Carlos Drummond de Andrade: Sonêto da Buquinagem

Esta é uma pequena edição feita à mão do "Soneto da Buquinagem", poema de Carlos Drummond de Andrade, que faz parte do livro Viola de bolso

Sonêto da Buquinagem

Por Carlos Drummond de Andrade

“Buquinemos, amiga, neste sebo.
A vela, ao se apagar, é sebo apenas,
e quero a meia-luz. Amo as serenas
angras do mar dos livros, onde bebo
.
– álcool mais absoluto – alheias penas
consoladas na estrofe, e calmo, e gebo,
tiro da baixa estante sete avenas
em sete obras que pago e que recebo.
.
Amiga, buquinemos, pois é morta
Inês de antigos sonhos, e conforta
no tempo de papel tramar de novo
.
nosso papel, velino, e nosso povo
é Lucrécio, e Villon, velhos autores,
aos novos poetas muito superiores.”

(De Obra completa, publicado pela Companhia Aguilar Editora.)

Buquinagem, do verbo buquinar, significa procurar e comprar livros usados. Esta é uma pequena edição feita à mão do “Soneto da Buquinagem”, poema de Carlos Drummond de Andrade, que faz parte do livro Viola de bolso – novamente encordoada. Publicada pela Philobiblion em 1955 com tiragem de apenas 100 exemplares, a edição da BBM tem o poema transcrito e assinatura de Drummond.

Da página da Biblioteca Guita e José Mindlin

Redação

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