A matraca solta de Guido invade 2015

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O ministro da Fazenda Guido Mantega falou à imprensa nesta sexta-feira (7) sobre as mudanças que o governo Dilma Rousseff (PT) deve promover a partir de 2015, quando começa o segundo mandato da petista. Entre as ações antecipadas pelo futuro ex-ministro está o corte de subsídios do BNDES, do auxílio-doença e da pensão por morte. Ele não quis detalhar outras alterações na economia.

Subsídios do BNDES e auxílios-doença serão cortados em 2015, diz Mantega

Do Estadão

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira, 7, que o governo vai reduzir em 2015 os subsídios financeiros nos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Mantega também mencionou cortes no auxílio-doença – hoje na casa dos R$ 70 bilhões – e na pensão por morte – no patamar de R$ 90 bilhões.

Para o ano que vem, quando não estará mais no cargo, Mantega disse que o resultado primário deverá fechar 2015 positivo de 2% a 2,5% na proporção do Produto Interno Bruto (PIB).
Sobre outros cortes de gastos do governo, ele não quis das maiores detalhes, alegando que os estudos que vão viabilizar os cortes de despesas ainda não foram finalizados. “Assim que finalizarmos, anunciaremos para vocês”, disse Mantega, após participar do Encontro Fiscal 2014 na FGV. 

Sobre o fator previdenciário, ele disse que não está sendo discutido no Orçamento. Para este ano, o ministro disse que pode se esperar um primário positivo. Guido Mantega disse que o juro da dívida encontra-se em um patamar elevado e que isso acaba pressionando a política fiscal. De acordo com ele, isso ocorre porque a taxa de juro no Brasil costuma ficar em patamar mais elevado em relação ao padrão internacional.

Confusão. Mantega falou que há muita confusão e mal entendidos em relação à politica fiscal no Brasil. E prometeu desfazer um pouco da confusão. “Minha avaliação terá um viés mas otimista porque eu sou responsável por essa política há 12 anos”, disse.

O ministro voltou a apontar a crise internacional como problema para o desempenho da economia ao afirmar que o governo reduziu impostos para investimento e consumo de bens duráveis. Mas antes de 2008, de acordo com ele, a situação fiscal era confortável e seguia o bom desempenho da economia. Isso significava, de acordo com ministro, maior arrecadação.

Foi nesse período, de acordo com ele, que ocorreu o forte processo de formalização do mercado de trabalho brasileiro. “Nós aperfeiçoamos os processos de controle da arrecadação. O resultado primário de 2000 a 2008 foi maior com uma taxa expressiva de primário, maior que na grande maioria dos países”, disse.

Sucessor. O ministro disse que o principal desafio do próximo ministro da Fazenda será o de fazer a transição de um período de crise enfrentado com políticas anticíclicas para um novo ciclo de expansão econômica. Ele evitou comentar os nomes que estão sendo cotados para a Fazenda. “A minha fonte é a presidente Dilma e ela não anunciou nenhum nome até agora”, disse Mantega ao ser provocado pelos jornalistas a comentar os nomes ventilados para substituí-lo. 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

19 Comentários

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  1. Quantos votos a D. Dilma…
    … acha que ganhou queimando o ministro antes das eleições? Quantos empresários votaram nela por isso?

    Já aumentou o “bem bom” dos rentistas e está pensando em cortar gastos sociais?

  2. Coitado do Mantega…

    A chamada da matéria mal (ou não) disfaraça a má vontade com o ministro, que aliás, não é de hoje.

    Não se trata de algo apenas no campo conceitual ou divergência de condução de políticas públicas (econômicas)…É pessoal, porque só esse aspecto justifica tanta deselegância com um ministro que atravessou o turbilhão da crise de 2008, e entrega o país relativamente estável: emprego, salários preservados,reservas, juros menores de quando assumiu, investimento externo em mais de 60 bi de dólares, etc…

    É triste ler o blog reproduzindo as mesmas táticas do PIG…quem lê o título e lê a matéria não rima ré com cré…Será que é alguma birra de infância ou o ministro atingiu algum setor “amigo” do editor do blog? Vai saber…

    Quanto aos anúncios, o editor parece desconhecer que o ministro não fala por si, e sim como caixa de repercussão da presidenta, que o utiliza para abrir o debate sobre os ajustes que pretende fazer, ou seja, é possível que nada disso que foi dito seja, de fato, politicamente viável…

    Mero balão de ensaio ou tática diversionista… 

     

     

    1. Não vejo um que possa hoje avaliar o futuro ex-ministro

       

      El Fuser. (sexta-feira, 07/11/2014 às 16:45),

      Esqueça. O dono do boteco tem uma grande clientela paulista que mostrou nesta eleição que quer mais é ver a caveira de Guido Mantega. Entenda então que ele tem que sobreviver.

