Luciano Hortencio
Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.
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‘Ai, Seu Mé’, uma sátira ao candidato Artur Bernardes

Artur Bernardes, dentre outros apelidos atribuídos pela oposição, era conhecido por Seu Mé.

Freire Júnior e Luiz Nunes Sampaio (Careca) compuseram a marcha AI, SEU MÉ, que teve quatro gravações em 1921 e 1922. Ressalte-se que o nome dos compositores não constou em nenhuma das gravações e sim A Canalha das Ruas.

Isso de pouco adiantou aos compositores, uma vez que foram presos logo depois que Artur Bernardes assumiu a Presidência da República.

Essa e outras histórias podem ser lidas no livro do pesquisador e escritor cearense Miguel Ângelo Azevedo (NIREZ), A HISTÓRIA CANTADA NO BRASIL EM 78 ROTAÇÕES.

 

 

Zé-povo quer a goiabada campista

Rolinha, desista, abaixe essa crista

Embora se faça uma bernarda a cacete

Não vais ao Catete!

Não vais ao Catete!

 

Ai, seu Mé!

Ai Mé Mé!

Lá no Palácio das Águias, olé

Não hás de pôr o pé

 

O queijo de Minas está bichado, seu Zé

Não sei porque é, não sei porque é

Prefira bastante apimentado, Iaiá

O bom vatapá, o bom vatapá

 

Ai, seu Mé!

Ai Mé Mé!

Lá no Palácio das Águias, olé

Não hás de pôr o pé

 
Luciano Hortencio

Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.

21 Comentários

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    1. Distópico Guru

       

      RESPEITE MEU VOTO!

      Homem é preso por ler romance de Orwell em Bangkok

      AP | 23/06/2014

      Um manifestante de Thai lê um livro em sinal de protesto, na área externa de um shopping center em Bangkok. Foto: EPA

      A polícia da Tailândia prendeu oito pessoas que se manifestaram contra a cada vez mais repressiva junta militar do país, incluindo um homem que arrastado por policiais disfarçados ao ler uma cópia de 1984 de George Orwell. A prisão foi o primeiro caso conhecido de alguém ser detido por fazer uma leitura como uma forma de protesto desde que os militares tomaram o poder no mês passado.

      Os manifestantes estão encenando leituras silenciosas do livro nas últimas semanas, e acusando o totalitarismo do Exército depôs o governo eleito do país em um golpe de Estado 22 de maio.

      Uma fonte da corporação polícial afirmou que todas as prisões ocorreram dentro e ao redor do sofisticado shopping Siam Paragon, no centro de Bangkok.

      Um repórter da cidade de Thai, que testemunhou o homem solitário ler o clássico de Orwell, disse que ele foi levado por uma meia dúzia de policiais à paisana. O repórter disse que o homem segurava o livro quando foi abordado pelos policiais.

      Quando questionado, o homem disse que estava lendo o livro da “liberdade, igualdade e fraternidade” – o slogan da Revolução Francesa. O homem também estava tocando o hino nacional francês em seu smartphone.

      Outra das prisões foi de uma mulher vestindo uma camiseta com as palavras “respeite meu voto”. A frase se tornou popular entre os grupos pró-democracia que tentavam combater os manifestantes antigovernamentais que obstruíam as eleições de fevereiro, que, mais tarde, foram anuladas em uma decisão judicial controversa.

      http://www.scmp.com/news/asia/article/1538616/protesting-thai-reader-orwells-1984-dragged-police-bangkok

       

      * * *

       

      A Minha Voz é Livre

      O libelo para a liberdade de expressão da tunisiana Emel Mathluothi

      Emel Mathlouthi (24b)

       

      Eu sou daqueles que são livres e não têm medo

      Eu sou os segredos que nunca vão morrer

      Eu sou a voz dos que não vão ceder

      Eu sou o significado em meio ao caos

       

      Eu sou o direito dos oprimidos

      Que é vendido por estes cães (essas pessoas são cães)

      Que roubam do povo o seu pão de cada dia

      E bate a porta na cara dos ideais

       

