Ou o Brasil acaba com a mídia golpista ou a mídia golpista acaba com o Brasil

Por Sebastião Nunes

Este poema, “Serenata brasiliense”, foi publicado num folheto de 16 páginas em 1983, “A velhice do poeta marginal”. Entre 1982 e 1985, não lembro a data exata, foi exibido em Brasília, com alguns outros, na forma de outdoor. A ideia partiu de uma empresa do ramo, convidando 50 poetas brasileiros a produzirem trabalhos específicos para exposição nas principais capitais brasileiras. A patrocinadora não gostou muito do que fiz, argumentando, com razão, que outdoor tem de ser sintético, de preferência contendo uma única frase curta. Mas eu, então poeta e publicitário na ativa, preferi esquecer as regras. Não sei de qualquer repercussão, positiva ou negativa na época. Não me lembro também se a publicação no folheto foi anterior ou posterior à exposição.

Quanto ao título, é apenas uma adaptação da conhecida frase do naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853), ao revelar seu espanto diante dos estragos causados às plantações brasileiras pelas formigas: “Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil”. Coitadinhas das saúvas de Saint-Hilaire diante da ferocidade de nossas saúvas da mídia e do congresso.

 

Sebastiao Nunes

6 Comentários

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  1. Não merece manchete garrafal?

    O G1 publicou discretamente que “TCU multa banco FonteCindam em R$ 1 bilhão por operação irregular – Processo se refere a socorro concedido pelo BC à instituição em 1999. Outros R$ 3,7 bilhões terão que ser ressarcidos aos cofres públicos.”

    Tem mais: o Bacen é criticado pela ministra do TCU que relatou o caso. Os malfeitos aconteceram sob o governo FHC.

    Demorou 16 anos (!) para que o TCU se pronunciasse!

    R$ 4,7 bilhões terão de ser devolvidos à União! Não merece uma manchete monstro?

    E a imprensa progressista, incluídos aí os blogs “sujos”, não repercutirá a notícia, não analisará a razão de justamente agora o TCU tomar tal decisão?

  2. Jornal o Povo, do Ceará, apoia os golpistas do PSDB
    Fábio campos 09/08/2015 OBS: o Sr. Fábio Campos é porta voz do Senador Tasso Jereissati

    “A Dilma deveria renunciar”

    notícia 2 comentários   Fábio Campos [email protected]Fábio campos “A Dilma deveria renunciar” (0) Fábio Campos Temer expõe vísceras da crise (0) fábio campos A delação que pode aumentar a crise política (0)   Compartilhar

    Atentem para as duas seguintes assertivas: “Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou. Isso é moleza, isso é luta política. As pessoas caem quando estão dispostas a cair. Não estou. Não tem base para eu cair. E venha tentar, venha tentar. Se tem uma coisa que eu não tenho medo é disso”. A outra: “Voto é a fonte da minha legitimidade e ninguém vai tirar essa legitimidade que o voto me deu”.

    Qual a situação do governante que precisa lançar mão de tais afirmações? Drástica. As duas falas se deram em um espaço de apenas um mês. Foram pronunciadas pela presidente Dilma Rousseff (PT). São pronunciamentos típicos de fim de ciclo. Sempre que algum governante disse algo do tipo, as coisas não terminaram muito bem. Cedo ou tarde.
    Já foi dito: Dilma já não governa, mas é governada pelos fatos que se sucedem sem nenhum controle. Não há no horizonte uma só perspectiva que aponte a possibilidade de mudanças ou reviravoltas na conjuntura. Na economia, o mar revolto vai se manter por meses. Na política, movida à lava jato, não há quem consiga fazer projeção nem para o dia seguinte.

    E a impopularidade bate recordes históricos. Para ficar só no Nordeste, região que sempre concedeu a Lula e à Dilma votações muito folgadas, a paciência da população parece ter se esgotado. Nada mais, nada menos que 66% dos eleitores nordestinos respondem “ruim” e “péssimo” para caracterizar a presidente e sua gestão.
    Vejam a débâcle da popularidade presidencial entre os nordestinos (dados Datafolha). No início de dezembro, Dilma possuía 53% de ótimo e bom. Um grande resultado. Em fevereiro, o índice caiu para 29%. Ainda dava para comemorar. Em março, caiu para 16%, mas em abril foi a 18%. O alarme de incêndio já começou a tocar.
    Chegou junho, mês das tradicionais quadrilhas. Apenas 18% dos eleitores nordestinos ainda apoiavam a gestão da presidente. Em agosto, caiu para 10%. Na outra ponta, a avaliação “ruim/péssimo” chegava a 66%. Ou seja, de cada 10 eleitores, quase sete rejeitam a presidente Dilma. É um buraco dificílimo de sair. O problema é que o mandato está apenas em seu oitavo mês. Faltam outros 40.

    Quer drama maior? O Datafolha fez a seguinte pergunta: “Na sua opinião, o Congresso Nacional deveria ou não abrir um processo de impeachment, isto é, um processo para afastar a presidente Dilma da Presidência”? Incríveis 67% dos pesquisados no Nordeste disseram que “sim, deveria”. Trocando em miúdos, quase sete entre dez nordestinos vão ficar aliviados se Dilma pedir ou tirarem-lhe o boné.

