizada por Mauro Marcondes (de vender à SAAB, a MMC e à Caoa a ideia de que o empresário mantinha relação de proximidade com ex-presidente) e que viu nesse fato a oportunidade de garantir o enriquecimento do filho. Para isso, o ex-presidente valeu-se do trabalho de funcionários do Instituto Lula que, por meio de ligações telefônicas e e-mails, filtravam as conversas. “Assim, ele não subscrevia mensagens e os interessados num contato direto tinham que agendar encontro pessoal”, resume um dos trechos da ação.

Enquadramento dos crimes

Mauro Marcondes – Tráfico de influência ( três vezes), Lavagem de dinheiro (nove vezes), Organização criminosa e evasão de divisas (uma vez)

Cristina Mautoni – Tráfico de influência ( três vezes), Lavagem de dinheiro ( nove vezes), Organização criminosa e evasão de divisas (três vezes)

Luiz Inácio Lula da Silva – Tráfico de influência ( três vezes), Lavagem de dinheiro ( nove vezes), Organização criminosa

Luis Cláudio Lula da Silva – Lavagem de dinheiro ( nove vezes) e organização Criminosa

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

31 Comentários

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  1. Prendam o rei da Suécia! (Estadão, 25.03.2010)
     

    Rei faz lobby no Brasil por caça sueco

    Carl Gustav tenta reverter decisão política do governo em favor dos jatos franceses Rafale

         

    Tânia Monteiro, Leonencio Nossa,
    O Estadao de S.Paulo

    25 Março 2010 | 00h00

    / BRASÍLIA

    Certo de ainda poder reverter a decisão política do governo brasileiro em favor dos caças Rafale, da francesa Dassault, o rei Carl Gustav, da Suécia, aproveitou todas as oportunidades que teve no Brasil, nos últimos dois dias, para reforçar seu lobby pelos aviões Gripen NG, da Saab.

    Seu esforço para “chamar a atenção” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a importância da venda de 36 caças suecos à Força Aérea Brasileira (FAB) foi observado no jantar de terça-feira, no Palácio da Alvorada, e na reunião de trabalho e almoço no Itamaraty, ontem.

    Apesar de já ter sido feita a escolha em benefício da parceria estratégica Brasil-França, Lula calou-se quando abordado por Carl Gustav sobre o processo de compra durante a reunião de trabalho. Passou a palavra ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, que preferiu dizer que o processo está em fase de conclusão e terá de ser submetido ao Conselho de Defesa Nacional.

    O cuidado se deve ao fato de o lobby do rei sueco não ter se esgotado na visita oficial a Brasília. Vai prosseguir em São José dos Campos (SP), onde percorrerá a fábrica de aviões da Embraer.

    De acordo com Carl Gustav, Brasil e Suécia têm potencial de desenvolver parcerias em alta tecnologia, especialmente na área aeronáutica. Na reunião com Lula, a delegação sueca havia insistido na complementação entre as duas indústrias, a civil Embraer e a militar Saab.

    Em seu discurso, Lula evitou tratar do assunto e optou por comemorar o crescimento do comércio bilateral, que saltou de US$ 900 milhões para US$ 2,3 bilhões entre 2003 e 2008, e elogiou a atuação das empresas suecas no Brasil. Em entrevista, disse que espera os estudos definitivos sobre os caças para anunciar sua decisão, após ouvir o Conselho de Defesa, em abril, e todos os setores da sociedade civil.

    “É preciso ter cuidado necessário porque estamos num ano atípico, que é um ano eleitoral, e uma coisa dessa envergadura não pode ficar à mercê de especulação política”, disse Lula. “É uma coisa que custa muito dinheiro e que não vai ser paga no meu governo. Por isso, tenho de ter mais cuidado e responsabilidade.” / COLABOROU DENISE CHRISPIM MARIN

    MAIS CONTEÚDO SOBRE:

     

  2. Prendam François Hollande !!!!!! ( 12.12.2013)

    NO BRASIL, HOLLANDE RETOMA LOBBY PELO RAFALE

     

    Presidente francês desembarca no país acompanhado do presidente da Dassault, Eric Trappier, que disputa a licitação para renovar a frota da FAB (Força Aérea Brasileira) ao lado dos caças da Boeing e da Saab; além de um negócio estimado em pelo menos US$ 5 bilhões, Hollande pode conquistar preferência da Índia na compra de 126 aviões e, acima de tudo, o respeito do empresariado francês, decepcionado com a crise; reportagem de Roberta Namour, correspondente do 247 na França

     

