Lista de Livros: Sou Péssimo em Inglês, de Carina Fragozo

Mas, por que erramos? E de onde vêm os nossos erros? Bem, podemos classificar os erros cometidos pelos aprendizes de idiomas em pelo menos duas grandes categorias: erros de transferência e erros de desenvolvimento.

Seleção de Doney

Lista de Livros: Sou Péssimo em Inglês – tudo que você precisa saber para alavancar de vez seu aprendizado, de Carina Fragozo

Editora: HarperCollinsBrasil

ISBN: 978-85-9508-368-4

Opinião: bom

Páginas: 160

 

“Independentemente do seu objetivo, estudar inglês só uma vez por semana é mancada. Se quiser acelerar seu aprendizado, organize-se para estudar ou ter algum contato com a língua inglesa praticamente todos os dias, pois é muito mais eficiente se dedicar a estudar nem que seja vinte minutinhos diariamente do que passar o domingo inteiro em cima dos livros e depois só retomar os estudos na outra semana. A ideia que você verá ao longo de todo este livro é trazer o inglês para a sua vida para que você não só aprenda com mais rapidez e facilidade, como também não esqueça tudo aquilo que já estudou.”

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“O fato é que, durante o processo de aprendizagem, erros serão inevitavelmente cometidos, tanto no sentido de “desvios da norma culta” quanto no sentido de “produção de frases agramaticais”, ou seja, que não existem no idioma que está sendo adquirido. Não podemos negar que a palavra “erro” geralmente vem carregada de um sentido negativo, algo a ser evitado de todas as formas, mas é importante estarmos cientes de que os nossos erros são uma evidência de que o aprendizado está acontecendo, uma etapa muito importante de todo esse processo. Por mais clichê que isso possa parecer, é errando que se aprende!

Mas, por que erramos? E de onde vêm os nossos erros? Bem, podemos classificar os erros cometidos pelos aprendizes de idiomas em pelo menos duas grandes categorias: erros de transferência e erros de desenvolvimento. Os erros de transferência são aqueles que resultam da influência da nossa língua materna. Muitos erros que cometemos na língua inglesa são influência do nosso conhecimento da língua portuguesa. Vejamos alguns exemplos:

 

ERROS DE TRANSFERÊNCIA

 

GRAMÁTICA 

 

ERRO: I have 20 years.

FORMA ESPERADA: I am 20 years old.

 

PRONÚNCIA

ERRO: I’m afraid of hats [hæts].

FORMA ESPERADA: I’m afraid of rats [ræts].

 

USO

ERRO: Waiter, I want a Coke.

FORMA ESPERADA: Can I have a Coke, please?

Perceba que, por influência do português, é comum cometermos erros de gramática como I have 20 years, tradução literal de Eu tenho 20 anos. Também cometemos erros de pronúncia como I’m afraid of [hæts], que significa Tenho medo de chapéus (hats)em vez de I’m afraid of [ræts], que significa Tenho medo de ratos (rats), simplesmente por usarmos o som do “r” do português em vez de usar o do inglês. Também é comum cometermos erros relacionados ao uso da língua, como na sentença Waiter, I want a Coke, tradução literal de Garçom, quero uma Coca-Cola. Embora a frase esteja correta do ponto de vista gramatical, ela pode soar muito rude em inglês, porque pedir a atenção do garçom chamando-o pelo nome da profissão pode ser considerado ofensivo. Além disso, fazer um pedido utilizando a estrutura I want (eu quero) é muito menos educado do que utilizarmos a estrutura Can I have a… ou May I have a… independentemente de se utilizar uma entonação amigável ou não.

Exemplos como esses mostram que aprender um idioma significa não só aprender novas palavras, novas estruturas gramaticais e novos sons, mas também novas formas de utilizá-lo em diferentes contextos.”

