PGR insiste em levar acusações de marqueteiros contra Dilma a Moro

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Reprodução
 
Jornal GGN – A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu que as acusações do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura contra a campanhas de Dilma Rousseff em 2010 e 2014 fiquem nas mãos do juiz Sérgio Moro, em Curitiba.
 
No processo, a dupla de marqueitos afirmam que Dilma tinha conhecimento de que a Odebrecht pagou R$ 35 milhões, via caixa dois, à campanha de 2014, e outros R$ 70 milhões, com recursos declarados, mas que seriam ilegais. A recomendação foi enviada pela PGR ao Supremo Tribunal Federal (STF), após a Segunda Turma da Corte remeter o caso à Justiça Eleitoral. Mas para a PGR, deve ser conduzido pelo magistrado da Lava Jato de Curitiba.
 
A alegação é de que os supostos “diversos repasses feitos pela Odebrecht guardarem relação com investigações e ações penais em curso” na 13ª Vara Federal de Curitiba, escreveu o vice-procurador-eleitoral Luciano Mariz Maia, um dos braços da procuradora Raquel Dodge.
 
O procurador chegou a admitir que se tratam de acusações de teor eleitoral. Mas insistiu: “ainda que o desenrolar de eventuais investigações decorrentes dos presentes termos de depoimento apontem que os envolvidos praticaram crime eleitoral em conexão com crimes comuns, é certo que tal circunstância não conduzirá à competência exclusiva da Justiça Eleitoral para processá-los e julgá-los”.
 
Por isso, não só a Corte Eleitoral deve apurar o caso, como também deve ser compartilhado com a Justiça Federal do Paraná, mais especificamente Moro, “por razões de índole técnica”. 
 
Dentro da Segunda Turma há discordâncias. O relator da Lava Jato, ministro Edson Fachin concordou com a PGR e quis remeter a apuração que recai contra Dilma à Moro. Mas após um recurso do ex-ministro Guido Mantega, um dos também acusados, a Segunda Turma decidiu analisar.
 
Em abril, durante a sessão, o ministro Dias Toffoli abriu a divergência apontando que não deve ficar nem na Federal de Curitiba, nem na de São Paulo ou Distrito Federal sustentadas por Mantega, mas cabe à Justiça Eleitoral. Os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski concordaram, vencendo Fachin. 
 
Mas a PGR insiste e enviou uma recomendação ao Supremo, pedindo que o caso fique com Sérgio Moro. 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

15 Comentários

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  1. Caramba, esse povo não tem

    Caramba, esse povo não tem vergonha mesmo. Não importa a obvia perseguição que continuam a fazer contra integrantes do PT. Será que algum dia teremos um judiciário apartidário??  

    1. Quando vocês terão uma

      Quando vocês terão uma justiça de verdade?

      Será quando voces criarem uma espinha e enforcarem todos os escravocratas que fazem parte desse CIRCO chamado de “justiça brasileira”. Quando tratarem os seus juízes como pessoas comuns de grande saber ao invés de “deuses infalíveis e inquestionáveis”.

  2. Cada vez mais a Raquel DODGE

    Cada vez mais a Raquel DODGE mostra que é uma americana em cargo de poder no braZil defendendo os interesses americanos.

  3. Dodge arquiva Aécio e persegue Dilma

    A acusação contra Dilma, é de que marqueteiros, presos e constrangidos , e Dodge do fundo do poder que lhe outorgamos vai abrir mais um processo no qual insiste que não é eleitoral, e que deve ser julgado por Moro.  Isto tão explicito , tão explicito , tão explicito quanto a acusação do triplex. De fato isto parece mais um triplo XXX

  4. Os vários tentáculos do golpe!

    A implacável perseguição continua…  Já era esperado!  Tão logo a honrada decidiu concorrer ao Senado… e chegam sem pudor as tentativas de assassinato de reputação!    Odiosas criaturas!  Que o destino não os esqueça!!! 

    1. Não é surpresa para muitos de meus contatos…

      Exatamente no dia 29 de junho, ou seja, há pouco mais de 30 dias, repassei com muito orgulho, aos meus contatos no whatsappp, o vídeo onde Dilma reafirmava sua candidatura ao Senado por MG. Na mesma mensagem prevenia que não se surpreendessem,caso ela fosse atacada após essa deciasão.  BINGO!   Escancaram a inescrupulosa perseguição sem a mínima vergonha!  A quem querem enganar? Enquanto isso, no Senado e no atual governo, as bestas continuam atuando livres leves e soltas!

  5. E isto não é perseguição da

    E isto não é perseguição da dona pgr. Ela sabe que com o mazzaropi a condenação de petista é chapada. Nada como garantir mais uns minutos de jn e mais uns metro aprofundando o poço da imoralidade da justiça brasileira. Realmente presidenta Dilma a senhora não poderia dar certo mesmo. A senhora é muito grande mesmo pra esta nação comandada por gente nanica.

  6. Partido PGR

    Fazendo a sua própria “Operação Vale Tudo”, o Partido PGR usa da sua artilharia para salvar o Centrão de Anastasia e Aécio, em MG.

  7. Ela merece!
    Que essa senhora, a procuradora da procuradoria, tenha em dobro, para si e para sua família, todo o mal que causa as suas vitimas e aos familiares dessas

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