Chico Buarque e a Revolução dos Cravos

A Revolução dos Cravos: “Foi bonita a festa, pá!”

Músicas e flores marcaram no 25 de abril de 1974 aquela que ficou conhecida como a Revolução dos Cravos.

Chico Buarque Tanto Mar Revolução dos Cravos

Da Alameda Editorial

O fuzil e a flor: historiador brasileiro narra a Revolução dos Cravos
Movimento pôs fim à ditadura salazarista há 30 anos

No dia 25 de abril, comemoraram-se os 30 anos da Revolução dos Cravos, movimento político liderado por militares de esquerda – enquanto os de direita dominavam a política brasileira – que mudou a cara de Portugal.

A revolução, cantada por Chico Buarque em Tanto Mar (“Foi bonita a festa, pá/ Fiquei contente/ E inda guardo, renitente/ Um velho cravo para mim”), colocou Portugal no centro do cenário internacional. Foi o último ato da descolonização da África, com o fim da dominação portuguesa em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e no Timor-Leste, e também o primeiro da reinserção de Portugal na Europa. Esse processo, que pôs fim a uma ditadura fascista de meio século, é estudado pelo historiador e professor da USP Lincoln Secco em A Revolução dos Cravos, lançamento da Alameda Casa Editorial, com apoio da Cátedra Jaime Cortesão, instituição ligada à USP e ao Instituto Camões, e da Fapesp.

O livro discute como o avanço dos movimentos guerrilheiros na África ajudou a forjar as idéias que permitiram aos chamados Capitães de Abril, designação usada como título do filme de Maria de Medeiros, derrubar o jurista Marcello Caetano, o herdeiro do cruel e reacionário Salazar, e abrir caminho para a redemocratização e modernização do país.

O todo-poderoso Henry Kissinger chegou a considerar Portugal perdido para os soviéticos, mas vozes mais sensatas do governo norte-americano apontaram que havia muitas outras possibilidades para Portugal. As alas esquerdistas foram, aos poucos, isoladas. E o país, desde então, avançou economicamente, pôs fim ao processo de emigração de seus cidadãos e encontrou um equilíbrio político que perdura até hoje.

Sobre o autor: Lincoln Secco nasceu em São Paulo em 1969. Estudou Letras e História na Universidade de São Paulo (USP), onde também fez o mestrado e o doutorado. Desde 2003 é professor de História Contemporânea na mesma instituição.

Luis Nassif

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