A história de Fernando Rodrigues e sua defesa dos barões da mídia

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

do Brasil 247

Demitido na Folha faz o lobby dos barões da mídia

Jornalista Fernando Rodrigues, que foi recentemente demitido da Folha de S. Paulo, publicou um levantamento com informações equivocadas sobre investimentos publicitários realizados por empresas estatais na mídia e desqualificou os veículos de internet; ele, no entanto, tenta viabilizar o projeto de jornalismo online ‘Política.com’, claramente inspirado no sucesso editorial e comercial de veículos digitais pioneiros; procurado por 247, ele não se posicionou sobre quais serão as fontes de financiamento do seu empreendimento na internet; ao distorcer informações, fez o lobby da imprensa familiar, que vem perdendo relevância nos últimos anos

 

247 – O jornalista Fernando Rodrigues, recentemente demitido da Folha de S. Paulo, saiu a campo, nas últimas semanas, com uma ideia fixa na cabeça e o bolso vazio.

Rodrigues, como fazem vários empreendedores, buscava investidores para um projeto que ele acredita ter grande potencial de retorno para eventuais parceiros: o ‘Política.com’, um site eletrônico de notícias, com foco em política e economia.

Aparentemente, Rodrigues se inspira em veículos digitais pioneiros, que vêm tendo sucesso editorial e comercial, como é o caso do 247.

No entanto, nesta semana, às vésperas da divulgação de uma pesquisa pela Secretaria de Comunicação do governo federal, que revela o crescendo peso da internet no consumo de notícias (o levantamento será divulgado nesta sexta), ele publicou uma reportagem na Folha que deu o que falar – mas não pelos motivos que ele imaginava. O tiro, na realidade, saiu pela culatra.

A pretexto de atacar sites de notícias não-alinhados com a imprensa familiar, ele revelou que, nos últimos dez anos, R$ 15,7 bilhões foram investidos em publicidade oficial pelo governo federal – dos quais um terço nas Organizações Globo, além de outros tantos milhões nas empresas dos Frias, dos Civita e dos Mesquita.

Em seu blog, hospedado no Uol, Rodrigues também publicou informações falsas sobre a audiência dos veículos de internet. No caso do 247, citou 367 mil visitantes únicos/mês, quando os dados do Google Analytics, de 17 de novembro a 17 de dezembro deste ano, apontam 1.873.055 visitantes únicos, 4.783.887 visitas e 10.261.935 páginas vistas. Isso sem falar no alcance de 3 milhões de pessoas por semana, estimado pelo Facebook.

Talvez desapontado com as respostas que recebeu em suas prospecções junto ao mercado, na tentativa de captar recursos para o ‘Política.com’, Rodrigues fez o jogo das empresas da mídia familiar. Quem sabe, interessado num futuro emprego de comentarista político junto aos Marinho, aos Civita ou aos Mesquita, uma vez que os Frias o consideram caro demais para a função que exercia na Folha.

Antes de publicar esta reportagem, procuramos Fernando Rodrigues com as questões abaixo, que ele, até agora, preferiu não responder:

1) Quando você pretende lançar seu projeto “Política.com”?
 
2) Qual será a equipe e quais serão as fontes de financiamento?
 
3) Você recorrerá a anunciantes públicos ou apenas a anunciantes privados?
 
4) No caso de anunciantes privados, você já buscou alguma assessoria de imprensa para fechar possíveis parcerias?
 
5) Entre seus parceiros, você considera a hipótese de se alinhar a grandes grupos empresariais, como por exemplo, empreiteiras ou empresas de telefonia?
 
6) Havendo um eventual alinhamento com grupos empresariais, de que maneira você pretende manter sua independência editorial?
 
7) Você considera legítimo que congressos da Abraji, entidade de jornalismo investigativo, tenham apoio do empresário Carlos Jereissati, que já foi associado a grampos clandestinos, como o grampo do BNDES (uma reportagem sua, que permitiu a ele se tornar dono da Oi sem ter colocado dinheiro na privatização)?
 
8) Ao medir a audiência de portais como Uol, que hospeda seu blog, você retirou o volume de visitantes únicos gerados por canais de sexo, relacionamento ou mesmo acesso a emails?
 
9) Como você enxerga o processo de transformação da mídia no Brasil e no mundo?
 
10) Quando, no seu entendimento, jornais impressos deixarão de circular?

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

27 Comentários

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  1. Perguntas Difíceis, hein ?

    Perguntas certeiras e irrespondíveis. Se ele conseguir responder, honestamente, metade das perguntas, já entregará qual a sua “orientação editorial”.

    No entanto, duvido que ele se arrisque tanto, a ponto de queimar seu “empreendimento” logo de saída.

     

  2. Por que o espanto

    Por que o espanto com a atitude do cidadão Fernando Rodrigues? A atitude dele é típica de uma presa parasitada. Simplesmente isso.

  3. inovador

    A sabedoria popular canta:

    “Eu estou lhe ensinando isso a você

    Mas você num tem sido muito bão
    Tem sido mau filho mau marido

    Inda puxa saco de patrão”

    O jornalista demitido é inovador: Ele puxa saco de EX-PATRÃO !

