Em caráter simbólico, Parlamento Europeu declara “emergência climática”

Medida tem como objetivo aumentar a pressão para que países tomem ações concretas contra o aquecimento global

Jornal GGN – Mais de mil localidades em todo o mundo – Estados, cidades e comunidades – declararam “emergência climática” por causa problemas ambientais relacionados às mudanças climáticas. Um desses locais é Veneza, histórica cidade italiana, onde as águas subiram quase 2 metros. O prefeito local, Luigi Brugnaro, culpa as mudanças climáticas pelas cheias atípicas.

O quadro ambiental generalizado levou o Parlamento Europeu a declarar, nesta quinta-feira (28), que a União Europeia (UE) está em estado de “emergência climática”.

A medida foi aprovada por maioria ampla dos deputados – 429 a favor, 225 contra e 19 abstenções – tornando a Europa o primeiro continente a decretar a resolução para que a Comissão Europeia e os Estados-membros aumentem as ações de proteção ao clima.

A declaração de “emergência climática” aconteceu um dia após o anúncio do relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), mostrado que o planeta Terra bateu o recorde, em 2018, na emissão dos principais gases causadores do efeito estufa e, portanto, das mudanças climáticas em todo o mundo.

“Não há indícios de que vá acontecer uma desaceleração [da emissão], e muito menos uma redução, da concentração dos gases do efeito estufa na atmosfera, apesar de todos os compromissos assumidos no Acordo de Paris sobre a mudança climática”, disse Petteri Taalas, secretário-geral OMM, em nota publicada por ocasião da divulgação do boletim anual sobre o tema.

A decisão do Parlamento Europeu de decretar “emergência climática” e o alerta da OMM acontecem a poucos dias da COP25, reunião anual da ONU sobre mudanças climáticas, em Madri, e há poucas semanas de a Comissão Europeia apresentar o primeiro rascunho do Acordo Verde Europeu.

Segundo informações do portal DW Brasil, a nova presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, destacou que o Acordo Verde tentará alcançar a “neutralidade climática” até 2050, com medidas que incluem impostos sobre o carbono, investimentos mais pesados em negócios sustentáveis, redução da poluição e maior proteção das florestas, parques nacionais e espaços verdes.

O pacote deve apresentar um corte e emissões maior do que o previstos para a UE no Acordo de Paris, que é de 40% até 2030 em relação aos níveis de 1990. Segundo o portal de notícias, Leyen vai propor ao menos 50%.

Apesar do aumento da pressão sobre medidas que revertam o processo de aquecimento global, alguns países Europeus estão preocupados em reduzir atividades que emitem gases de efeito estufa, especialmente Polônia, Hungria e República Tcheca, que ainda dependem amplamente de combustíveis fósseis, especialmente do carvão.

Os maiores poluidores, responsáveis por 56% das emissões de gases que causam mudanças climáticas no mundo, são China, Estados Unidos, União Europeia e Índia.

No início deste mês, o governo do presidente Donald Trump oficializou a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris. A ação deve incentivar outros países a seguirem o mesmo caminho.

De acordo com um estudo de da ONG americana Fundação Ecológica Universal (FEU-US), apenas a União Europeia – responsável por 9% desse total – está caminhando para cumprir as metas.

Redação

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