    Enquanto isso, o petismo acusa o golpe acusando o mundo de golpista. A presidente perdeu a governabilidade. É fato. Está lá, ocupando o Palácio. Apenas ocupando. Não pode sair às ruas. Levará vaias. Não tem condições nem sequer de falar à Nação em rede de televisão. O panelaço será ensurdecedor.
    Ouvi há cerca de um mês de um velho amigo que, há anos, já havia rasgado a carteirinha de filiação ao PT, mas que mantém a alma e, no silêncio da urna eletrônica, o voto no partido: “A Dilma deveria renunciar”.
     

    A OPÇÃO PELA MEDIOCRIDADE

    Numa crise de tamanha dimensão, há caminhos clássicos. Tais caminhos precisam ir contra a lógica tradicional das alianças políticas no Brasil. O que a presidente está tentando fazer é o usual: distribuir cargos e liberar dinheiro das emendas parlamentares. É a mediocridade que já não leva a nada, a não ser aos mensalões e petrolões.

    Pode até amenizar uma ou outra situação, mas a crise é de credibilidade. Não se reconquista respeito dessa forma. Pelo contrário, o descrédito só aumenta quanto mais se lançar mão desse tipo de “articulação política”.

    Vejam a situação em que estamos: o pastor Rubens Teixeira, indicado por Marcello Crivella, foi demitido da diretoria financeira da Transpetro em abril, mas deixou raízes na estatal. O pastor Edson Feitosa, da Universal, por exemplo, continua como gerente de serviços da região Sudeste (nota da Coluna Radar on Line).

    Na situação em que se encontra a presidente, o caminho é o oposto: acabar com essas indicações partidárias para cargos técnicos, estabelecer critérios técnicos para o preenchimento de cargos, cortar drasticamente a quantidade de cargos de livre nomeação… Tudo nessa linha.

    Seria uma forma de a presidente honrar o cargo de presidente da República. Não que isso a impedisse de cair, mas pelo menos cairia em pé e ainda deixaria um bom exemplo, além de um conjunto de regras a ser seguido pelos sucessores. Ela fará isso? Improvável.

    NO PRECINHO

    Atentem: sempre que um criminoso investigado pela Operação Lava Jato opta por fazer a colaboração premiada providencia a mudança de advogado. Curiosamente, os advogados caríssimos donos de grandes bancas de criminalistas não topam cuidar dos acusados que resolvem contar tudo o que sabem e decidem fazer acordo com o Ministério Público. Além disso, se dizem contrários ao mecanismo jurídico da colaboração, que tanto serviço tem prestado ao País. O provável motivo é o seguinte: as delações não precisam de peças jurídicas sofisticadas, articulações em corredores, chicanas, busca de brechas na investigação, recursos às instâncias superiores e outros movimentos usuais. A delação se encerra em si mesma. Os documentos são elaborados pelos procuradores. Ao advogado, basta acompanhar o cliente ajudando-o a discutir os termos da delação. E o custo de contratação é baixo.

    EXILADOS EM CASA

    O PT nasceu em São Paulo. Boa parte de suas principais lideranças é oriunda do maior e mais rico estado do País. Em função da disputa política paulista, o PT estabeleceu que os tucanos são seus principais inimigos. Depois da presidência, o sonho sempre acalantado e jamais alcançado pelo petismo foi vencer a disputa pelo Governo de SP. Hoje, a situação chegou a tal ponto de desgaste que o prazeroso lazer de jantar e tomar um vinho em um restaurante se tornou uma aventura desaconselhável. Tamanha é a insatisfação com o partido, que o lazer tende a virar um inferno de provocações que rapidamente vai parar nas redes sociais. O pior dos mundos para o petismo é quando esse tipo de intolerância começar a se reproduzir em outros estados.

  3. Vamos supor que de uma hora

    Vamos supor que de uma hora para outra Globo e afins deixassem de existir, seja porque finalmente o governo conseguiu cassar o direito das empresas, ou porque faliram.

    Qual é a alternativa?

    Midia controlada pelo governo.

    Entendeu.

  4. Denunciar o roubo descarado

    Denunciar o roubo descarado do partido do governo e a implantação da ditadura bolivariana é golpismo, vejam só…

     

    1. Roubo descarado é tudo o que

      Roubo descarado é tudo o que Paulo Maluf  fez em São Paulo, desde a décade 1970; e nunca foi condenado e preso por corrupção, sua maior especialidade. Maluf fez escola: o tucanato que há duas décadas domina o estado mais rico do País, fez pós-graduação na área de corrupção e dilapidação do patrimônio público. A engenhosidade do tucanato é admirável; para não ser investigado, processado e condenado, ele lançou seus tentáculos sobre o judiciário, o MP, as polícias e assim fica sempre impune. No plano federal, nunca se roubou tanto quanto na época de FHC. Pergunte ao empresário tucano Ricardo Semler! Ou alguém bem informado e de boa índole vai dizer que aquela privataria indecente não foi corrupção e roubo de dinheiro e patrimônio público. Aloysio Biondi, Amauri Ribeiro Jr., Jânio de Freitas, Palmério Dória e outros deixaram documentadas as falcatruas tucanas.

      Dilma não é sequer investigada. Os ministros do TCU, que ameaçam rejeitar as contas do governo no exercício de 2014, estão envolvidos em denúncias de corrupção, como deve saber o missivista. E o que dizer dos presidentes das casas legislativas, que ameçam colocar em votação um pedido de impedimento da presidente Dilma? Tucano pretensioso, arrogante e desinformado não se cria neste blog.

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