  4. Nassif
    Pra quem queria

    Nassif

    Pra quem queria “captar, para sua suposta carreira solo”, seu planejamento foi um desastre.

    Mas,  ainda acho que a “direita capim” vai banca-lo.

  5. Assisti ao Mercado de

    Assisti ao Mercado de Notícias e vi o quanto FR destoa dos verdadeiros jornalistas. É de um cinismo exemplar ao nível de um seu xará, o FHC.

  6. O ditos “Blogs sujos” , que

    O ditos “Blogs sujos” , que fazem esse fundamental contrapondo ao PIG,  deveriam fundar uma associação com estatuto, diretoria, etc… Afinal não existe a CNJ ?

    Com a mídia tradicional cada vez mais premida pelos desafios impostos pela internet essa disputa por mercado irá se acirrar  e esses ataques serão sistematizados. Por isso a organização dos blogueiros independentes é imprescindível.

    À luta!

  7. A Mídia Convencional Brasileira É Remarcadamente Familiar

    Bom dia.
    … pois é tocada pelas famiglias e tem os empregados como agregados, verdadeiros “parentes”, piores do que o patrão, como sempre assinala o Mino.
    Na verdade, a mídia brasileira convencional está assim de Alceu. Alceu Dispor.

  8. Mano, na boa… nunca tinha

    Mano, na boa… nunca tinha ouvido falar deste tal de Fernando Rodrigues. Desde que a Folha de São Paulo lançou FHC candidato a presidente num passado muito, muito, muito distante, nunca mais li aquele jornal. Fernando Rodrigues nasceu para o jornalismo antes ou depois da catastrófica posse de FHC?

  9. Incompetência

    A cada dia me impressiono com o nível das pessoas envolvidas com nossa imprensa tupiniquim. São de uma mediocridade paquidérmica. Acham-se os donos da verdade com suas análises ridículas e fantasiosas e adoram ser bajulados em coquetéis chiques patrocinados por uma elite míope que num piscar de olhos os descartam sumariamente.

    São uns iludidos. Espero que com o tempo, aprendam (é dificil!).

  10. claro que ele será bancado
    claro que ele será bancado por esse
    concluio que ee tanto favoreceu em sua carreira no tal prtido da imprena golpista – pig.
    é por isso que puxa o saco do ex-patrão da fsp, para manter seu blog no esquema do uol.
    mas credibilidade,que é bom, necas,
    ele vai sentir na carne o que é
    a difícil busca da essência
    do jornalismo:
    a credibilidade.
    o cara esse acha, mas na verdade,
    quando no pig, está se afundando,
    sem perceber a dimensão dessa profundidade.

  11. claro que ele será bancado
    claro que ele será bancado por esse
    concluio que ee tanto favoreceu em sua carreira no tal prtido da imprena golpista – pig.
    é por isso que puxa o saco do ex-patrão da fsp, para manter seu blog no esquema do uol.
    mas credibilidade,que é bom, necas,
    ele vai sentir na carne o que é
    a difícil busca da essência
    do jornalismo:
    a credibilidade.
    o cara esse acha, mas na verdade,
    quando no pig, está se afundando,
    sem perceber a dimensão dessa profundidade.

  12. Agiu corretamente

    Penso que o Fernando Rodrigues conseguiu o que queria, ou seja, divulgar o absurdo que é a repartição dos recursos.

    Alguém acha que a matéria seria publicada nos jornalões se o viés fosse pró-internet?

  13. piolho

    Muito conhecido por todos são os populares “piolhos da burguesia”, os clássicos puxa-saco da “elite”. Eis que agora temos os ditos piolhos de barão, que,  como o tal Fernando, são agarrados ao baronato midiático, em busca de oportunidades para vender suas “informações”. É uma espécie de servo de gleba pós-moderno. 

  14. O típico jornalista do pig,

    O típico jornalista do pig, do qual o Fernandinho é um exemplo perfeito, é um ser totalmente desprovido de amor próprio, incrível. Continuo me espantando com isso. Sumariamente demitido pelo Otavinho, mas o apego à bolsa escrotal do chefe é inquebrantável, como muito bem anotou um comentarista abaixo.

  15. SEU ZÉ FERNANDO

    Tá bom, vou deixar de ler o Nassif, o Paulo Henrique Amorim, o Rodrigo Vianna, o 247, Tijolaço, pra ler o seu Ze´Fernando.

    Puxa o banquinho e fica sentadinho, seu mané.

  16. SEU ZÉ FERNANDO

    Tá bom, vou deixar de ler o Nassif, o Paulo Henrique Amorim, o Rodrigo Vianna, o 247, Tijolaço, pra ler o seu Ze´Fernando.

    Puxa o banquinho e fica sentadinho, seu mané.

  17. SEU ZÉ FERNANDO

    Então eu vou deixar de ler o Luis Nassif, o Paulo Henrique Amorim, o Rodrigo Vianna, o 247, o Tijolaço e outros da mesma linhagem para ler o seu Zé Fernando, vassalo da Folha.

    Puxe um banquinho e fique la sentadinho.

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