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“CINCO DICAS PARA TORNAR O APRENDIZADO MAIS PRAZEROSO EM QUALQUER ETAPA DA VIDA

Uma das coisas boas de ser adulto é o fato de poder – na maioria das vezes – escolher aquilo que é melhor para si mesmo. Como adulto, você consegue estabelecer um significado para o que está aprendendo e tem a chance de buscar a melhor forma de tornar o processo mais prazeroso e significativo. Aprender inglês não precisa – e não deve! – ser um processo chato e maçante. Quer saber como aprender e praticar a língua de maneira divertida? Confira as cinco sugestões a seguir!

 

1) Aumente o som

Que tal aprender a cantar suas músicas favoritas em inglês? O simples ato de acompanhar as letras enquanto se escuta uma música ajuda a melhorar não só o listening, mas também a pronúncia, pois você acaba tentando imitar os sons que escuta. Para entender o significado da música, você pode procurar traduções prontas ou até tentar traduzir sozinho, caso ache isso interessante. Ah, detalhe importante: procure cantar em voz alta as músicas que você utilizar como material de estudo, pois desse modo você pratica a fala e se acostuma a articular os novos sons da língua.

 

2) Prepare a pipoca

Se você gosta de assistir a séries e filmes, que tal tirar proveito disso para estudar inglês? O bacana é que, quando você assiste a alguma cena, você conta com outras informações além do áudio que podem ajudar a entender o que está sendo dito, como os gestos feitos pelos personagens e o próprio cenário. E você deve estar se perguntando: Devo assistir com ou sem legendas? E as legendas devem ser em português ou em inglês? Bem, tudo vai depender do estágio de aprendizado em que você se encontra. Se você estiver bem no comecinho, não adianta colocar uma série com vocabulário megadifícil e já começar a assistir com áudio e legendas em inglês, pois você não vai entender nada. O melhor é inicialmente usar a legenda em português para ir se acostumando com a sonoridade de língua e, enquanto você assiste ao filme ou à série, tentar fazer relações entre o que você lê em português e o que você escuta em inglês. Outra opção é assistir a um episódio (curto, de preferência) de uma série com legendas em português e, depois, assistir a esse mesmo episódio com áudio e legenda em inglês. Desse modo, você consegue fazer a imersão na língua sem perder o conteúdo, uma vez que já vai conhecer o enredo. Quando você já tiver uma base no inglês, coloque o áudio e as legendas em inglês para realmente fazer uma imersão na língua enquanto assiste ao episódio ou ao filme. Ao se deparar com palavras e expressões desconhecidas, você pode pausar o filme ou a série, trocar a legenda para o português para descobrir o significado e depois voltar para o inglês, ou então simplesmente não fazer nada e seguir em frente, caso tenha conseguido entender pelo contexto. E lembre-se: não é preciso entender tudo, palavra por palavra, para conseguir acompanhar o contexto da trama e praticar o seu inglês. Se quiser começar a praticar mas ainda não sabe a qual série assistir, procure o vídeo “Melhores séries para aprender inglês na Netflix” no meu canal, pois dou várias sugestões.

 

3) Deixe seu like e inscreva-se

Muito se fala no uso de músicas, filmes e seriados para aprender inglês, mas nem todos percebem que o YouTube também pode ser uma ferramenta poderosíssima para o aprendizado de uma língua estrangeira. Além dos canais específicos para o ensino de inglês, como o próprio English in Brazil, você pode utilizar o YouTube para ter contato com a língua inglesa por meio de vídeos sobre praticamente qualquer assunto. Por exemplo, se você gosta de culinária, por que não assistir a vídeos de receitas em inglês? O mesmo serve para quem gosta de vídeos sobre beleza, cultura, viagem, entretenimento, enfim… há vídeos para definitivamente todos os gostos! A vantagem de praticar inglês no YouTube é que você pode parar o vídeo quando quiser para tentar entender algo que foi dito e ter tempo de anotar palavras novas no seu caderno de vocabulário, sobre o qual falaremos mais adiante. Além disso, os vídeos são geralmente bem mais curtos do que filmes e episódios de séries, o que permite que você assista ao mesmo vídeo mais de uma vez para compreender o assunto sem que a tarefa fique entediante. Alguns canais oferecem a opção de legendas em inglês, mas é importante ter em mente que algumas legendas podem conter erros, já que muitas vezes foram geradas automaticamente pelo sistema do YouTube.

