Polícia Federal vai investigar ataque a assentamento do MST em São Paulo

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Tiroteio em Tremembé deixou pelo menos três mortos na noite da última sexta-feira; lideranças e moradores terão proteção ministerial

Foto: Arquivo e Memória MST

O governo federal, por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, determinou que a Polícia Federal instaure um inquérito que investigue o ataque ao assentamento Olga Benário, do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em Tremembé, no interior de São Paulo.

No ofício enviado à PF, o ministro em exercício, Manoel Carlos de Almeida Neto, cita a violação a direitos humanos. Uma equipe da PF, com agentes, perito e papiloscopista foi deslocada para o local.

A invasão contra o assentamento resultou em oito pessoas baleadas: Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, e Valdir do Nascimento, 52 anos, morreram na hora. Denis Carvalho, de 29 anos, foi levado para o hospital com um tiro na cabeça, colocado em coma induzido, mas não resistiu. As demais vítimas foram levadas para o Hospital Regional de Taubaté e passaram por cirurgias para a retirada dos projéteis.

O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, por meio do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH), está buscando mais informações sobre os fatos ocorridos e oferecerá assistência para as lideranças do assentamento e sua coletividade.

“Temos o dever estatal de dar proteção integral às defensoras e aos defensores de direitos humanos. Neste sentido, acionaremos os órgãos de Estado responsáveis pela resolução de conflitos agrários e pela segurança pública para atuarmos de forma conjunta e coordenada”, declarou a ministra Macaé Evaristo.

Já o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, entrou em contato com autoridades da área da segurança pública para pedir providências e punição do crime que classificou como bárbaro.

“[Trata-se de] uma tentativa de subtração de lotes pelo crime organizado. E nós tínhamos tirado o crime organizado de lá”, declarou Paulo Teixeira em entrevista ao portal Brasil de Fato.

Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Agrário afirma que o ataque contra o assentamento do MST e a morte de três lideranças “soma-se aos alertas anteriores para a urgência de fortalecimento das políticas de proteção aos defensores de direitos humanos que integrem as esferas federal e estadual, os sistemas de Justiça e de Segurança Pública e as redes de proteção, definindo as responsabilidades e o tipo de dinâmica e relacionamento para garantir a proteção das defensoras e dos defensores de direitos humanos”.

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1 Comentário

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  1. Importantíssimo que a polícia federal entre noção do massacre porque a PM do Tarcísio é do derrite não é nada confiável. Vide que o delegado do caso já declarou no primeiro dia antes de investigar que era uma briga interna entre acampados. Acampados invadindo com carros e.motos. É coisa de jagunços e espero que a PF chegue aos manfanyes

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