Washington Post e The Guardian ganham Pulitzer por revelar espionagem dos EUA

Do G1

Jornais levam Pulitzer por revelar espionagem dos Estados Unidos
 
The Guardian e Washington Post venceram na categoria “serviço público”. Prêmio é um dos mais importantes do mundo na profissão.
 
Os jornais The Guardian e Washington Post venceram nesta segunda-feira (14) o Prêmio Pulitzer de jornalismo por suas revelações sobre o programa de espionagem dos Estados Unidos.

O prêmio é um dos mais importantes do mundo na profissão e os jornais venceram na categoria “serviço público” por suas publicações sobre o programa de vigilância da Agência de Segurança Nacional (NSA) americana, com base em documentos entregues pelo ex-consultor deste organismo Edward Snowden.

Outros vencedores

O “Post” também levou hoje outro prêmio por uma informação de Eli Saslow sobre as ajudas alimentares para as famílias mais desfavorecidas dos EUA.

Na categoria de notícias de última hora, o júri premiou o jornal “Boston Globe” por sua cobertura dos atentados da maratona de Boston, destacando seu acompanhamento “exaustivo e com empatia” da tragédia, que aconteceu há um ano.

O prêmio de melhor informação internacional foi para Jason Szep e Andrew R.C. Marshall, da agência Reuters, pela cobertura da perseguição aos “rohingyas”, minoria muçulmana de Mianmar, enquanto na seção nacional David Philipps, do diário “Gazette” do Colorado (EUA), levou o prêmio por uma história sobre veteranos de guerra.

O “New York Times” foi outro dos vencedores, na categoria fotojornalismo, com dois prêmios para os fotógrafos Tyler Hicks e Josh Haner.

O prêmio de jornalismo investigativo foi para o Center for Public Integrity por suas informações sobre como alguns advogados e médicos iniciaram um sistema para negar ajudas a mineradores doentes.

Os prêmios, criados em 1917 pelo editor de jornais Joseph Pulitzer (1847-1911), são especialmente valorizados nas categorias jornalísticas, mas também reconhecem trabalhos de literatura e música.

A melhor obra de ficção foi para a americana Donna Tartt, por “Goldfinch”, e o melhor drama foi para Annie Baker, por “Flick”.

Os premiados na categoria de serviço público recebem uma medalha de ouro por seu trabalho, e os outros premiados são reconhecidos com um prêmio de US$ 10 mil.

Papel da imprensa no caso NSA
No dia 5 de junho, o jornal britânico “The Guardian” publicou a primeira reportagem sobre os programas de espionagem, mostrando que a Agência Nacional de Segurança coleta dados sobre ligações telefônicas de milhões de americanos diariamente e que também acessa fotos, emails e videoconferências de internautas que usam os serviços de empresas americanas, como Google, Facebook e Skype.

A reportagem foi assinada pelo jornalista americano Glenn Greenwald – que posteriormente saiu do jornal e lançou um site onde prometeu divulgar mais novidades sobre o caso.

Em 7 de junho, o jornal americano “The Washington Post” também publicou dados entregues por Snowden, que detalham um programa de vigilância secreta que reunia equipes de inteligência da Microsoft, Facebook, Google e de outras empresas do Vale do Silício.

Em outubro, o jornal complementou as denúncias, afirmando que a Agência Nacional de Segurança (NSA) invadiu em segredo links de comunicação que conectam data centers do Yahoo e do Google ao redor do mundo, e teve acesso assim a dados de centenas de milhares de contas de usuários

No dia 9 do mesmo mês, em entrevista ao “The Guardian”, a identidade do responsável pelo vazamento foi revelada. “Não tenho nenhuma intenção de me esconder porque sei que não fiz nada de errado”, disse Snowden.

Em 31 de julho, o “Guardian” publicou nova reportagem, mostrando que um sistema de vigilância secreto conhecido como XKeyscore permite à inteligência dos EUA supervisionar “quase tudo o que um usuário típico faz na Internet”. O sistema seria o de maior amplitude operado pela agência nacional de segurança americana.

No fim de outubro, o “Washington Post” revelou que a NSA invadiu em segredo links de comunicação que conectam data centers do Yahoo e do Google ao redor do mundo, e teve acesso assim a dados de centenas de milhares de contas de usuários. O chairman do Google, Eric Schmidt, disse que denúncia é ultrajante e potencialmente ilegal se for verdade.

Em dezembro, o jornal americano voltou a fazer revelações, informando em reportagem que os EUA monitoram diariamente a geolocalização de centenas de milhões de celulares no planeta.

Após os dois jornais realizarem as primeiras revelações, outras publicações de países como França, Alemanha e até mesmo o Brasil publicaram reportagens com mais vazamentos de Snowden.