    12 DE DEZEMBRO DE 2013 ÀS 07:35 // RECEBA O 247 NO TELEGRAM Telegram

     

    A França é sondada para a concorrência desde o governo de FHC. Mas foi no último ano do governo Lula que o país, na época comandado por Nicolas Sarkozy, assumiu a dianteira. No entanto, na chegada de Dilma Rousseff ao poder, o assunto foi engavetado e os franceses voltaram à estaca zero.Roberta Namour, correspondente do 247 em Paris – O presidente francês François Hollande desembarca nesta quinta-feira no Brasil com um objetivo em mente: retomar as negociações da venda do Rafale. Oficialmente, o propósito da visita é a assinatura de acordos nas áreas de educação e ciência e tecnologia. Mas Hollande traz em sua comitiva o presidente da Dassault, Eric Trappier, que disputa a licitação para renovar a frota da FAB (Força Aérea Brasileira) ao lado dos caças da Boeing e da Saab.

    O Rafale acabou perdendo terreno para o F-18 Super Hornet, da Boeing, considerado tecnicamente superior. Mas desde o episódio da espionagem do governo brasileiro pela agência de segurança dos EUA, ele voltou ao jogo.

    Para a França, obter o acordo com o Brasil representa mais do que um negócio estimado em pelo menos US$ 5 bilhões. Até hoje, o Rafale nunca foi exportado. Ao fechar com a FAB, o país conquistaria um argumento de peso diante da Índia, que desde 2012 negocia um contrato de venda de 126 aviões.

    Além disso, Hollande ganharia mais respeito diante do empresariado francês. Em plena crise na Europa, o socialista tem perdido suas principais fortunas desde que instituiu uma pesada carga fiscal para distribuição de renda.

     

  3. “Escândalo” sob medidas para interesses estadunidenses.

    Olha a “colaboração” da Lava-Jato com o governo estadunidense aí, gente!

    Não vou citar a fábula inventada pelos procuradores-talebans pois ela é tão ridícula que não merece ser comentada.

    O que interessa no caso, além de mais uma tentativa tosca de incluir o ex-Presidente em algum “rolo” fictício para tentar cassar a sua probabilíssima candidatura presidencial é a evidente interferência estadunidense para tirar os suecos de seu caminho na concorrência pela aquisição dos caças pela Força Aérea Brasileira.

    O dinheiro que a McDonnel Douglas ganharia com a troca dos Grippen suecos pelos seus F-18 é o que menos importa no episódio. A não transferência de tecnologia para a Embraer mais os termos draconianos de um contrato que seria celebrado com o governo servil do Brasil afetariam toda a Defesa nacional, as três armas. Além disso, o círculo de controle militar do território brasileiro pelos estadunidenses seria fechado. A “defesa” da Amazônia está com a Raytheon, a “defesa” aérea de todo o território ficaria com a McDonnel Douglas e uma base militar estadunidense seria instalada em Alcântara, no Maranhão.

    As tentativas brasileiras de ter controle soberano do território foram sistematicamente sabotadas pelos estadunidenses e seus aliados locais. As explosão que acabou com o projeto do VLS brasileiro, a prisão do Almirante Othon (idealizador do submarino nuclear brasileiro) pelo juiz amigão dos EUA e agora, a troca dos Grippen pelos F-18 na esteira de um “escândalo”.

    Apenas um levante popular poderá mudar tal estado de coisas devolvendo o Brasil aos brasileiros.

    1. Já está quebrado

      Tem uma vaquinha virtual rolando aí no Catarse,para levantar 500 mil para viagens. O Instituto Lula dificilmente chega a metade de 2017 aberto. Institutos de ex-presidentes, no mundo inteiro, dependem de doações/palestras para sobreviver. Secou tudo. enquanto não mandarem Lula e a família de volta para uma casa de Cohab, de 50m2 em S. Bernardo, a vingança não estará completa. 

      1. Mas será que ao final desta

        Mas será que ao final desta putaria, Lula sendo absolvido, as custas judiciais não serão arcadas pela bandidagem da farsa a jato ou pelo estado brasileiro ?

      2. Lula e seu instituto iria a

        Lula e seu instituto iria a falência se este golpe durasse mais de dez anos, mas AINDA BEM que não chegará a tanto…

        Se eu fosse um CEO de uma grande empresa já começaria a agendar algumas palestras com o Lula, pois o grande líder é uma das pouquíssimas pessoas que ajudarão a dar um novo rumo ao Brasil após esta maldita ditadura .

