Pronunciamento tardio de Bolsonaro sobre Amazônia ocorre com forte reação nacional e internacional

Forte repercussão internacional e pressões comerciais de outros países motivaram pronunciamento de Jair Bolsonaro. No Brasil, manifestaçōes e panelaços

Jair Bolsonaro em pronunciamento – Divulgação

Jornal GGN – Após diversas declarações polêmicas ao longo de toda a semana sobre os incêndios que aumentaram em mais de 80% na Amazônia durante o seu governo, foi a forte repercussão internacional e as pressões comerciais de outros países que motivaram Jair Bolsonaro a se pronunciar, tardiamente, em rede nacional nesta sexta-feira (23).

Porque depois de cinco dias de pedidos de manifestações e respostas efetivas do mandatário, somente ontem Bolsonaro autorizou o envio de forças militares na na região amazônica para aumentar a fiscalização e atuar no combate às queimadas na floresta.

Por outro lado, manteve-se na posição defensiva, diminuindo o peso das queimadas e afirmando que os incêndios não justificam possíveis sanções internacionais. “Incêndios florestais existem em todo o mundo, e isso não pode servir de pretexto para possíveis sanções internacionais”, afirmou, no curto pronunciamento em rede de rádio e TV.

A manifestação vem acompanhada das fortes pressões internacionais, após o mandatário mostrar que seu objetivo na região é o de “desenvolvimento” e não escondendo suas intenções econômicas. Ambientalistas apontam que as queimadas são motivadas com propósitos de beneficiar o agronegócio e outras atividades de exploração da área.

Enquanto isso, o próprio mandatário vinha culpando ONGs e chegou a criticar a Alemanha e Noruega, as principais financiadoras do Fundo Amazônia, motivando inclusive reações da União Europeia de bloquear acordos comerciais com o Brasil. A repercussão internacional chegou ao ponto de até o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oferecer ajuda ao Brasil para combater os incêndios.

Diante disso, Bolsonaro respondeu no discurso que “a proteção da floresta é nosso dever”. “Estamos cientes disso e atuando para combater o desmatamento ilegal e quaisquer outras atividades criminosas que coloquem a nossa Amazônia em risco.”

Foi diante dessa reação que tardiamente Bolsonaro publicou uma autorização preventiva de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), nesta sexta, permitindo o emprego dos militares para auxiliar no combate aos incêndios florestais. A medida, contudo, depende ainda de que cada governador apresente um pedido de adesão.

“O emprego extensivo de pessoal e equipamentos das Forças Armadas, auxiliares e outras agências permitirão não apenas combater as atividades ilegais, como também conter o avanço de queimadas na região”, afirmou, durante o pronunciamento.

Por outro lado, repetiu a defesa de que para evitar atividades ilegais na região, também é preciso propiciar condições de “desenvolvimento” econômico da área. “Para proteger a Amazônia, não bastam operações de fiscalização, comando e controle. É preciso dar oportunidade a toda essa população para que se desenvolva junto com o restante do país”, defendeu.

Durante o discurso, diversas cidades do Brasil registraram “panelaços” e ao longo do dia e da noite, as manifestações pela defesa da Amazônia brasileira e contra as medidas tomadas por Jair Bolsonaro ocorreram em todo o país.

Abaixo, o pronunciamento:

Redação

4 Comentários

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  1. A manipulação para criar um inimigo externo só vai colar para os convertidos dele. Turba cada vez menor.
    As imagens da destruição da floresta amazônica, a chuva ácida sobre a São Paulo coxinha terão mais força do que as fakenews dos bolsonaros e seus generais canalhas. De outro lado, o desprezo pelo Moro vai dividir os seus convertidos. A luz do fim do túnel está vindo para os cegos e precisou de um farol do tamanho do incêndio amazônico. Complementado pela floresta de laranjas plantadas pelo Queiróz.
    Interessante foi ver a Marina Silva da proteção ambiental trepada numa árvore incendiada da Amazonia esse tempo todo de liberação de agrotóxico, destruição do Ibama e do Inpe e da qual só desceu depois do Macron. Oportunista!
    E o Itaú ecológico, quando vai mandar o Bolsonaro tomar …. Nunca, já que o Banco Central é deles.
    O Ciro, que eleito Bolsonaro. declarou que não faria oposição ao governo, dia sim e dia sim também solta imprecações contra o presidente que sua indiferença e oportunismo ajudou a eleger. A mim não engana.
    E a estratégia do PT de fugir do estigma “inimigo interno” se mostra inteligente e vai expondo os que estavam em cima do muro.
    De resto todos os que destruiram a democracia e elegeram o “mito” vão sendo queimados. Judiciário, lava jato, procuradoria, imprensa ardem no fogo que atearam ao país.

  2. Já passou da hora desse verme sofrer um impetchament…bem ler u m discurso sabe…depois de vários escárnio ao okvo brasileiro…é necessário o povo deixar de ser gado e ir p as ruas pedir o impetchament ou interdição desse louco…ACORDA BRASIL

  3. E para quem votou neste insano, neste despreparado e incompetente sujeito, vai uma sugestão que li esta semana:
    “Termina em Agosto o prazo para arrependimento de ter apoiado Bolsonaro caso queira se enquadrar como ingênuo. A partir de Setembro será registrado como mau-carater.
    Não deixe para última hora!”

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