O Jornal GGN e o DCM vão investigar a indústria da delação premiada na Lava Jato e contam com você

Concordo. Lamento muitíssimo

Concordo. Lamento muitíssimo não poder participar quando o custo dessa ajuda for revelar dados pessoais, CPF, endereço, coisas assim.

O cadastro no DCM, mesmo você tendo que restringir a doação em R$ 25,00 para ser anônima, pede CPF; o boleto do GGN pede endereço… facilmente eu depositaria em espécie em qualquer banco que fosse indicado, e sem nenhuma recompensa. Como se já não fosse recompensa suficiente ter, tanto no GGN quanto no DCM, Jornalismo decente, rs…

– “Ah. mas seus dados ficarão seguros.”

Confio totalmente nos sites mas nem um pouco em firmas como os bancos. Há pouco vimos o Santander cancelar uma exposição por pressão do MBL. Será que a história é essa mesmo? Não tenho como afirmar que é o que acontece mas não me surpreenderia saber que o Santander financia, ainda que extraoficialmente o MBL, por exemplo. Santander, o banco que fez campanha, via extrato a seus clientes, não diretamente pela eleição de Aécio e sim contra a eleição de Dilma. Não apenas usou o banco de dados de seus clientes (quanto custa o banco de dados do Santander?) como veiculou a campanha usando relatório obrigatório. Imagine a briga interna nesse banco, de seu funcionário responsável pela imagem da firma contra o seu funcionário responsável por investimento em cultura… Isso se essa história não foi armação desdde o começo:

– “A gente aprova a exposição para depois desaprovar.Passa a imagem de quem respeita o clamor popular nas duas: fazendo a exposição e desmanchando-a. E no final, asperge um pouco de moralismo conservador, que afinal é o que está garantindo o golpe contra um governo que não queremos desde o começo.”

Sei lá… só sei que não confio em banco.

Não só união da mídia independente, mas o apoio dos leitores

Em maio/2017, quando a Carta Capital lançou o apelo dramático e iniciou campanha por mais assinantes alegando asfixia financeira, postei na minha página do Facebook o texto abaixo, que julgo oportuno reproduzir, pegando carona no seu comentário. O momento é dramático e o inverno será muito longo. Eis: 

Entre 1978/80, quem trabalhou na Cacex/BB, em São Paulo, acostumou-se com uma figura inesquecível. Não lembro o nome da menina, sempre correndo esbaforida portando uma enorme sacola tiracolo cheia de imprensa nanica, alternativa e clandestina, que ia espalhando pelas mesas. Não era uma oferta, era compulsório, na volta passava recolhendo o dinheiro.

No fim de semana, minha também bolsa tiracolo parecia um aparelho, de lá saltavam o Movimento, Opinião, Ex, Voz Operária, livros do Plínio Marcos comprados na fila do teatro, e o Pasquim, mais uma batelada de imprensa sindical, que começava a botar a cabeça de fora, tudo por causa de um barbudo lá de São Bernardo. Tudo vendido pela incansável colega, que percorria os dois prédios ligados, 11 andares na Cacex e 21 no BB. Uma militante como poucas que vi na vida, sua paixão e dedicação à causa eram comoventes.

Naquele tempo (expressão geriátrica), tínhamos a exata e perfeita noção de que aquelas publicações, para existirem, dependiam de nós. Tirar o dinheiro do bolso e pagar não era um ato comercial, de aquisição de uma mercadoria, para se livrar da insistente colega, mas um ATO POLÍTICO, de participar do processo político da época, de incipiente abertura. Era muito bom fazer isso.

Afinal, quem iria anunciar na chamada imprensa alternativa? Sem esquecer que logo ali, em 1979/1980, as bancas que vendiam essas publicações começariam a explodir, num ato desencadeado pelos porões do agonizante regime. Foram FUNDAMENTAIS para a formação política de uma geração, e contribuíram em muito para o fim do regime e a redemocratização do País.

Decorridos 39 anos, estamos vivendo situação extraordinariamente parecida. Publicações, blogues e sites ameaçados de extinção, asfixiados financeiramente, não é só a Carta Capital e o seu dramático apelo. Se ainda não repararam, TODOS estão pedindo ajuda. Há ainda um problema adicional, a canibalização, com blogues, sites e revistas disputando os mesmos colunistas.

Estamos de volta a 1978, procure uma mídia da sua preferência para chamar de sua e adote-a. Não tem outro caminho, o inverno será longo.