Morre Tina Galvão, doadora de abraços na cracolândia

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Por Laerte Coutinho
 

Acabo de saber que Tina Galvão morreu, esta noite. Foi uma mulher de muita vida, deu sua vida pra ajudar muita gente. Ela criou, entre outros movimentos, o Aquele Abraço, que introduziu a ideia de lidar com a população dos humilhados e abandonados em situação de dependência química – o povo da cracolândia – através da aproximação e da escuta, em vez da bordoada e da internação compulsória. Inventou o moto “quem pita é que apita”. Este trabalho gerou o programa “De Braços Abertos”, da prefeitura de S. Paulo. Nesta foto, a festa junina da Cracolândia, em 2013, à qual ela me convidou e que foi um momento lindo. Ela está ali, com o microfone, dando recado no arraial da Dino Bueno. Tchau, Tina. Feliz por ter conhecido você, ainda que pouco. Beijo!

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

5 Comentários

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  1. Uma mulher maravilhosa!

    Tina foi uma mulher maravilhosa!. São muitas as histórias dela em sua passagem pela terra.

    A Rita de Sousa, minha sobrinha, foi testemunha de uma delas e nos conta como foi:

    “Eu era pequena e nada entendia da vida quando a Tina adotou meu pai. Era na casa de princesa dela que eu ia cada vez que o visitava, e não sabia na época, mas essa mulher alegre, cheia de vida, que não conhecia nenhum limite no mundo, me deu uma das mais importantes lições da minha vida.”

    “Nunca vou esquecer quando nos convidou, a mim e meu irmão, para um passeio no circo, e levou com a gente mais umas dez crianças que dormiam na praça da Santa Cecília em frente à sua casa. Ela levou todos para a sua casa, vestiu, alimentou e nos levou ao circo. E naquele dia ela gostou de todos nós igual, da mesma forma, com o mesmo carinho, com as mesmas palavras generosas. 
    Obrigada, Tina, por ter tornado o mundo um lugar melhor!”

    Aproveito a oportunidade para devolver a ela um dos muitos abraços que ela destinou aos consumidotres de crack na famigerada Cracolândia.

    Vai com Deus, Tina! 

     

     

  2. Não a conhecia, mas pelos 02

    Não a conhecia, mas pelos 02 testemunhos, ve-se que foi uma grande perda para um país em que assassinos se apresentam como defensores dos direitos humanos. Nessas horas tenho vergonha de ser brasileiro; pior, vergonha da humanidade. Com certeza a Tina Galvão está juntinha de Deus.

  3. Uma pessoa rara, hoje em dia.

    Enquanto a sociedade embarca na intolerância, indiferência para com os desvalidos e cinismo, tinhamos a Dona Tina, que sabia que a principal providência para que as vítimas da droga saiam deste inferno é devolver a humanidade a esta gente. Uma pessoa rara. E que fará falta.

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