Reportagem de Veja sobre “xeiques” da Lava Jato revolta advogados

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Jornal GGN – A revista Veja causou indignação entre advogados após a publicação de uma reportagem especial sobre os “novos ricos da Lava Jato”. A edição trata de escritórios que pegaram grandes casos ou se especializaram em delações premiadas. Adriano Bretas, Alberto Toron, Antonio Carlos Kakay e Cláudio Mariz foram citados. Bretas e Kakay disseram que foram procurados pelo veículo para fazer uma reportagem em sentido oposto, e sairam com caricatura de “xeiques” da advocacia.

Reportagem de Veja que retrata advogados como magnatas revolta a classe
 
Do Conjur
 
A capa da última edição da revista Veja estampa um retrato do criminalista Adriano Bretas com um charuto e um sorriso. A chamada fala nos “novos ricos” da “lava jato”. Seriam os advogados que enriqueceram trabalhando na defesa de clientes envolvidos na operação. Porém, logo que a publicação saiu, alguns advogados passaram a contestar o conteúdo. Agora, Bretas se junta ao time dos críticos.
 
O advogado do ex-ministro Antonio Pallocci afirma, por meio de nota, que, quando a revista lhe informou sobre a reportagem, o tema que seria abordado era “diametralmente oposto” ao que foi publicado. Bretas reclama de que a reportagem dá a falsa ideia de que ele e seus colegas têm uma vida fácil e luxuosa e que enriqueceram com o dinheiro do crime.
 
Dentro da revista, uma foto mostra Bretas saboreando um charuto cubano de R$ 350 (a unidade). O advogado afirma que as fotos fumando foram feitas após o fim do expediente, em um momento de descontração. “Esclareço, finalmente, que, entre outras incongruências contidas na matéria, meu escritório não é ‘gigante’, não sou rico, nem filho único”, diz Bretas.
 
Outro retratado na reportagem é Antonio Carlos Kakay, descrito como xeique dos advogados, por sua suposta vida de luxos. Ele foi colocado no grupo denominado pela revista como “realeza”, formado por advogados que cobram R$ 10 milhões por causa.
 
Kakay também se manifestou por nota. Afirma que, do jeito como foi escrita, a reportagem reforça preconceitos contra os advogados. “O advogado, especialmente o criminal, sabe que é um dever não expor o cliente. Vejo, perplexo, que a matéria é exatamente sobre valores de honorários com números que parecem ter saído da cartola de um mágico ou de um ilusionista”, afirmou.
 
Alberto Zacharias Toron e Claudio Mariz também foram incluídos no grupo dos R$ 10 milhões. Ambos afirmam que esse dado não é verdadeiro e que não foram procurados pelos jornalistas, além de criticarem a revista.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

18 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Kakay, este é onovo

    Kakay, este é onovo jornalismo da veja. Vai se pautar em perseguir a esquerda, querer que prendam o Lula, acabar como o Pt e proteger ferrenhamente o psdb. E,claro. perseguir qualquer um que queira defender o estado de direito. Qualquer semlhança como o velho jornalismo da veja não será mera coincidência.

  2. Seja rico ou seja pobre o velhinho sempre vem…

    “Bretas e Kakay disseram que foram procurados pelo veículo para fazer uma reportagem em sentido oposto”

    “o tema que seria abordado era “diametralmente oposto” ao que foi publicado”

    Senhores dessa idade ainda acreditando em Papai Noel?

    Tudo bem que dezembro está aí, tem o espírito natalino tomando conta dos corações, mas acreditar na Veja? Aí já é demais.

  3. É impressionante a

    É impressionante a vulgaridade dessa capa e materia. Uma ode ao novorriquismo vulgar e cafona, chamando a atenção para preço de charuto e vinho, não tem nada mais brega, demonstrando que quem fez a materia tem essa cultura do breguismo acintoso e ofensivo. Atribue a advogados o mesmo exibicionismo de empresarios de futebol, cantores sertanejos e outros pobres que ficaram ricos em pouco tempo, tudo aquilo que um aristocrata inglês jamais faria.

    Em cinquenta anos de advocacia nunca vi advogados com esse perfil de posar para capa de revista em exibição acintosa  de riqueza, como se isso fosse a marca da profissão. Que mensagem é passada ao povo com essa capa?

    É coisa muito baixa, indigna da profissão de advogado, o padrão VEJA cai mais a cada dia, já está no fundo do poço.

    1. Mas a Veja sempre foi jeca

      Mas a Veja sempre foi jeca assim, Andre!  Uma vez, pra fazer uma reportagem sobre um padre (e ja esqueci o assunto) a Veja deu a marca do relogio dele!

      Jecura chegou la e parou…

      1. Quando veja começou nos anos

        Quando veja começou nos anos 60 NÃO era assim. Veja, Realidade, eram revistas de alto nivel, a decadencia veio depois.

        O Nassif, que trabalhou lá, é testemunha.

  4. Bem feito

    Apesar da calhordice que a revista é, esses senhores gostam de aparecerem na mídia sim. E se for nas telas da Globo melhor ainda.

    Estão reclamando do que?

