Reconhecendo desconhecer dados, Mourão pede explicações ao Inpe

O general disse que desconhecia que os dados sobre queimadas e desmatamento são públicos e qualquer pessoa pode acessar. No dia anterior afirmou que alguém no Inpe faria oposição ao governo de Jair Bolsonaro

Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – O general vice-presidente Hamilton Mourão fez duras e sérias críticas aos dados noticiados sobre queimadas fornecidos pelo Inpe para toda a imprensa. Mourão acusou presença de ‘inimigos’ dentro do Instituto. A declaração não pegou bem.

Informado posteriormente sobre a competência do Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, aliás com reconhecimento internacional, o vice-presidente reformulou seu discurso, em partes.

O general disse que desconhecia que os dados sobre queimadas e desmatamento são públicos e qualquer pessoa pode acessar. No dia anterior afirmou que alguém no Inpe faria oposição ao governo de Jair Bolsonaro e só divulga dados negativos sobre queimadas. Não explicou em que sentido uma queimada teria lado positivo.

“É o seguinte: eu também desconhecia isso — os dados estão em fonte aberta. Isso aí faz parte da transparência. Então, qualquer um de vocês que for no site lá do Inpe vai pegar o dado que está lá”, afirmou o vice após reunião com o diretor do instituto, Darcton Policarpo Damião, no gabinete da Vice-Presidência.

Então, agora ciente e há tempos presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, Mourão pediu ao diretor do Instituto um relatório qualitativo desses dados.

Disse, Mourão, que a ele não interessa o dado quantitativo, não precisa saber quantos focos de queimadas ou quantos quilômetros desmatados. Disse que precisa de uma análise de inteligência.

O general disse que na análise quantitativa os dados abertos não devem entrar por se tratar de uma informação de inteligência a ser utilizada para combater os crimes ambientais. E quer dados que o habilitem a fornecer dados da situação da Amazônia para a comunidade internacional e imprensa.

No fim da fala, o general diz que esses dados são para responder à comunidade internacional, mostrar a realidade para não ficar ‘aquela característica de que é algo totalmente descontrolado’.

Mourão pediu ao diretor do Inpe que no sistema do instituto constem os números e o que cada dado disponível significa.  “Eu conversei com ele [para] que o Inpe coloque explicações sobre o que é o foco, o que é ‘pixel’ para que o camarada leigo que for pegar aquilo. Não vai mexer em nada. Isso tem que ficar muito claro. É só explicar o que é cada um”, disse ele.

Por fim, Mourão declarou que não deseja esconder os dados ou modificar a forma de divulgação. Que tudo tem que ser mostrado, bom ou ruim. Disse que sua responsabilidade é mostrar a realidade para a população mas que não vai perder de vista a honra, a lealdade e a honestidade.

Redação

9 Comentários

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    1. Depos dois anos, de várias aberrações por parte do desgoverno, temos que considerar, embora do vice, que é um grande avanço.

      No tocante a população, carente é claro, recuamos 15 anos em 5.

      Foi pra tudo isso, somado ao aumento de tudo, que tiraram a Dilma.

      Agora, só nos resta fazer arminha pra ver se tudo pelo menos volta,l à época de Dilma.

  1. Mais um indício de que todos os que foram chamados são Bolsonaro cuspidos e cagados…
    cuspidos e cagados no sentido de estarem todos ainda enraizados na década de 60

    Pelas palavras, salvo engano, tudo indica que mais à frente teremos barreiras cibernéticas e jagunços no espaço a cuidar da divulgação de dados ambientais do Paraíso

    ou novas proibições de se divulgar desmatamentos e queimadas

  2. Impressiona a burrice, ignorância, soberba e arrogância desses egressos militares: impossível que as academias militares deem por formados tão despreparadas pessoinhas. Nada sabem e tudo arrotam. Sem contar a obviedade das ameaças que lançam pra todos os lados. Envergonham o país. Será que todos os ditos altos oficiais são iguais a esses que acercam o bolsonauro? Se forem, também como o usucapista do ministério da saúde, por exemplo, que praga lançaram sobre este país de merrecas. Haja nojo.

  3. Não acho que seja ignorância.
    O governo deu mostras diversas de que não está se importando com preservação ambiental dezenas de vezes, por qual motivo insistir nessa conversa?
    Para as queimadas, poderia se deslocar tropas e forças militares para o controle, por exemplo. Não é uma solução-cloroquina, uma panaceia, mas é uma possibilidade.
    O governo sempre anda com problemas com os dados e com os fatos que representam. Com o caso exemplar do INPE e a precarização constante dos serviços de fiscalização, controle ambiental.
    Há, ainda, funcionários de carreira, que sabem de cor e salteado como as coisas funcionam. Então, o problema está no andar de cima.
    Pedir, agora, explicações, é aquela história. Você vê a coisa acontecendo, mas demora dias, vai protelando, criando falsos problemas e vai enrolando, até que não dá mais e toma uma ação, depois protela mais, cria falsos problemas e vai enrolando…
    Não há fatos que não possam ser usados do modo mais canalha possível. Com as queimadas, haverá quem dirá “oba, agora temos mais território para plantar alimentos”.

  4. a declaração do nosso caboclo ariano só reforça a afirmação de que os nossos integrantes das ffaa, são chamados de camarão:

    Tem o casco duro, merda na cabeça e vivem nas costas do Brasil

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