      Eu sou daqueles que são livres e não têm medo

      Eu sou os segredos que nunca vão morrer

      Eu sou a voz daqueles que não vão ceder

      Eu sou livre e a minha palavra é livre

      Eu sou livre e a minha palavra é livre

      Não esqueça do preço do pão

      E não esqueça a causa da nossa miséria

      E não esqueça de quem nos traiu em nosso tempo de necessidade

       

      Eu sou daqueles que são livres e não têm medo

      Eu sou os segredos que nunca vão morrer

      Eu sou a voz daqueles que não vão ceder

      Eu sou o segredo da rosa vermelha

      À medida que os anos amaram

      O aroma que foi enterrado pelos rios

      Sou quem brotou como o fogo

      Para chamar aqueles que são livres

       

      Eu sou uma estrela que brilha na escuridão

      Eu sou um espinho na garganta do opressor

      Eu sou o vento tocado pelo fogo

      Eu sou a alma daqueles que não são esquecidos

      Eu sou a voz dos que não morreram

       

      Vamos fazer aço da argila

      E construir com ele um novo amor

      Que se torna pássaro

      E se torna um país, um lar

      Que se torna vento e chuva

       

      Estou com todas as pessoas livres do mundo

      Eu sou como uma bala

      Estou com todas as pessoas livres do mundo juntos

      Eu sou como uma bala

       

      [video:http://youtu.be/PdYUZidsdYw width:600 height:450]

      1. Mestre

         

        Ispia só e vai assuntano aí.

        Foto

        Foto: COMEÇA DOMINGO O FESTIVAL DILERMANDO REIS

        Eu tenho uma desconfiança danada em relação ao Sir Ney.

        Como eu destesto a instituição, fico muito nervoso quando a galera do Matogrosso teima em defender o casamento e fica metendo a colher em tudo quanto é assunto prá pedir prá casar: “assim não dá, assim não pode”.

        Deus me livre e guarde dessa turma desvairada, porque eu sou, estupidificadamente, alérgico ao matrimônio.

        Quando alguém toca nesse assunto, assoma, em minh’alma, os terríveis efeitos do ‘delirium tremens’- não é excesso de cachaça não – e, ao ouvir esta palavra trágica e funesta, tenho erupções na pele,como a causada pelo Ebola que está dizimando os meus irmãozinhos da Mãe África.

        Faço uma concessão e dou um desconto prá Turma do Ney: eles vão salvar o casamento – sem a minha ajuda, claro – Infelizmente, prá mim.

        Quanto ao vídeo que incorporastes, tirei o chapéu prá ‘cozinha de responsa’ do Ney – nessa área eu sou fãzaço dele.

        Veja, aos 05:23, que o Ronaldo do Bandolim é bão dimais, mas nem chega aos pés do velho Nassa.

        Compare, por favor, o suingue do Ronaldão com o do nosso Blogtor Chefe.

        O quê que você achou? Hein? Como? Seja mais claro e não enrole Mestre. Se o Nassa não toca tanto quanto o Ronaldo do Bandolim, pelo menos rebola mais que ele – tenho certeza disso – principalmente quando está desembanhando os grandes clássicos do Dilermando Reis.

        [video:http://youtu.be/UqsdgwDHZNE width:600 heigth:450]

        Choramingante de responsa travestido de jornalista.

  1. Há alguns anos ao chegar na

    Há alguns anos ao chegar na casa de meus familiares encontrei meu pai (que já faleceu) cantarolando a seguinte marchinha:-

     

    O SEU BARBADO FOI EMBORA E DEU O FORA

    NÃO VOLTA MAIS, NÃO VOLTA MAIS

    E A MINERADA LÁ DA TERRA DA QUALHADA

    REUNIU-SE NO SERTÃO DA MANTIQUEIRA

    PARA DAR UM FIM NA PALHAÇADA

    O SEU BARBADO FOI EMBORA E DEU O FORA

    NÃO VOLTA MAIS, NÃO VOLTA MAIS

     

    Afirmou-me, depois, que esta marchinha era cantada na década de 1930 pelos getulistas para troçar dos partidários de Washington Luis, que como todos sabem tinha uma bela barba da qual cuidava com bastante esmero. Mas não era só da barba que Washington Luis cuidava. Ele tinha um cuidado muito especial com seus amigos, a quem distribuía bilhetinhos manuscritos com cargos, salários, sinecuras e concorrências vantajosas. Apeou do governo a força e não deixou saudades. 

