Xeque, nossa agência de combate aos fake news

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Xeque será novo serviço de checagem de fake news

Não se limitará a analisar fatos, mas também as narrativas escondidas em cada reportagem checada, partindo do pressuposto que pôde-se contar uma mentira com dois fatos verdadeiros.

Por exemplo, no nosso Xeque de estreia:

  1. O STF autorizou a prisão de Lula.

  2. O STF aceitou a denúncia contra Aécio.

  3. Logo, o STF é isento.

Há, obviamente, uma manipulação da narrativa, na medida em que não se analisam as implicações de cada condenação no jogo político. De um lado, o candidato favorito à presidência da República nas próximas eleições; de outro, um candidato que possui menos de 1% das intenções de voto para governador em Minas.

O termo Xeque foi tomado do xadrez. É quando o rei adversário (no caso, a notícia) é ameaçado.

Pretendemos alimentar o Xeque com contribuições de vocês, leitores e assinantes. Os temas preferenciais são:

  1. Fake news jurídicos.

  2. Fake news econômicos.

  3. Fake news políticos.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

9 Comentários

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  1. Boa ideia! Minha sugestão é

    Boa ideia! Minha sugestão é começar pela falsa notícia de prisão preventiva que o mensageiro-funcionalista da elite orgânica levou para Lula em São Bernardo. Que tal?

    O advogado disse que Moro mandou avisar que se lula não se entregasse, Moro emitiria um mamdado de prisão preventiva.

    Enquanto o mensageiro passava a mensagem para Lula, a Globo, a Band e demais correligionários do PIG também diziam a mesma coisa, ao vivo, aos seus telespectadores.

    Logo, a falsa notícia de prisão preventiva é verdadeira, e, por isto, prenderam o rei. 

     

  2. Manchete invertida no Valor Econômico

    Em primeiro lugar gostaria de saudar a iniciativa. Mais do que necessária.

    E já aproveito para sugerir uma pauta: no jornal Valor Econômico de hoje (18/abril – versão online), a manchete principal diz o seguinte: “Mais de 70% do dinheiro captado pelos bancos financia o setor público”.

    Ora, ora, trata-se de uma evidente inversão de sentido, com as piores das intenções. Dá-se a entender que os pobres bancos brasileiros se veem na contingência de captar recursos dispersos nos bolsos das famílias para socorrer o Estado, supostamente em apuros.

    Mas, como bem sabemos, são os bancos e seus clientes rentistas que se penduram nos títulos da dívida pública ávidos para mamar o doce leite da Selic – a maior taxa básica de juros paga no mundo nos últimos 25 anos!. Ou seja, é o Estado brasileiro e mais precisamente os contribuintes brasileiros que sustentam as gordas receitas que se acumulam nos balanços dos bancos e que são compartilhadas com os felizardos que estão sentados no topo da pirâmide social brasileira.

    Infelizmente, o jornal Valor prefere tratar o tema a seu modo, afinado com os interesses dos seus anunciantes e da grande maioria de seus leitores. Tecnicamente não se pode dizer que seja uma manchete mentirosa, mas é obviamente uma tentativa de induzir o leitor a acreditar na inversão do sentido de dependência entre as partes.

    Não fosse esse o assunto mais importante da Economia Política desse maltratado Brasil, poderia-se até supor que se trata de um descúido ou de uma questão de menor relevante. Não é.

      

  3. Senhor Nassif
    Preparava-me já

    Senhor Nassif

    Preparava-me já para enviar um carta ao blog, quando deparei com a notícia da entrada em funcionamento da Agência Xeque. Dada a finalidade desta, considerei que este seria o espaço adequado para o assunto de que trata minha missiva. Se não for, perdoe-me, mas não deixe de responder, por favor,  as questões que a ensejaram.

    A divulgação das imagens do famigerado tríplex feitas a partir da ocupação do mesmo pelo MTST, embora tenha sido fartamente comentadas no dia de ontem, já hoje não merece destaque na blogosfera progressista. Eu,como leitor diário de diversos dos blogs que a compõe me espanto com a rapidez do “esquecimento” e me pergunto: será que já estamos tão acostumados com a forma de agir dos golpistas que perdemos a capacidade de dimensionar as suas chicanas e falcatruas ou, sendo ignorante das filigranas do fazer jornalístico e jurídico, estaria eu enxergando um Everest onde, na verdade, temos no máximo um Corcovado? É com o intuito de esclarecer esta dúvida que passo a expor a minha compreensão do fato, na esperança de que jornalistas e juristas me auxiliem a perceber se estou equivocado:

     