 

Redação

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  1. A Operação Shotgiant Contra a Huawei

    A NSA invadiu a rede da gigante de telecomunicações asiática e espionou a cúpula do governo chinês.

    O governo americano realizou uma grande ofensiva de inteligência contra a China, incluindo o governo chinês e a rede de comunicações da empresa Huawei, de acordo com documentos de Edward Snowden que foram disponibilizados ao Spiegel e ao New York Times.

    Ren Zhengfei

    O fundador da Huawei, é visto com a versão chinesa de Steve Jobs / Dmitry Lovetsky/Associated Pres

    A Huawei, uma gigante global, fabrica equipamentos que compõem a espinha dorsal da Internet, instala cabos submarinos da Ásia para a África e tornou-se a terceira maior fabricante de smartphones do mundo, depois da Samsung e da Apple.

    “Muitos de nossos alvos comunicam-se através de equipamentos produzidos pela Huawei. Queremos ter certeza de que sabemos como explorar esses equipamentos, para ganhar acesso a redes de interesse ao redor do mundo.”

    “A ironia é que eles estão fazendo exatamente o que eles sempre alegaram que os chineses estão fazendo através de nós.”

     

    SPIEGEL ONLINE

    De acordo com os documentos analisado pelo Spiegel, a agência de inteligência americana NSA concentrou esforços consideráveis ​​para espionar políticos e empresas chinesas. Um dos alvos principais era a Huawei, uma corporação que está rapidamente se tornando um grande competidor na Internet.

    Former Chinese President Hu Jintao (left) and his successor, Xi Jinping (right): Politicians in Beijing were targets of NSA espionage.

    O ex-presidente da China, Hu Jintao (à esquerda) e seu sucessor, Xi Jinping (direita) foram alvos de espionagem da NSA.

    Entre os alvos do serviço de inteligência americano estava o ex-presidente da China, Hu Jintao, o Ministério do Comércio da China, os bancos, bem como as empresas de telecomunicações.

    Mas a NSA fez um esforço especial para alvejar a Huawei. Com 150.000 colaboradores e 38.6 bilões de dólares em receitas anuais, a empresa é a segunda maior fornecedora de equipamentos de rede do mundo. No início de 2009, a NSA começou uma extensa operação, chamada internamente de ‘Shotgiant’, contra a empresa, que é considerada um grande concorrente para a Cisco com sede nos EUA. 

    A Huawei produz smartphones, tablets e a infra-estrutura de telefonia móvel, roteadores WLAN e cabos de fibra óptica – o tipo de tecnologia que é decisivo na batalha da NSA pela supremacia de dados.

    Uma unidade especial da agência de inteligência dos EUA conseguiu infiltrar na rede da Huwaei e copiou uma lista de 1.400 clientes, bem como documentos internos que fornecem treinamento aos engenheiros sobre o uso de produtos Huwaei, entre outras coisas.

    Código Fonte Rompido

    De acordo com um apresentação de documentos altamente secretos, a NSA não só conseguiu acessar o arquivo de e-mail, mas também o código fonte secreto de todos os produtos da Huwaei – o Source Code (código fonte) do software é o Santo Graal das empresas de informática – porque Huawei dirigia todo o tráfego de e-mail de seus colaboradores através de um escritório central em Shenzhen, onde a NSA havia se infiltrado na rede chinesa.

    Os americanos eram capazes de ler uma grande parte dos e-mails enviado por funcionários da empresa desde de janeiro de 2009, incluindo mensagens do CEO da empresa, Ren Zhengfei e do presidente Sun Yafang.

    “Atualmente, temos acessos tão bons e tantos dados que nós não sabemos o que fazer com eles”, afirma um documento interno da NSA. 

    Como justificativa para o direcionamento da empresa, um documento NSA afirma que “muitas das nossas metas aoe recolher as informações sobre produtos produzidos pela  Huawei é que queremos ter certeza de que sabemos como explorar esses produtos.”

    A agência também afirma que a preocupação de que “a infraestrutura geral da Huawei fornecerá a capacidade de SIGINT a RPC” – (República Popular da China – SIGINT é um jargão das agências de espionagem para a inteligência de sinais.)

    Os documentos não indicam se a agência encontrou informações comprovando que seja o caso.

    A operação foi realizada com o envolvimento do coordenador de inteligência da Casa Branca e do FBI. Um documento afirma que a ameaça representada pela Huawei é “única”.

    A agência também afirmou em um documento que “as estruturas da comunidade de inteligência não são adequadas para lidar com questões que combinam economia, contrainteligência, influência militar e a infraestrutura de telecomunicações de uma entidade.”