         

    2. Estratégia que não vai dar

      Estratégia que não vai dar certo, Marcelo. Lula pagará seus advogados fácil, fácil, vai vender algumas ações da Friboi e algumas cotas do Itaquerão, pronto, paga tudo. Sem contar que ainda sobram a Havan, a “Luiz de Queiroz” e o que tem em Portugal. Estava me esquecendo, tem o prédio do MASP também.

      1. E de lambuja…

        agora sabemos, tem os caças suecos também, é só dá uma ligada pra Putin ou Maduro e acertar a venda, isso sem falar nos caríssimos pedalinhos, nesse caso ele tem que barganhar como Dona Marisa Letícia, e na torre do Oi.

  4. Prendam o Sarkozy!!! (Estadão, 06.11.2010)

    França faz lobby de caça em simulação de guerra

    Sarkozy trouxe modelo Rafale C, que disputa concorrência da nova frota da FAB, para treinamento com pilotos na Base Aérea de Natal

         

    Anna Ruth Dantas, especial para o Estado ,

    06 Novembro 2010 | 13p5

    NATAL – Enquanto o governo não anuncia a decisão sobre a compra dos novos caças para a Força Aérea Brasileira, os franceses investem no lobby durante a Operação Cruzeiro do Sul (Cruzex), que acontece em Natal. O governo da França trouxe pela primeira vez para apresentação no Brasil caças Rafale C, que participam da concorrência da FAB.

     

     

    Neste sábado, aterrissaram na Base Aérea de Natal quatro dessas aeronaves, que contam com a preferência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já a Aeronáutica prefere o Gripen sueco, alegando vantagens técnicas.

     

     

     

    No total, 26 pilotos franceses farão a simulação de guerra, sendo 14 em Rafales e 12 em Mirages. O comandante do esquadrão, tenente coronel Michel Sebastián, nega que a participação do Rafale na Cruzex esteja relacionada à compra pelo governo brasileiro. “Essa é uma aeronave de muitas vantagens, com um ótimo desempenho e que faz longos treinamentos. A decisão do Rafale estar aqui foi da Força Aérea Francesa”, enfatizou.

     

     

     

    Porta-voz da Cruzex, o coronel Henry Munhoz destacou que a FAB não opina no tipo de aeronave que os países participantes trazem. “Essa troca de experiência com outros países é muito importante para os pilotos.”

     

     

     

    A Cruzex, que funciona como treinamento de guerra, terá cem aeronaves vindas da Argentina, Chile, Estados Unidos, França e Uruguai, além do próprio Brasil.

     

  5. Trafico de influencia quando

    Trafico de influencia quando Lula nem era mais presidente?

     

    inventaram um novo tipo criminal? D. Maria Leticia escapou dessa ou a esqueceram apenas? Cada uma, isso só foi para salvar o pescoço do santo, e desviar o namorico do juiz-paladino com os politicos mais sujos do que pau de galinheiro……….

    1. Vero…

      o “pixuleco” é phodão, agora descobrimos que tem uma frota de caças supersônicos.

      Ninguém pode com ele… te cuida Putin.

  6. Alckmin é denunciado pela Odebrecht

    No mesmo dia em que  Geraldo Alckmin é denunciado pelo recebimento de propina de R$ 2 milhões a mídia contra ataca com este factóide sobre Lula. Provavelmente estavam aguardando este momento para mais esta manipulação.

  7. Não vou me alongar muito no

    Não vou me alongar muito no que já me parece o mais puro DESESPERO do PF e do Ministério Pública por conta da perseguição sem trégua ao Lula. Mesmo porque fiz uma leitura bem rápida para não perder gastar meu tempo no que já antevia.

    Impressiona nessas narrativas acerca dos supostos crimes do Lula é a extrema facilidade com que eles arquitetam cenários, situações e supostamente fatos. A tadinha da lógica é a primeira a das vítimas na sequência de impropriedades. 

    Vou deixar para os mais pacientes a fácil missão de desmontar linha por linha mais essa instrumentalização abusiva do aparato repressivo do Estado para fins politiqueiros. 

    PS: quem diria, hem? A portentosa Operação Zelotes, que começou tendo por alvo grupos econômicos poderosos, incluindo as Organizações Globo, envolvendo bilhões e bilhões, terminasse nas (sempre) merrecas destinadas aos familiares do Lula. 