    Por acaso o advogado Zucolotto parceiro do Moro e de sua esposa, que trabalhava no escritório daquele, não foi ajeitado uma  uma delação premiada com valor estipulado em R$ 15 milhões?

    Mariz, Kakay e esse vagabundo do Bretas são pobrinhos?

    Estou com pena da pobreza deles.

  5. Evidentemente a Veja “se

    Evidentemente a Veja “se esqueceu” de incluir em sua matéria os advogados da confraria lavajatense, aqueles que tem parentes e cumpadres entre os procuradores e “o” juíz da república de Curitiba.

    Alías, me parece que essa matéria ficou de encomenda para quem quer criminalizar a defesa, ou seja, os justiceiros da moralidade inviesada. 

    Quando na verdade, se a dita revista quisesse fazer jornalismo teria que necessariamente incluir nessa farra de grana a rodo, os procuradores e supostos advogados de defesa, “especialistas” em delação, que em promíscuos conluios “preparam” as tais delações. Essas que o Tacla Duran está mostrando de que material são feitas.

    PS: O cumpadre e sócio da senhora Moro, o doutor Zucolloto está na matéria? Acho que não, né?

    1.  
      Concordo com você Juliano.

       

      Concordo com você Juliano. Apenas, faço uma pequena resalva quanto ao que diz: …me parece que essa matéria ficou de encomenda para quem quer criminalizar a defesa, ou seja, os justiceiros da moralidade inviesada.”

      Desculpe Juliano. Mas, não vejo espaço para introduzir a menor fresta de dúvida, quanto  as intenções do cretino proprietário desse esgoto, quando ordenou aos seus lacaios produzirem mais uma merda, à quisa de reporcagem, digo, de jornalísmo-show.

      Claro que o surgimento desse nincho de mercado não viscejou, florescendo com tal exuberância por geração espontânea. Repito, claro que há algo de muito podre por detrás desse grande empreendimento golpista, do qual, o seguimento dos negócios “delações combinadas,” representa uma das inúmeras arapucas que medeiam o imenso cipoal de oportunidades de negócios, gerados por obra dos agentes sediados em Washighinton.

      Não obstante, o setor de Óleo e Gás, da Engenharia Pesada e Nuclear, é onde ocorrem as ações mais valiosas desses criminosos entreguistas. E o ninho dessas cobras é o PSDB de SP.

      Orlando

  6. Repito outros colegas comentaristas:

    Bem feito! Se merecem. Antes não havia problema na revistinha de esgoto. Quando o esgoto entra nas narinas, daí saem correndo acusando o lixo. Repito: Bem feito!

  7. A colaboração premiada, na

    A colaboração premiada, na forma como tem sido utilizada em Curitiba, consiste em renúncia ao direito de defesa. Se o sujeito não se rende e delata nos termos do MPF, a prisão preventiva é perpétua.

    Então, basicamente, esse pessoal está ganhando uma fortuna pra não fazer nada.

  8. A primeira…

    A Catta Preta, hoje em Miami….

    Pegou os milhões dela e sumiu.

    Triste a nação e o seu futuro havendo advogados ficando ricos e engenheiros desempregados.

  9. E os “Xeiques da Mídia” que enriqueceram com a novela do Moro???

    A novelinha do Moro, baseada na outra novela italiana e financiada pelos estúdios americanos, também enriqueceu os Xeiques da mídia brasileira.

    Os Civita são muito caras de pau… pois eles estão fumando charutos junto aos advogados, juízes e procuradores.

    A IMPRENSA FOI GRANDE PRIVILEGIADA NA LAVA-JATO:

    -A imprensa ganhou uma novela de 3 anos com audiência máxima, refirmou contratos de publicodade com os políticos investigados precisando limpar a imagem, a revistas como IstoÉ reapareceram no fundo do esgoto vendendo matérias para corruptos em geral… Veja, sempre do mesmo lado, conseguiu vida extra e até aumentou as vendas… jornalistas da Globo viraram ministros… vazaram conversas do presidente… 

    -Acima de tudo: a imprensa nacional recuperou a relevância junto à população. Com a imbecilização total do povo, parece que a Globo, a Veja e a imprensa em geral voltaram a dar as cartas e manipular descaradamente o eleitor… perderam a vergonha na cara de vez, não escondem as segundas intenções… colocam elas descaradamente na capa do jornal.

    -A internet, que era um obstáculo da grande mídia, se tornou uma forte aliada. A imprensa hoje atua tanto na superfície quanto no subnível, fornecendo manchetes tendenciosas que reverberam e são usadas como armas pelos níveis mais baixo da guerra de informação… essas por sua vez, alimentam comunidades de Facebook, grupos de watsapp e Youtubers… tudo em sincronia e velocidade invejável.

    -O peixe-pequeno Reinaldo Azevedo trocava poemas com Andrea Neves em grampos da PF… imagina os “Xeiques da mídia”… trocavam declarações de amor com Serra e seus 23 milhões na Suíça… quanto desses milhões viraram capas da Veja? Nunca teremos essa resposta! 

     

  10. é por muitos ainda acreditarem nela…

    que a Veja promete fazer as coisas certo e deixa de fazer as coisas certas

    sempre foi assim, jornalismo de lixo, que engana até mesmo a informação, ou os seus informantes

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador