Jornal GGN – Em artigo publicado na Folha de S. Paulo, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, advogado de Alberto Youssef na Operação Lava Jato, diz que é “inadmissível” que alguém, seja juiz, membro do Ministério Público ou da polícia, diga que tem o monopólio do combate da corrupção.”Ninguém detém o monopólio da virtude de ser honesto.”
Kakay critica o Ministério Público e a Polícia Federal, dizendo que os órgãos incentivam a espetacularização do processo penal, com coletivas de imprensa a cada nova fase da Lava Jato. Para ele, esta prática expõe de maneira “cruel, desumana, desnecessária e ilegal” as pessoas investigadas na operação.
O advogado criminalista também questiona o uso da delação premiada, que, segundo ele, é feita “sob absurda pressão” e também fala em criminalização da defesa dos investigados.
Da Folha
Antonio Carlos de Almeida Castro
“Só uso a palavra para compor meus silêncios.” Manoel de Barros
Triste o país que precisa de pretensos heróis, salvadores da pátria e pregadores da moralidade. É inadmissível que alguém, um juiz, um membro do Ministério Público ou da polícia, venha dizer que detém o monopólio do combate à corrupção. Todo cidadão de bem –jornalista, advogado, dona de casa– quer um país sem o flagelo da corrupção, que degenera o tecido social e leva a mais desigualdades.
Ninguém detém o monopólio da virtude de ser honesto. Cada um de nós tem um papel importante no processo de amadurecimento democrático, no aperfeiçoamento do Estado de Direito.
Diante do momento que vivemos, são estas algumas das perguntas que tenho feito Brasil afora: que tipo de país queremos depois desse enfrentamento? Queremos um país em que o processo se dê a qualquer custo? E, ainda, sem as garantias do devido processo legal? Sem o respeito ao amplo direito de defesa e à presunção de inocência? Onde a prisão seja a regra, não a exceção, como em todo país civilizado?
Queremos um país em que um juiz tenha jurisdição nacional e diga que tem bônus de muitas prisões ainda, pois na Itália decretaram 800 prisões na Operação Mãos Limpas? Onde um procurador da República tem a ousadia de confessar que a prisão é uma forma de obter a delação e que, mesmo assim, nada tenha sido feito contra ele?
Queremos um país em que o Ministério Público e a Polícia Federal incentivem a espetacularização do processo penal ao promoverem coletivas de imprensa a cada fase da operação, com exposição cruel, desumana, desnecessária e ilegal das pessoas investigadas?
Queremos um país no qual a acareação entre delatores seja permitida sem que um ou outro seja preso ou perca os benefícios da colaboração premiada? Ora, se foi necessária a acareação, significa que um dos delatores mentiu e que a verdade, a base de toda delação, tem que ser restabelecida. A acareação significa, portanto, que nem o próprio Ministério Público acredita na versão que sustenta a acusação.
Que país queremos? Um país em que a delação seja feita, na maioria das vezes, sob absurda pressão, sem prestigiar o ato voluntário previsto na lei? Um país no qual o processo penal esteja sendo levado a efeito sem que o advogado tenha o direito mínimo de conhecer a plenitude das provas? Até mesmo com a criminalização da defesa, como se esta fosse um mal necessário?
Fica a reflexão: que país queremos que saia desse oportuno confronto? Um país com a preservação das garantias individuais e dos direitos constitucionais? Com o devido processo legal como regra das ações da Polícia Federal, do Ministério Público e do Poder Judiciário?
Um país com o princípio constitucional da ampla defesa efetivamente garantido, e não sob o prisma formal? Com o respeito ao direito de não exposição do investigado e de não condenação prévia?
Queremos um país sem heróis, mas onde se cumpram as leis e a Carta? Um país unido, onde as pessoas saibam que hão de se combater as mazelas e que a forma de combatê-las é o que distingue um país civilizado da barbárie institucionalizada? Eu quero o bom combate!
Como diria Fernando Pessoa, “arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo?”.
ANTÔNIO CARLOS DE ALMEIDA CASTRO, o Kakay, 57, é advogado criminalista. Defendeu Alberto Youssef na Operação Lava Jato
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
Se o próprio advogado de
Se o próprio advogado de Youssef considera que a delação tem sido feita por meio de opressão é porque a Lava Jato não tem acredibilidade que dela se espera.
Pra um advogado, ta
Pra um advogado, ta tematicamente fraco demais o item! Um chororoh so!
O amadorismo da PF e MP nao foi escancaradamente exposto atravez de coletivas com a media, que acontecem em qualquer lugar do mundo, mas com os vazamentos dirigidos -esses sim, escandalosos.
No fascismo não há Estado de Direito Democrático
Não há Estado Democrático de Direito enquanto um grupo fascista no Paraná, chefiado por Sérgio Moro, continuar agindo impunemente. Tudo o que o Kakay afirma se refere, indiscutivelmente, à prática fascista de Sérgio Moro e seu grupo.
Quem diria que um dia o
Quem diria que um dia o Brasil iria cair novamente nas amarras do fascismo!!!!!!!!
…mais um Messias,
…mais um Messias, auto-ungido Messias, pregando pérolas aos porcos no deserto árido das razões cínicas da política e do poder – ao preço d’ouro em pó estabelecido pelo índice honorário padrão-ouro MTB – pelo notável saber sauduceu ilustrado na causa nobre argentária contratada cambiada e depositada na arca sagrada destes sacerdotes do templo da lei divina pró-serventia venal da elite no poder e no fluxo caudaloso de cascalho brilhante sonante do caixa do povo sofrido fiel.
#só jesus na causa
O poder judiciário com sua
O poder judiciário com sua lentidão impede que a justiça seja feita…….não dá o exemplo! Vejam os salários dos juízes e desembargadores! Vejam os juízes se expondo na mídia proferindo opiniões sobre os processos que julgam! Vazamentos de depoimentos seletivamente direcionados a empresas jornalísticas! Ministro do STF se expondo na mídia com posições políticas contra o governo! Como acreditar nesta justiça?
Quando sairemos desse pesadelo…
A impressão que tenho é que ah não ser que se afaste um juiz como é o Moro desse caso, nada mudara, diga o que disserem. E também a falta de pulso do Procurador. Alias, com um tipo como Moro, tudo o que o Kakay disse nesse artigo podera e sera usado contra ele….
Triste
Parabéns ao ilustre advogado, seu artigo mostra uma tremenda lucidez em um momento tão delicado, um artigo que sem ofender outros colaboradores do jornal deveria, ser adotado como editorial de todos os jornais honestos.
Curiosidades
O pensamento de Kakay vai de encontro ao que diz o juiz aposentado João Baptista Herkenhoff ?
“Ao premiar a delação, o Estado eleva ao grau de virtude a traição. Em pesquisa sócio-jurídica que realizamos, publicada em livro, constatei que, entre os presos, o companheirismo e a solidariedade granjeiam respeito, enquanto a delação é considerada uma conduta abjeta…”
PS: presos coitadinhos
Triste
O Sr. KAKAY não defende mais o Youssef?
Coisas desse fascismo midiático – penal
Uma das tátcias da Lava Jato é defenestrar detonar a defesa para que o caso fique a cargo de um advogado da delação. Kakay deixou o caso por não concordar com a delação premiada(http://www.conjur.com.br/2014-set-25/exigir-fim-hc-delacao-inversao-valores-kakay), tendo sido substituido pela Rainha da Delação que, como sabemos, após encher as burras de dinheiro com a indústria da delação se mandou prá Miami (http://contrapontopig.blogspot.com.br/2015/07/blog-post_31.html)
“(…) O advogado ainda criticou a atuação de Moro no caso, dizendo que “juízes midiáticos estão entre as piores coisas que existem”. “Se eu decidir falar mal dele em uma praça, com certeza apanho. Ele é competente, porém se comporta como um juiz vingador, jogando o poder judiciário contra a população. Prende, e quando o tribunal solta, este ainda fica parecendo que está do lado errado na história. Tudo o que eles fazem vira verdade absoluta”, destacou.
Outro problema apontado por Kakay é o fato de Moro estar agora atuando apenas em uma causa, a Lava Jato. De acordo com ele, essa é uma característica de tribunais de exceção. “Juiz de exceção só existe em ditaduras. Estamos vivendo uma ditadura do Ministério Público, e a mídia não está atenta à situação, pois os jornalistas não conhecem o Direito”, opinou.
*Entrevista coletiva concedida aos 20 estudantes de jornalismo que participam do Curso de Direito de Defesa e Cobertura Criminal, promovido por Abraji, Instituto de Defesa do Direito de Defesa – IDDD e OBORÉ – Projetos Especiais em Comunicações e Artes, em São Paulo(…)”
KKKKKKKKKKKay
Certamente essa xaropada do Kakay está incluída nos honorários…
Se há um filho desta terra que não pode reclamar da Justiça de Pindorama, esse é o Kakay.
MORO e KAKAY
“Moro lembrou que o caso da condenação de dirigentes do Banestado, cuja sentença foi dada por ele em 2004, ainda não chegou ao final. “Eles foram condenados até o STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas ainda tramitam recursos incabíveis no STF (Supremo Tribunal Federal) há mais de um ano”, lamentou o juiz.”
“Ainda de acordo com o juiz federal, estatisticamente são poucos os casos de revisão no mérito das condenações criminais proferidas em segundo grau. “Eu sendo processado criminalmente, se sei que só serei preso ao final, o que oriento meu advogado a fazer é recorrer, recorrer, recorrer, mesmo quando não tenha razão. Um processo que nunca termina é um processo que não é efetivo e gera impunidade”
Pelo que se vê através da imprensa , o famoso advogado de 9 a cada 10 estrelas de hollywood, ele é imbatível em “recorrer, recorrer, recorrer”.Aliás , dizem que o bom advogado é aquele exímio conhecedor das falhas da justiça. Bingo. E, e de mais a mais, nossos legisladores ficam muito a desejar, para não dizer o impublicável.
Faltou isenção e sobrou
Faltou isenção e sobrou pretensão no artigo do advogado Kakay. A função social do doutor é defender potenciais réus da acusação de terem cometido eventuais crimes. Outros têm mais gabarito para pensar a sociedade brasileira. Como diria Petro, “ado-a-ado, cada um no seu quadrado”.
Como seria a República nascida da Delação…
Muito bom o artigo. Ja tivemos vários períodos que, pelas suas condições específicas, foram denominados de República A ou B. Da CF de 88 surgiu a Nova Repúbica que, como sabemos, com seus problemas, tem avançado e esperamos que, com base nas suas premissas o pais possa avançar sem golpes como este que, no esteio da deduragem, do delatar e mentir para se livrar da tortura e de 40 anos de cadeia e, por outro lado, com alguns milhões de reais em prêmio, os presos de Guatánamo se dispõe a dizer o que juizes, PF e promotores tucanos querem ouvir. Dá prá antever como seria a República da Delação que essa gente quer implantar no Brasil. Claro que seria comandada por um Berlusconi piorado, com o pior que temos em termos de politica nacional no comando.
Nem leio mais esses palpites.
Nem leio mais esses palpites. Esse cara já está sofrendo os males do excesso de exposição.
Outro dia abri a Wikipédia para lembrar quem era um sujeito qualquer, e estava lá “fulano de tal é defendido pelo advogado siclano de tal”, e um link de jornal para comprovar a alegação. Haja…