      1. Grato. Algum tempo antes de

        Grato. Algum tempo antes de morrer meu pai, João de Oliveira Ribeiro, gostava de cantarolar esta canção que escutou na infância. Meu avô paterno (Trajano de Oliveira Ribeiro) era getulista, o irmão dele também. Godofredo de Oliveira Ribeiro, a quem meu pai era muito ligado, trabalhou na fazenda de Getúlio Vargas como professor e era getulista, pelo menos até o incidente com o interventor em São Paulo. Depois da matança de estudantes na capital paulista, Godofredo  passou a ser adversário de Vargas e até se alistou e combateu as tropas gauchas junto com meu avô materno (João de Freitas Ribeiro). 

  2. Outra versão

    Foi também gravada uma versão levemente censura à época, cujo refrão dizia

     

    Ai, Seu Mé

    Ai, Seu Mé

    Se não fosse a Santa Cruz, olé ré

    Tu não tomavas pé

     

     

  3. “Canalha das Ruas”

    Luciano,

    O nome de Freire Junior não apareceu na primeira gravação de “Ai, seu mé” por uma razão simples: ele queria evitar ser preso. Não adiantou nada. Assim que Bernardes venceu as eleições colocou o Freire Junior em cana. E não foi sua única prisão. A expressão “Canalha das Ruas” foi extraída de uma frase do próprio Artur Bernardes. Ainda na campanha de 1922, que disputava com Nilo Peçanha, Bernardes foi indagado pela imprensa se não se importava com a reação dos eleitores diante das medidas antipopulares que anunciava. Bernardes foi arrogante e respondeu: “Não darei ouvidos ao que diz a canalha das ruas!” Pronto! A frase foi um prato cheio para os humoristas e escritores do Teatro de Revista. Freire Junior era um deles. Em 7 de abril de 1922 aparecem dois novos escritores no teatro popular. No Teatro Carlos Gomes estreia a Revista “Canalha das Ruas”, de Marques Porto e Ary Pavão. O “Canalha” é o personagem principal. Dormindo na rua, ao pé da estátua de Pedro Alvarez Cabral, na Glória, o “Canalha” puxa conversa com o “descobridor” e conta ao português as mazelas e degradações do Brasil. A estátua se interessa, ganha vida e o “Canalha” sai pelo Rio de Janeiro a mostrar a Cabral o estado em que se encontrava a terra que ele havia “descoberto”. Já li a peça e é muito engraçada!

    A propósito de “Ai, seu Mé” vale conferir o que Franklin Martins (esse mesmo que foi Ministro das Comunicações e assessora a campanha de Dilma) escreveu em seu site Conexão Política. Franklin é ótimo pesquisador, mas a vida pública não lhe deixa tempo livre para se dedicar mais. Confira em http://www.franklinmartins.com.br/som_na_caixa_gravacao.php?titulo=ai-seu-me#        

    Grande abraço

    Henrique Marques Porto

    1. Amigo Henrique Marques Porto!

      Obrigado pelo excelente comentário. A letra de Ai, Seu Mé, eu peguei exatamente no site de Franklin Martisns.

      Segundo Nirez, em “A História Cantada no Brasil em 78 Rotações, os nomes de Freire Júnior não constou em nenhuma das gravações, quatro em 1921 e 1922. Resultado prático da prudência: XILINDRÓ!

      Abração do luciano

  4. Seu Gegê, seu Mé, seu Julinho…

    No inicio do governo de Getulio Vargas, ele reclamava em seu Diario que não sabia porque estava descascando aquele abacaxi que era o Brasil (à época), ja que não se tinha dinheiro em caixa para nada ( anos de 1930-31). 

    Dizem que Washington Luiz tinha sido mediocre, mas parece que seus antecessores foram igual ou  pior: não faziam nada mais que politicar aqui e acola e prosear pelos salões. E o fazendão seguia meio que por ‘osmose’. 

     

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