    Ninguém ignora que a condenação de Lula pelo ignóbil de Curitiba tem por objeto a “atribuição” do tríplex ao ex-presidente. Pelo que pude compreender da longa e hermética sentença (quantos jogos de palavras são necessários para tentar justificar o injustificável?) a tal “atribuição” se sustenta:

    a) nas notícias do jornal O Globo sobre o apartamento e a as reformas do mesmo que, em tese abraçada pelo mínimo juiz, demonstrariam sem sombra de dúvida o pagamento de propina ao ex-presidente através do citado imóvel;

    b) na delação premiada do sr. Léo Pinheiro, que confirmaria a realização das reformas a pedido da família Lula da Silva.

    c) constam da sentença, inclusive os valores das alegadas reformas, os quais configurariam – sempre através do raciocínio inexcrutável do ínfimo mancebo – recebimento de vantagem indevida pelo ex-presidente

    Pois, bem: se as reformas NÃO OCORRERAM:

     

    a) Isto não configuraria a nulidade da sentença, pela ausência constatada dos elementos que a sustentam?

    b) Não existe algum instrumento legal através do qual se possa solicitar a referida nulidade?

    (Vejam bem, é como se alguém fosse condenado por homicídio porque sicrano disse que era bem possível que a ele se atribuísse o crime e, de repente, o pretenso cadáver aparecesse vivinho da silva! Não é? Então, por favor, me expliquem …)

    c) Não cabe aos advogados do ex-presidente acionar O Globo e todos os outros meios que o reproduziram as notícias sobre o tríplex – alguns seguindo a velha máxima de “quem conta um conto, aumenta um ponto” – por calúnia?

    d) No âmbito dos órgãos representativos dos jornalistas não se pode abrir um processo por divulgação de matéria MENTIROSA (esse negócio de chamar de “fake news” me dá a impressão de que enfeita a ação de divulgar mentiras), contra O Globo, Rede Globo e asseclas?

    Aguardo, muito sinceramente, que alguém possa responder minhas dúvidas e eu possa voltar a dormir em paz. Desde já agradeço.

    Iurutaí

     

    1. Aguardando o Nassif

      Excelente.

      Como na mídia dos oligarcas.

      As notícias se atropelam umas as outras, nenhuma deve permanecer por muito tempo como ‘figura’, vai para o ‘fundo’, logo atropelada pela mais recente.

      A foto do triplec provando a trapaça e a mentira deslavada deveria ser a capa durante muito tempo.

      Marielle não se fala mais. Um brutal assassinato de uma jovem corajosa e carismática líderança.

      Onde está cunha?

      São vários os exemplos.

      1. Quantidades

         

        O STF autorizou a prisão de Lula.

        O STF aceitou a denúncia contra Aécio.

        Logo, o STF é isento.

        Um aecio = Um Lula

        Um morango = Um elefante

        A mídia dando nó em pingo d’água.

  4. Ótima iniciativa. Nassif,

    Ótima iniciativa. Nassif, sugiro que você faça a checagem da checagem, no caso o fake checking que APublica fez dos discusos do Ciro. Desmentiu números sem desmentir as ordens de grandezas citadas e não contextualizou que um discurso político vale mais pelo seu conteúdo, menos pela exatidão perfeita dos números apresentados. Nesse sentido esta é uma avaliação que critica um discurso pela falta de uma precisão sem significado, penalizando quem expõe claramente proposta numa corrida eleitoral, e acaba premiando a estratégia marqueteira de discursos genéricos que não se comprometem com proposições concretas.

    https://apublica.org/2018/04/truco-ao-falar-do-brasil-ciro-gomes-usa-dados-falsos-e-exagerados/

  5. Quem checa o checador?

    Boa iniciativa Nassif, inclusive o nome! Talvez seja interessante fazer um próprio site só da “agência”, com logomarca e tudo mais, como fizeram a lupa! Rs A forma de apresentação e a estética é uma das estratégias que os jornalões se utilizam para tentar transmitir um profissionalismo que não possuem… Por incrível que pareça, é justamente essa uma das lições divulgadas por um um quadrinho elaborado para orientar o leitor contra “fake news”, no caso, informando que a qualidade do design era indicador de profissionalismo. O pior, pasmem, foi divulgado por uma agência de checagem ligada ao The Intercept. É uma pérola da desonestidade intelectual. Sugiro que leiam essa peça para se divertirem. Nesse quadrinho, o leitor é igualmente alertado que o bom jornalismo é feito por empresas e jornalistas graduados. Outra lição é a ausência de adjetivação, como sinal de isenção. Esse é um ponto importante para você focar na sua agência! A aparência de isenção é uma das formas mais perversas que uma “fake news” pode ter. É justamente o que o judiciário e a globo estão fazendo agora. Irão pegar alguns cachorros mortos do psdb, como Aécio, Eduardo Azeredo e mais alguns para alardearem na capa como são isentões. Nesse sentido, não podemos esquecer a boa e velha análise do discurso e também a semiótica, talvez os instrumentos críticos mais aguçados que, desde muito, realizam a “checagem” não só dos meios de comunicação, mas da publicidade, literatura, etc… 

     

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