    1. Nem dá prá se alongar

      Compra de equipamento militar estratégico é coisa fácil, escolhe o modelo na internet e depois é só acertar o preço? E se tiver dois ou tres concorrentes, chega um zé-arruela em termos de conhecimento de tecnoligia militar sensível, dá um terê-tê-tê-de-pé-de-oréia na Dilma – outra zé-arruela no tema – que, de repente emprenhada pelo ouvido, decide de supetão, sem mais nem menos, pelo Gripen da Saab. Tá bom…

      Negocinho de USD 5 bilhões, sem contar a transferência de tecnologia e a integração com a industria bélica nacional o que lhe traz um novo inpulso em capacitação de engenharia, produto e processo. Pra acertar todo esse esquema, o Pobre, pede 0,03% de comissão, dos quais só recebe metade e está pronto para ir em cana pro resto da vida. 

      Todo esse puta esquema, acertado com dois testas-de-ferro da Saab e o filho laranja. Mais ninguém. Nenhum membro do staff  militar, equipe dos diversos ministérios ou pessoal técnico envolvido no projeto deu qualquer bitaca ou teve participação na decisão. Deve ser assim, porque mais ninguém foi denunciado.

      Nota oficial da FAB, assinada pelo Brigadeiro do Ar Pedro Luís Farcic, Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, datada de 10/04/2015, dá os esclarecimentos pertinentes (Dsponível em: http://www.aereo.jor.br/2015/04/10/nota-oficial-da-fab-sobre-a-aquisicao-de-cacas-gripen-ng/. Acesso em: 09 de dez. 2016).

      O coronel Julio Cesar Cardoso Tavares,gerente do projeto F-X2, em declaração à revista especializada na ára de defesa e indústria bélica, Tecnologia e Defesa, destacou a importância da participação da FAB na BID Brasil para, também, poder mostrar à sociedade brasileira como os recursos públicos estão sendo investidos. Para ele, os projetos em desenvolvimento na FAB são vias de mão dupla, ou seja, de um lado, promovem o aparelhamento da Força, de outro, proporcionam ganho de conhecimento. “A transferência de tecnologia prevista no projeto do Gripen NG vai permitir que, no futuro, o Brasil desenvolva seu próprio caça supersônico”. (PLAVETZ. Ivan. Gripen NG será destaque da FAB na 4a. Mostra BID Brasil. Tecnologia e Defesa. 26 de set.16.Disponível em:http://tecnodefesa.com.br/gripen-ng-sera-destaque-da-fab-na-4a-mostra-bid-brasil/. Acesso em 09 de dez.2016).

       

  8. Durante a semana em curso foi

    Durante a semana em curso foi manchete braba pra todo lado. É uma suruba em São Paulo com Aécio quase beijando a boca de Moro, num espetáculo de sorrisos; foi uma batucada com Fagner cantando pra Moro e seus comparsas, num restaurante regado a bebidas também; foi denúncia contra Alkmn; foi Alkmini esculhambando com Lula, como se realmente santo ele fosse; foi Renan esculachando o STF em não aceitar a presença de Oficial de justiça, com desdobramentos terríveis pra nossa República, visto que fez-se acordos espúrios entre Carmem Lúcia e Temer para Renan não sair da sua condição de presidente, desde que deixasse pra lá o projeto de lei contra abuso de autoridades, etc.etc. até que, num passe de mágica, Lula volta à cena, desta feita por mais uma série de denúncias que envolvem também seu filho.

    O que não cabe na cabeça de ninguém é que Lula só é denunciado, por qualquer um, sempre por usar seu poder de influência. As estórias ficam bem compridas para aumentarem as especulações midiáticas, e o ódio dos anti-petistas, mas, em matéria de números, ou termnam com umas migalhas, ou com nem mesmo migalhas. É como se Lula, cheio de influência, fosse um imbecil completo, para usar de mecanismos ilícitos porém sem sair no lucro. O triplex não é dele; a casinha de praia também não, e tudo mais que se disse não revela que ele tenha embolsado milhões, tão pouco que tem contas no Exterior. Por isso é que essa turma fica pocessa, criando uma montanha de denúncias, todas com final complicado para Lula, que tem que gastar muito pra manter seus advogados, estes, por seu turno, sempre indignados na medida em que só vê nos autos denúncias vazias, isentas de provas concretas.

    Os simples mortais usam e-mail, e tudo que dispõe a Intenet para se comunicar, como Lula pode ser punido por fazer o mesmo, se tinha, naqualidade de Presidente, condições para governar; contatar com o mundo, e, portanto, fazer negócios voltados para o desenvolvimento do Brasil. 

    A perseguição é grande, injusta, e sem chance de dar vitória aos desafetos do ex-Presidente, porque sempre haverá falta de provas, e mais que nunca faltarão se queme stiver por trás sejam os seus maiores inimigos, tipo Moro. 

