Os desdobramentos do assassinato do delator do PCC

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

Empresário foi executado a tiros, no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Ele foi jurado de morte pelo PCC, em meio a acordo de delação com o MPSP

Antônio Vinicius Lopes Gritzbach. | Foto: Reprodução

O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) identificou os quatro policiais militares contratados para fazer a escolta particular do empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, delator da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Os agentes foram afastados de suas funções neste sábado (9).

Gritzbach foi executado a tiros, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na tarde de ontem. O empresário foi ameaçado de morte pelo PCC e alvo de um atentado no Natal do ano passado.

Nos últimos meses, por meio de acordo firmado com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), o empresário entregou esquemas criminosos do PCC. Gritzbach era réu em processo acusado de lavar R$ 30 milhões em dinheiro do tráfico de drogas. 

Neste cenário, os policiais Leandro Ortiz, Adolfo Oliveira Chagas, Jefferson Silva Marques de Sousa e Romarks César Ferreira de Lima foram contratados para cuidar da segurança pessoal do empresário. Os agentes estavam na ala de desembarque do terminal 2 do aeroporto de Guarulhos, onde o delator sofreu a emboscada.

Os telefones celulares dos PMs foram apreendidos pela 3ª Delegacia de Atendimento ao Turista (Deatur) do aeroporto, onde prestaram depoimento e foram liberados. Hoje, o DHPP e a Corregedoria da PM também ouviram eles. 

Os policiais afirmaram que o carro que buscaria o empresário no aeroporto quebrou durante o trajeto. Por isso, apenas um dos seguranças foi fazer a proteção de Gritzbach, que vinha de Goiás, usando outro veículo. Os outros três seguranças ficaram no local onde o carro teria quebrado.

Uma das suspeitas dos investigadores é que os seguranças de Gritzbach teriam falhado de forma proposital, além de terem indicado o momento que o empresário estava desembarcando. 

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a namorada do empresário, que estava presente no momento da execução, também prestou depoimento. “Os dois carros utilizados pela escolta da vítima e um terceiro, supostamente usado pelos atiradores, foram apreendidos e periciados, assim como os celulares dos integrantes da escolta e da namorada do homem“, disse a pasta, segundo o G1. 

Em meio ao tiroteio que matou o empresário, dois motoristas de aplicativo e uma mulher que estava na calçada do terminal também ficaram feridos. As vítimas foram socorridas e encaminhadas ao Hospital Geral de Guarulhos. Os homens permanecem internados. A mulher recebeu alta.

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2 Comentários

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  1. O PCC e uma facção da PM/SP são parceiros informais de longa data. Dificilmente esse assassinato não foi informado previamente a um oficial de alta patente da PM ou mesmo encomendado preventivamente por um policial militar paulista. A dúvida é se tudo isso ocorreu com ou sem conhecimento do carioca vagabundo que despacha no Palácio dos Bandeirantes.

  2. A vítima também ia delatar policiais corruptos. Então não se sabe se ele foi vítima do PCC ou da Polícia. Certamente a banda podre da polícia teria mais a perder com as delações do que o PCC. Então…

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