      Agora peça aos críticos de Guido Mantega que expliquem porque depois de uma retomada de crescimento por três trimestres com crescimento expressivo nos investimentos o quarto trimestre na sequência, qual seja, o PIB do 3º trimestre de 2013 apresentou uma queda inesperada.

      Duvido que alguém entre os críticos saiba disso e se não mostrar cara de espanto ou de tacho diante da pergunta e se propuser a responder talvez balbucie algumas sílabas, mas certamente não terá a menor noção do que se trata.

      Veja por exemplo o post “O etanol e o samba de uma nota só da política econômica” terça-feira, 22/04/2014 às 07:00, aqui no blog de Luis Nassif e com texto de autoria dele, e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/o-etanol-e-o-samba-de-uma-nota-so-da-politica-economica

      No post Luis Nassif criticava a política do preço de gasolina do governo da presidenta Dilma Rousseff. Crítica que caia como uma luva para os empresariado do setor agrícola produtor de cana enfurecido com o governo da presidenta Dilma Rousseff culpando-a pela queda dos lucros, principalmente quando comparava com o período do oba oba do governo Lula. E no entanto, a realidade transformadora, em um espaço tão curto de só 6 meses depois, permite concluir que de um lado não é bom para a produção alimentar brasileira que se permita maior lucratividade para o setor sucroalcooleiro, pois o setor utiliza as melhores terras do Brasil (A encosta da Borborema e o planalto plano e chuvoso paulista). E de outro há que se imaginar a possibilidade de o Brasil vir a ser exportador de combustíveis e, portanto, não deve ser o preço lá fora que deve balizar o preço do combustível aqui dentro, mas mais o custo de produção interna, de tal modo a criar vantagens competitivas ao país. E há ainda o que a realidade está mostrando que é a queda do preço dos combustíveis lá fora e a opção brasileira conduzida pelo futuro ex-ministro da Fazenda, o genovês, Guido Mantega, se mostrar como a mais bem executada.

      Aliás, considerando a variação da inflação anual no Brasil nos quatros anos de governo da presidenta Dilma Rousseff, é de se perguntar que outro ministro da Fazenda pode apresentar para um período assim tão extenso uma inflação acumulada de 12 meses tão estável?

      O que me deixava mais triste nas críticas de Luis Nassif não era tanto as críticas dele em si. Ruim era ver bons comentaristas, principalmente os mais jovens, aqui do blog assumirem as críticas de Luis Nassif sem nenhum juízo crítico. Um dos que eu lembro que vi embrenhar-se pelos caminhos da perdição foi o ótimo comentarista DanielQuireza.

      Enfim é isso, esqueça e deixe para que no futuro, sem precisar agradar a gregos e troianos, alguém saiba de fato avaliar o futuro ex-ministro da Fazenda.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 07/11/2014

      1. Samba de uma nota só, negócios de muitas notas…

        Naquele post, ou em outro do mesmo tema, acho que teci comentários (críticos) a fala do nassif, roçando o viés lembrado por ti (segurança alimentar), quando escrevi que não havia sentido algum retroceder a roda da História e usar terra (agricultável) para gerar energia.

        Também atentei para a impossibilidade de se ter uma política energética para um setor que quer os bônus de ser produtor de alimentos (açúcar) e combustível (etanol), e que historicamente vive nas tetas do governo e escravizando gente.

        Mas é isso aí o que disseste…esqueçamos.

      2. E o enigma do terceiro trimestre de 2013, é o Confaz?

        Clever, você não respondeu se foi por causa das cobranças retroativas das isenções indevidas no ICMS e a súmula vinculante do STF sobre o tema que levou o Brasil a abortar a sequência de trimestres positivos de desenvolvimento?

        Obrigado pela aula sobre ICMs e suas repercursões na esfera econômica dos entes federados, confesso, que mesmo tendo dado aula na faculdade de ciências contábeis nas matérias de Direito Tributário e Legislação Tributária, não consigo ter uma visão tão ampla  do problema das isenções, alíquotas, origens e todo o mais que impacta o ICMs

        O post esta aqui:

        https://jornalggn.com.br/comment/499282#comment-499282

        Agora o Nassif poderia dizer porque o Nelson Barbosa se desentendeu com o Mantega, ai ficava mais fácil acompanhar a discussão.