 

4) Mergulhe na leitura

A leitura também é uma excelente forma de manter o contato com a língua de uma forma leve e divertida. Para quem está no nível básico, uma boa opção é começar com quadrinhos, já que a quantidade de texto não é muito grande e você ainda tem os desenhos para ajudar a entender o contexto. Eu, por exemplo, gosto muito dos gibis da Turma da Mônica (Monica’s Gang) na versão em inglês, pois além de as historinhas serem muito divertidas, cada gibi contém um glossário com a tradução das palavras mais complicadas na última página. Mas é claro que você pode escolher qualquer outro tipo de quadrinho.

Revistas também podem ser uma boa opção para quem deseja praticar a leitura, mas se assusta com o tamanho dos livros. De vez em quando eu compro revistas de moda e beleza em inglês só para observar as palavras e expressões que estão sendo usadas no momento, sabe? Então, que tal dar uma olhadinha na banca da sua cidade para ver se tem alguma revista importada interessante?

Em se tratando de leitura, é claro que não podemos deixar de falar dos livros, que são uma excelente fonte de entretenimento e conhecimento. Uma dica para facilitar a leitura é ler um livro cuja história você já conheça, como um conto de fadas ou a biografia de uma personalidade que você conhece bem. Outra opção é ler a versão em inglês de um livro que você já leu em português, pois assim você vai conseguir fazer relações com aquilo que já sabe da história. Se você gosta de literatura, mas ainda não se sente seguro para ler textos originais, sugiro procurar adaptações, isto é, livros que mantêm a história original, mas com uma linguagem simplificada. O legal é que muitos deles ainda vêm acompanhados do áudio, o que é interessante pelo fato de você já aprender a pronunciar as palavras novas que encontrar ao longo do texto. Se quiser mais dicas para começar a praticar a leitura em inglês, procure o vídeo “Dicas para ler em inglês” no meu canal.

E, por fim, caso deseje praticar a leitura, mas livros, quadrinhos e revistas não sejam a sua praia, que tal mergulhar de cabeça na imensidão de conteúdos em língua inglesa disponível na internet? Procure sites de notícias em inglês, blogs sobre os assuntos de que você gosta, enfim… comece a fazer buscas em inglês e divirta-se com o que aparecer! Se não entender o texto, já deixe o Google Tradutor ou um dicionário on-line aberto em outra aba para facilitar a sua vida.

 

5) Use a tecnologia a seu favor

Os aplicativos para smartphone são, sem dúvida, uma das melhores invenções tecnológicas dos últimos tempos. E você sabia que há uma infinidade de aplicativos desenvolvidos exclusivamente para o ensino de línguas? Alguns oferecem lições de inglês em uma sequência de conteúdos que podem servir como guia do seu aprendizado, alguns oferecem quizzes e games divertidos para você testar o seu conhecimento, outros ajudam na memorização de informações novas, além dos dicionários que apontam não só a tradução, mas também a pronúncia das palavras. Informe-se sobre aplicativos interessantes e aproveite essas ferramentas para praticar o inglês enquanto espera na fila do banco ou no intervalo do trabalho, ou simplesmente reserve um período do dia para praticar a língua utilizando esses apps. Garanto que você nem sentirá que está estudando, de tão interessantes que são as atividades oferecidas por eles.

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1) Forma e conteúdo andam juntos

Estudar gramática e vocabulário pode trazer muitos benefícios para o seu aprendizado, mas não esqueça de que forma e conteúdo devem andar sempre juntos. Cuidado para não cair na besteira de mergulhar de cabeça em regras gramaticais, decorar os nomes dos tempos verbais e ler listas e mais listas de palavras e acabar esquecendo de ver a língua como um instrumento de comunicação. Aprender inglês fica muito mais divertido quando você se dedica a usar a língua para realizar alguma tarefa como ler um texto, escutar uma música, falar com um colega ou até escrever um elogio no Instagram da sua cantora favorita, por exemplo. Então leia muito, escute muito e não hesite em consultar livros e materiais de ensino de inglês quando sentir a necessidade de esclarecer alguma dúvida, quando tiver curiosidade ou quando precisar de um guia para orientar os seus estudos. E lembre-se que o mais importante é aprender a língua, e não instruções sobre a língua.

