Palocci diz que ex-presidente do STJ recebeu propina para anular Castelo de Areia

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – Preso na Lava Jato, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci teria dito aos procuradores da Lava Jato, em acordo de delação, que o ex-presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Cesar Asfor Rocha recebeu propina de pelo menos R$ 5 milhões para barrar a Operação Castelo de Areia, que atingiu a Camargo Corrêa e poderia respingar em outras construtoras. A informação é da Folha de S. Paulo deste sábado (26).

Segundo a reportagem, “Palocci disse que o acerto com Rocha foi comandado pelo advogado Márcio Thomaz Bastos, morto em 2014, e incluía também a promessa de apoio para que o então magistrado fosse indicado para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) – o que acabou não acontecendo.”

Rocha teria recebido o dinheiro numa conta no exterior, segundo Palocci. O ex-presidente do STJ, hoje advogado, nega a informação, assim como a Camargo Corrêa e a família de Bastos.

Segundo Rocha, “se Antonio Palocci efetivamente produziu essa infâmia, eu o processarei e/ou a quem quer que a tenha difundido. A afirmação é uma mentira deslavada que só pode ser feita por bandido, safado e ladrão”.

“Observo que Márcio Thomas Bastos é um saudoso e querido amigo. Todavia, toda classe jurídica sabe que Márcio, até por ter compromissos com outras pessoas, nunca me prometeu apoio (o que muito me honraria), nem eu jamais lhe pedi –para ser ministro do STF. Muito menos fiz tal pedido a qualquer picareta”, afirmou Rocha.

Já a Camargo Corrêa disse ao jornal que “a anulação da operação foi confirmada pela 1ª turma do STF, que ratificou a existência de nulidade insuperável”.

A Castelo de Areia foi abortada por uma medida liminar concedida por Rocha, em janeiro de 2010. Os advogados alegaram que a investigação nasceu de interceptações telefônicas que tiveram origem em uma denúncia anônima, o que seria ilegal.

Folha insinuou na reportagem que a decisão de Rocha era suspeita porque, antes e depois da Castelo de Areia, ele votou a favor do uso de ligações anônimas para abrir apurações.

Em março de 2011, o julgamento sobre a legalidade da operação começou a ser feito pela 6ª Turma do STJ. O resultado foi de 3 a 1 pela ilegalidade dos grampos. Palocci “não mencionou nas tratativas de colaboração premiada repasses diretos aos ministros da 6ª Turma do STJ que julgaram a causa”, apontou a Folha. 

O caso também foi analisado pelo Supremo Tribunal Federal, que referendou a decisão do STJ.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. As tranbicagens do Sr. César

    As tranbicagens do Sr. César Asfor Rocha são conhecidas desde há muito por qualquer pessoa minimamente familiarizada com o Judiciário. É um espanto que ninguém da imprensa até hoje não tenha se interessado em investigar atuação quando era ministro do STJ. E é um verdadeiro escândalo que ninguém da Lava-Jato tenha se interessado em investigar mais a fundo a questão da Operação Castelo de Areia. O que tem que ser apurado é porque só agora apareceu o nome de César Asfor Rocha nas delações premiadas e não logo no começo, como deveria ter sido.

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