Mais próximo de Temer e do grupo Libra, Rodrimar pede investigação separada

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Agora mais próximo dos indícios levantados contra o grupo Libra, um dos principais doadores de campanha de Michel Temer, e dos negócios e articulações criados pelo coronel João Baptista Lima Filho, amigo do mandatário, a Rodrimar quer o desmembramento de suas investigações do inquérito dos Portos.
 
Eles alegam que “a empresa não está envolvida em nenhum fato ocorrido durante o mandato do atual Presidente da República”. Por atuar no Porto, a Rodrimar foi apontada pelos investigadores como uma das possíveis beneficiárias do decreto assinado pelo mandatário já quando assumiu o cargo maior do Executivo, em 2017. 
 
A suspeita, ainda sem muitos indícios, é de que a Rodrimar teria pagado propina a Temer por meio de seus assessores para que o decreto seja assinado beneficiando a empresa. Só que os executivos sustentam que “não há qualquer justificativa para que eventual investigação em seu desfavor continue se desenvolvendo no bojo do presente feito”.
 
O inquérito dos Portos, que mira o mandatário e seus amigos, e teve a Operação Skala deflagrada em março, com a prisão do coronel Baptista e do advogado e ex-assessor do emedebista, José Yunes, a Polícia Federal realizou buscas e apreensões, entre elas um contrato da Argeplan, empresa do coronel Lima e também alvo do inquérito, com o grupo Libra.
 
É neste contrato que os investigadores centram-se agora. Isso porque os negócios que manteve o coronel são suspeitas de possíveis lavagens ou repasses indiretos para o atual presidente da República, sendo ele apontado como o principal elo de propina das arrecadações de Temer.
 
A notícia mais recente do inquérito dos Portos é que a Polícia Federal está prestes a concluir o resultado da análise desse contrato e dos demais docuemtnos apreendidos em março, para serem entregues à Procuradoria-Geral da República e possivelmente se tornar uma denúncia.
 
O documento que relacionava a Rodrimar no caso era uma planilha datada dos anos 90, que incluia empresas da área portuária que estariam repassando um total aproximado de R$ 340 mil mensais ao hoje presidente do Brasil. Entre estas empresas, aparecia o nome da Rodrimar.
 
Mas, para a defesa da empresa, “inexiste indicativo de qualquer eventual contrapartida recebida pela Rodrimar” e não há a configuração da prática dos crimes. 
 
Hoje o inquérito tramita nas mãos do ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), e foi recentemente prorrogadas as coletas de provas por mais 60 dias. A Rodrimar quer que a apuração relacionada à empresa seja desmembrada e levada à primeira instância.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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