 

2) O contexto é nosso amigo

Qual o significado do verbo go? Depende do contexto. O que significa a palavra sick? Depende do contexto. E a frase tell me about it? Nem preciso dizer que também depende do contexto. As palavras e frases não ocorrem soltas, mas sempre dentro de um contexto que pode trazer informações muito preciosas, como o significado e a função de palavras que você não conhece. Observe a frase a seguir:

John blonked his kirt and smiled.

Você sabe o significado das palavras blonked kirt? Não venha me dizer que sabe, pois eu acabei de inventá-las (Ahápegadinha da Carina!). Mas perceba que, pelo contexto, você consegue inferir que blonked seria um verbo no passado e kirt, um substantivo que indica algo que pertence ao John. Se essas palavras fossem reais, talvez com um pouco mais de informação sobre a situação descrita na frase você acabaria descobrindo o que elas significam sem nem precisar abrir um dicionário. É muito importante aprender como as palavras se combinam e se organizam nas frases porque, desse modo, você terá mais facilidade para ler e se comunicar, já que não ficará traduzindo palavra por palavra para entender o que o seu interlocutor está dizendo, conseguirá captar a mensagem mais rapidamente, se lembrará das palavras em conjunto e não perderá tempo tentando juntar peças soltas para formar frases.

 

3) É assim porque é assim

Por que se diz have a drink e não drink a drink? Por que se diz I am 50 years old e não I have 50 years? Por que se diz on Sundays e não in Sundays? Por quê? Por quê? Por quê? Meu amigo, nem tudo tem um porquê e, mesmo que tivesse, você não precisaria entender todos eles. Mais importante do que saber explicar por que se usa on Sundays on a train em vez de in Sundays in a train é saber que é assim que se usa, e ponto final. Um dos maiores erros de quem estuda inglês é querer compará-lo com o português o tempo inteiro e ficar preso à ideia de que tudo deva ter uma explicação. Na maioria das vezes, o mais importante para o seu aprendizado é simplesmente aceitar que as coisas são do jeito que são e move on, seguir em frente.

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“Para que o input se transforme em conhecimento, é preciso que ele seja minimamente compreensível. De acordo com Stephen Krashen, autor importante na área de aquisição de segunda língua, o input compreensível é aquele que está sempre um pouco à frente daquilo que o aprendiz já sabe. Na prática, isso significa que o ideal é praticar a língua utilizando materiais que não são nem muito fáceis e nem muito difíceis para o nosso nível.

Facilitar o input pode, portanto, facilitar a compreensão e, consequentemente, o aprendizado, mas esse não é o único aspecto envolvido na aquisição de uma segunda língua. Além da qualidade do input, há também a questão da quantidade: segundo Krashen, a quantidade insuficiente do input recebido por aprendizes de segunda língua em contextos não imersivos é um dos principais fatores para o insucesso na aquisição.”

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2) Mergulhe na língua

Já falamos bastante sobre o quanto é importante ler e escutar materiais em inglês todos os dias e praticar a fala sempre que possível para o inglês entrar de vez na sua vida. Experimente também colocar as configurações do seu celular e das suas redes sociais em inglês, comece a seguir perfis de pessoas famosas que publicam conteúdo em inglês e substitua as legendas em português das suas séries favoritas por legendas em inglês assim que conseguir acompanhar o conteúdo dessa forma. Quando precisar consultar o significado de uma palavra, dê preferência para dicionários monolíngues (inglês-inglês) e, quando decidir anotar uma palavra nova no seu caderno de vocabulário ou aplicativo, procure escrever a definição da palavra em inglês e/ou uma frase que deixe claro o seu significado para evitar a tradução. Insira o inglês na sua vida e sempre que puder realizar alguma atividade usando esse idioma em vez do português, faça isso.”

Redação

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