MPF reconhece legitimidade da ação popular contra venda da Eldorado à Paper Excellence

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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O MPF argumenta que a Paper deveria ter obtido uma autorização do Congresso para controlar terras no Brasil por meio da Eldorado

Eldorado Celulose. | Foto: Divulgação

O Ministério Público Federal (MPF) enviou, na última quarta-feira (24), uma manifestação ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) pela continuidade de um processo que pede a anulação da venda da Eldorado Celulose, da J&F, à empresa indonésia Paper Excellence. Conforme já noticiado pelo GGN, o caso Eldorado expõe os negócios obscuros da indústria da anticorrupção da extinta Operação Lava Jato

No parecer encaminhado ao TRF-4, o MPF argumentou que a Paper Excellence deveria ter seguido a lei 5.709/71 e ter obtido autorização prévia do Congresso Nacional para controlar terras no Brasil por meio da Eldorado Celulose.

O controle de extensas áreas de terras rurais por estrangeiros, diretamente ou por interpostas pessoas, está imbricado [ligado] com riscos econômicos e ambientais, a que estarão submetidos os nacionais, daí ser justificável, a bem da soberania nacional, o controle previsto na lei e na Constituição”, escreveu o procurador Fábio Nesi.

No parecer, o MPF reconhece a legitimidade da ação popular contra a transferência da Eldorado para a Paper e também recomenda que o caso volte a tramitar na primeira instância da Justiça, em Chapecó, Santa Catarina.

O parecer do MPF é a décima manifestação de instituições estatais em favor da aplicação das regras previstas na lei 5.709/71 no caso Eldorado. Em dezembro passado, inclusive, o mesmo argumento foi utilizado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em uma nota técnica.

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1 Comentário

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  1. Aos um querendo passar a boiada em meio as recentes turbulências de troca de ministro, de indicação para o STF, o Beto presidencial aos mais de 5 bilhões e aos mandatos de busca e apreensão, por enquanto, contra Jordy
    e Ramagem.
    Não colou para os experts e o MPF melou toda transação.

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