  3. Por quê o ministro Mantega

    Por quê o ministro Mantega não falou sobre os R$ 280 bilhões de reais, no mínimo, que o governo gasta com o pagamentos dos juros aos rentistas, arrebentando com o orçamento federal. O ministro Mantega foi um ministro que atrapalhou o crescimento do país, com um PIB pífio, aquém das potencialidades do Brasil: ajudou a criar uma cratera nas contas externas, fez lambança com o suposto “tsunami monetário dos EUA” e sempre errou em seus prognósticos sobre o crescimento do PIB. Lamentável suas declarações.

    1. Poderia ter falado, se

      Poderia ter falado, se tivessem lembrado de perguntar, o que foi feito das medidas “macroprudenciais”? Por que o governo retomou a alta da Selic como unico instrumento de combate à inflação se mesmo com a redução de 5% na taxa Selic a inflação não saiu da meta, e o fluxo cambial se manteve estável.

      Poderia ter falado também quanto custou aos cofres públicos essa mudança inútil de estratégia ( como não foi perguntado não falou, então eu informo que custou aproximadamente 5% x 30% (parcela da dívida corrigida pela Selic) x R$ 2 trilhões (total da dívida) = R$ 30 bilhões, o equivalente a uma usina de Belo Monte POR ANO!

      Só para lembrarmos a falta que nos fazem determinadas respostas… e perguntas.

  4. Se

    Se foi demitido por antecipação e vai sair mesmo, quem garante que suas palavras traduzem o que, de fato, vai acontecer? A propósito, Dilma estava a enganar os trouxas, nós que a elegemos, quando denunciou as propostas de Armínio Fraga, parecidas com as agora anunciadas pelo  ainda ministro? Afinal, quem ganhou a eleição? Quem a elegeu?

     

  5. Gostaria de saber

    Gostaria de saber como o governo vai cortar auxilio doença e pensão por morte? Isso ja não é um direito previsto por lei a todos os trabalhadores?

  6. Corte de auxílio-doença e pensao é SUICÍDIO

    Nao creio que essas medidas sejam tomadas. Além do impacto real o impacto simbólico seria altíssimo. 

  7. Cortar pensão por morte?

    Como assim? 

    No cálculo das contribuições entram também tais custos.

    Que história mal contada é esta?

    Se não pagar auxílio moradia para juizes dá para pagar milhares de pensões por morte.

    1. Auxílio moradia

      Antonio, o auxilio moradia dos juízes é apenas um ítem dentre os custos imensos dos três poderes: verbas de gabinete, verbas indenizatórias, carros com motoristas, etc. Além, é claro, dos altíssimos salários que rec ebem, ou melhor, que pagamos com os altos impostos.

      Se cortarem esses descalabros, com certeza não haverá necessidade de onerar ainda mais o bolso dos trabalhadores, principalmente dos aposentados e pensionistas.

  8. Como ele quer mudar, para

    Como ele quer mudar, para 2015, benefícios previdenciários previstos em lei? Mudar a pensão acho correto, mas mesmo mudando o efeito no orçamento só ia ser sentido daqui a anos. E o o auxílio-doença, o que mudar? Só se for pra deixar mais tempo (hoje é 15 dias apenas) por responsabilidade das empresas. A impressão que a reportagem passa é que isso seria feito para diminuir o déficit em 2015. Não faz sentido. Melhor por na conta da mediocridade geral do nosso jornalismo.

    1. parece piada

      Não sou nenhum especilista em lei previdenciária e muito pouco entendo de economia, mas me parece meio irreal corte no auxilio e pensão da previdência, na velocidade do congresso será que ele consegue uma emenda constitucional para acabar com esses beneficios? acho que não conseguem nem alterar a lei que regulamente elas.

       

      Esse jornalismo no nosso país ou está muito mal, o ministro está falando besteira ou realmente sou muito ignorante nesse assunto

  9. Um ecolheu seu ministro ANTES

    Um escolheu seu ministro ANTES das eleições e seria um especulador financeiro, a outra DEMITIU o ministro ANTES das eleições.

    Sou GRATO AO MINISTRO que juntos nos atravessou na  MINHA OPINIÃO, pela MAIOR CRISE DO CAPITALISMO, pois a de 1929 aconteceu sem as ferramentas e conhecimento modernos POR ISSO OS ESTRAGOS FORAM MAIORES!

    Tivemos 1929 como escola, pois de outra forma acabaríamos numa guerra NUCLEAR! 

    Obrigado Mantega!

  10. R $70bi de auxílio doença?
    R $70bi de auxílio doença? Que isso?

    Não dá para pagar um percentual relevante do orçamento a como despesa trabalhista.
    Era para ser um seguro, não era?

    Quando foi que virou 70bi? Coisa de doido isso! Com deixaram chegar a este ponto?
    Acho que estão descontrolados.

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