    Temores de influência chinesa na Net

    A agência observa que a compreensão de como a empresa opera recolherá dividendos no futuro. No passado, o negócio de infraestrutura de rede era dominado por empresas ocidentais, mas os chineses estão trabalhando para tornar as empresas americanas e ocidentais “menos relevantes”. Esse impulso chinês está começando a abrir padrões de tecnologia, que foram por muito tempo determinados por empresas norte-americanas, e a China está controlando uma quantidade crescente do fluxo de informações na rede. Em um comunicado, o porta-voz da Huawei, Bill Plummer, criticou as medidas de espionagem. “Se é verdade, a ironia é que, exatamente o que eles estão fazendo conosco é o que eles sempre alegam que os chineses estão fazendo através de nós”, disse ele. “Se tal espionagem foi realmente realizada, então sabe-se que a empresa é independente e não tem nenhum vínculo incomum com qualquer governo e que o conhecimento deve ser retransmitido publicamente para pôr fim a uma era de desinformação.”

    Respondendo às alegações de espionagem, a porta-voz do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca, Caitlin Hayden, disse que ela não deveria e não poderia comentar sobre as atividades de coleta específicas ou operações de inteligência contra  países estrangeiros específicos, “mas posso dizer-lhe que nossas atividades de inteligência estão focados nas necessidades de segurança nacional do nosso país”. Ela também disse: “Nós não damos informações que coletamos para empresas norte-americanas para aumentar a sua competitividade internacional ou aumentar a sua lucratividade. Muitos países não podem dizer o mesmo…”

    http://www.spiegel.de/international/world/nsa-spied-on-chinese-government-and-networking-firm-huawei-a-960199.html

    ***

    NEW YORK TIMES

    Extratos da matéria do NYTimes – a versão mais longa da história – que pode ser encontrada em: http://www.nytimes.com/2014/03/23/world/asia/nsa-breached-chinese-servers-seen-as-spy-peril.html?hp

    Escritórios da Huawei em Shenzhen, China | Forbes Conrad / Bloomberg, via Getty Images

    As autoridades americanas bloquearam os negócios da Huawei, a gigante de telecomunicações chinesa, por considerá-la uma ameaça à segurança nos Estados Unidos, com medo de que a empresa poderia criar ‘backdoors’ em seus equipamentos para permitir que militares chineses ou hackers apoiadores de Pequim possam roubar segredos corporativos e governamentais.

    Apesar dos Estados Unidos fazerem publicidade sobre os perigos da compra de produtos da Huawei, documentos sigilosos revelam que a foi a NSA que criou as suas próprias ‘backdoors’, diretamente nas redes da Huawei.

    A agência encontrou o caminho para invadir os selados servidores na própria sede da Huawei em Shenzhen, instalada no coração industrial da China, de acordo com documentos da NSA fornecidos por Edward J. Snowden.

    A NSA obteve informações sobre o funcionamento dos roteadores e switches digitais gigantes e complexos, com os quais a Huawei orgulha-se de conectar um terço da população do mundo, e monitorou as comunicações de altos executivos da empresa.

    Um dos objetivos da operação, de codinome ‘Shotgiant’, era encontrar possíveis ligações entre a Huawei e o Exército Popular de Libertação, de acordo com um documento de 2010, mas os planos foram mais longe, ao explorar e usar a tecnologia da própria empresa quando vendesse equipamentos para outros países, incluindo os aliados e nações que evitassem a compra de produtos norte-americanos. A NSA iria penetrar nas suas redes de computadores e de telefonia para realizar a vigilância e, se recebesse ordem do presidente, realizar cyber operações ofensivas.

    “Se conseguirmos determinar os planos e intenções da empresa”, escreveu um analista, “esperamos que isso possa nos levar de encontro aos planos e intenções da RPC”, referindo-se a República Popular da China. A NSA viu uma oportunidade adicional: Como Huawei investiu US $ 40 bilhões por ano em novas tecnologias e colocou cabos submarinos para conectar o seu império redes, a NSA estava interessada em tunelamento em clientes-chaves chineses, incluindo os alvos de alta prioridade, como o Irã, Afeganistão, Paquistão, Quênia e Cuba.

    Slide de 2010 mostrando os esforços da NSA para quebrar as redes da gigante de telecomunicações Hauwei

    Analistas da NSA deixaram claro que eles estavam procurando era mais do que apenas ‘sinais de inteligência’ sobre a empresa e suas conexões com os líderes chineses; eles queriam aprender a penetrar nos seus sistemas para que, quando os adversários e aliados comprassem equipamentos da Huawei, os Estados Unidos iriam se conectar a essas redes. (O The Times reteve detalhes técnicos da operação a pedido da administração Obama, que citou preocupações de segurança nacional.)

    “A China faz mais em termos de cyber espionagem do que todos os outros países juntos”, disse James A. Lewis, um especialista em segurança de computadores do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington.

    “A questão não é mais quais as indústrias a China está invadindo: é quais as indústrias não estão invadindo.”