    Tudo tem por trás abafar a suruba, a zona entre Legislativo e STF, as denúncias contra Alkmin e tantos outros tucanos delatados na Lava Jato, etc.

     

  9. Provas?

    Até o presente, absolutamente nenhuma. E o relatório da Aeronáutica foi Lula que fez? E a MP foi ele que redigiu? Os irresponsáveis de Brasília morrem de inveja dos de Curitiba. Não parece?

     

  10. Antes do Brasil fechar com a
    Antes do Brasil fechar com a Grippen o senador norte-americano MacCain veio ao nosso país fazer tráfico de influência em favor do caça F-18 “made in USA”. Ele se reuniu com a presidenta Dilma Rousseff, ambos foram fotografados e dezenas de páginas foram escritas sobre a visita dele.

    MacCain também será denunciado por tráfico de influência ou o MPF só tem colhões para perseguir Lula?

  11.  
    Essa perseguição do MPF

     

    Essa perseguição do MPF está extrapolando todos os limites. Chegará o momento que nem Lula nem o povo vai aguentar mais.

  12. aos/às que são da área jornalística…

    recomendo garimparem decisões de primeira instância negando que Lula fosse incluído até mesmo como simples testemunha nesses assuntos de tráfico de influência durante seu governo

  13. Inacreditável

    É difícil de acreditar que instituições que foram criadas para zelar pela lei, pelo estado de direito e para manter plena a nossa democracia chegue ao nível de degradação, como é o exemplo claro do MPF. A ridicularidade do momento é essa tresloucada e esfarrapada tentativa de, mais uma vez, encaixar Lula na louca viagem criada na cabeça da coligação golpista, onde diz enxergar a participação ativa do ex- Presidente em malfeitos na operação zelotes. Acredito que tudo isso é para espezinhar a paciência dos advogados e manter todos ocupados em apagar os incêndios ateados pela coligação, que inclui a grande mídia, o judiciário paranaense, a PF e o MPF. Parece que estão tentando jogar fumaça nos efeitos da delação da Odebrecht, que, finalmente, menciona Temer, Alckmin, Serra, Moreira e Padilha entre outros. Mais uma vez tentam impingir à população o velho mote de que, uma mentira repetida constantemente pode virar uma verdade. Por outro lado, temos uma coligação golpista, que está sendo vista como inconseqüente, incompetente, mentirosa e desacreditada pelas diversas acusações que não consegue provar contra Lula, apesar da incessante campanha de difamação que fabricam por vários anos. Ao enfiar os pés pelas mãos e ao subestimar a população, quando deixa de fora malfeitores que foram delatados em várias acusações de diferentes delatores, o castelo da coligação golpista vai desmoronando. E é bom deixar claro, que desmorona tanto por suas práticas de atuações duvidosas e suspeitas, quanto pelas constantes imagens de ligações perigosas de seus lideres, certo Moro?  Eles se comportam como se não tivessem sido flagrados em surpreendentes intimidades com delatados. Devem imaginar que ainda conseguem enganar o cidadão comum, como era no início, mesmo estando ao lado de acusados fortemente incriminados, através de indecorosos indícios de crimes, que, por sua vez, são mais graves, do que aqueles tentam creditar a Lula. Devem imaginar que conseguem esconder a vergonha que vem passando, por conta de sua incompetência e de suas reprovadas covardias. O que se faz mais difícil de acreditar é que nessas instituições, que ganharam toda a proteção, toda infra-estrutura, toda segurança e uma estabilidade salarial, para não se contaminarem com as tentações que lhes chegam por todos os lados, exista agentes que se mostrem fracos, vulneráveis, venais, partidários, preconceituosos e incompatíveis de lidar com cargos de poder, que exigem respeito, ética, imparcialidade, honestidade, lealdade e honra,

  14. Ridículo!

    Valor da compra de 36 caças – US$ 5,4 bilhões

    Sejamos generosos com os acusadores –  expectativa MÁXIMA de 4,3 milhões de Reais e em abril de 2015 US$ 1.00 valia R$ 3,00 – então dá US$ 1.440.000,00, mas só saiu R$ 2.500.000,00 que em dólar dá US$ 840.000,00

    O percentual que PF atribui a corrupção do LULA equivale a 0,027% do valor contratado e não recebido e a 0,016% do valor que afirma que ele recebeu…

    A cidade administrativa em MG eram 5% neste valor dos caças dariam US$ 270.000.000,00!

    Na visão deste camaradas até para corrupção o LULA é um pixuleco..

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