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    SIGINT (acrônimo de SIGNALS INTELLIGENCE) é o termo inglês usado para descrever a atividade da coleta de informações ou inteligência através da interceptação de sinais de comunicação entre pessoas ou máquinas.

    Atualmente, a SIGINT é a maior fonte de informação dos serviços de inteligência, ao contrário do passado, quando a HUMINT (acrônimo de HUMAN INTELLIGENCE) dominava. Porém, a junção de todas as formas é que permite resultados eficientes. Por exemplo, uma transmissão de dados pode vir codificada com um código que pode ser obtido apenas por um espião.

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    Alguns fatos sobre como as histórias da NSA são relatadas

    Glenn Greenwald | 23 março 2014

    Vários membros do clube da augusta organização “US Journalists Against Transparency” (Jornalistas dos EUA Contra a Transparência) estão indignados com revelações recentes do New York Times  (publicadas em conjunto pela revista Der Spiegel ) que a NSA bloqueou a compra dos produtos da empresa de tecnologia chinesa Huawei, bem como invadiu os computadores da própria Huawei, exatamente ao mesmo tempo e exatamente da mesma maneira como o próprio governo dos EUA afirma que é feito por hackers do governo chinês. 

    Repetindo o script das autoridades segurança nacionais, estes jornalistas argumentam que estas revelações, mesmo traiçoeiras, não se justificam, porque este é o tipo de espionagem que a NSA deveria estar fazendo e a divulgação não serve a nenhum interesse público e prejudica a segurança nacional americana, etc, etc, etc…

    Fiel à forma, no entanto, esses ‘faróis de coragem’ se recusam a difamar as partes que realmente fizeram a escolha ao publicar essas revelações – a saber, os repórteres e editores do  The New York Times – e avançam no ataque implacável sobre Edward Snowden. 

    Para esses jornalistas, há alguns pecados piores do que “roubar” os segredos do governo dos EUA e irradiá-los para a imprensa. Assim como era verdade no caso WikiLeaks, é preciso felicitar o Governo dos EUA sobre a sua excelente façanha de conseguir que seus jornalistas liderem a propaganda de guerra contra aqueles que trazem transparência sobre as ações das facções mais poderosas do país. Mas, além do espetáculo abjeto dos jornalistas antitransparência, estas alegações são muitas vezes baseadas em falsas suposições sobre como essas histórias são relatadas, fazendo valer a pena, mais uma vez sublinhar alguns dos principais fatos que regem esse processo:

    (1) Edward Snowden não vazou um documento único para qualquer jornalista desde que ele deixou Hong Kong em junho: 9 meses atrás . 

    (2) A publicação de uma história da NSA constitui um julgamento editorial dos meios de comunicação que as informações devem ser públicas . 

     (3) Snowden deixou repetidamente claro que ele não queria que todos os documentos que ele forneceu fossem publicados. 

     (4) A visão chauvinista do que é “interessante” é infundada e deformada. 

    O interesse público da história Huawei é óbvio. Isso demonstra que a ANS vem fazendo exatamente aquilo que o governo dos EUA passaram anos reclamando que é feito pela China. Enquanto os EUA dizem ao mundo que o governo chinês está espionando-os através de backdoors em produtos da Huawei, é realmente a NSA que está fazendo isso e, mais uma vez, desmente a alegação de que a NSA não se envolve em espionagem econômica, mostrando o maciço engano e a hipocrisia das autoridades norte-americanas em relação aos seus próprios cidadãos e o mundo. 

    Se você é um funcionário do governo dos EUA, ou um legalista dedicado ao governo dos EUA, então faz sentido que você fique com raiva que foi revelado. Funcionários políticos sempre querem que o seu engano seja escondida em vez de exposto, enquanto partidários do governo jingoistic (mesmo quando eles se chamam “jornalistas”) querem a mesma coisa. Mas se você é um jornalista real, ou um informante com uma consciência, ou um cidadão que prefere saber a verdade em vez de ser enganado por seu próprio governo, então esta é um apelo fácil. De qualquer maneira, no entanto, a chamada neste caso – para informar, em vez de suprimir – foi feita pelos repórteres e editores dos meios de comunicação que escolheram publicar esta história e, qualquer pessoa que esteja com raiva sobre isso, deve direcionar sua raiva para eles.

    Se você quiser argumentar que Snowden tem alguma responsabilidade, como o responsável pelo vazamento, vá em frente. Mas não engane as pessoas sobre quem fez a escolha que esta informação devia ser publicada. Foi  o New York Times – não Snowden – que concluiu que o público deveria saber sobre a pirataria da NSA na Huawei assim como foi o Washington Post e não Snowden, que decidiu publicar praticamente todas as histórias.

    A análise de Greenwald:  https://firstlook.org/theintercept/2014/03/23/facts-nsa-stories-reported/

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