A razão de Estado sumiu do Oriente Médio, por Motta Araújo

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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A RAZÃO DE ESTADO SUMIU DO ORIENTE MÉDIO – Para quem tem interesse na política do Oriente Médio o filme THE DESERT QUEEN, com Nicole Kidman no papel título de Gertrude Bell, a britânica que criou o Iraque moderno é uma excelente lição de História. Já coloquei aqui vários artigos sobre essa misteriosa diplomata inglesa do tempo da Primeira Guerra que desenhou com régua e compasso as fronteiras do Iraque, da Transjordania e da Palestina. Enterrada em Bagdah, morreu solteira, Bell inventou o Iraque como País, nunca antes houve um Estado com essa configuração, o território eram três villayets turcos, Mossul, Bagdah e Basra, antes de Bell não era um País.

A sabedoria britânica na dissolução do Império Otomano, redesenhando o Oriente Médio acabou em 1947, com a fundação do Estado de Israel, gatilho detonador dos elos de uma explosão incontrolável  de todos os conflitos atuais do Oriente Médio. Xiitas e sunitas existem há mais de 1.000 anos, tribos e clans conviviam pacificamente dentro do mundo árabe. O Islam sempre foi tolerante com outras religiões, acolheram os judeus expulsos da Espanha e Portugal no Século XV, no mundo islâmico viviam milhões de católicos, ortodoxos, cooptas, a tolerância era absoluta, com grandes colônias judaicas em Bagdah e Aleppo, colônias gregas em Smirna, Efeso, Alexandria, cristãos em Beirut e Aleppo.

Israel, cuja primeira ideia de criação veio da Declaração Balfour de 1917, criatura do Primeiro Ministro britânico Arthur Balfour , da qual os ingleses se arrempederam ainda em 1948, quando fecharam a emigração de judeus pelo porto de Haifa e receberam em troca a implosão do Hotel King David em Jerusalém, matando 270 oficiais ingleses, Israel na sequência foi subproduto da política doméstica americana forçada pela sua grande diáspora judaica.

Os EUA desde então nunca souberam lidar com RAZÕES DE ESTADO no Oriente Médio, um erro após outro, impotência perante a alucinada política de colonização de Israel que na sua lógica sinistra significa o aniquilamento do povo palestino, provocando por ondas reativas um terrorismo que antes JAMAIS EXISTIU no Oriente Médio. O terrorismo islâmico é criação da política externa americana mas conversando com amigos, parentes e parceiros de décadas nos EUA nunca encontrei um sequer que admita que essa política externa no Oiente Médio é orientada por Israel e agride os interesses dos EUA. Eles têm um bloqueio mental para aceitar essa crua realidade.

Nos anos 20 e 30 o prestígio dos EUA no Oriente Médio era imenso. A Universidade Americana de Beirute, fundada em 1870, era o farol irradiador da cultura ocidental no mundo árabe. Toda a elite da região, herdeiros de dinastias, estudavam na Universidade que ocidentalizou as jovens lideranças dentro do referencial árabe, a partir de um conceito laico. A Universidade era uma derivação da Sociedade Síria de Literatura e Ciência, de quem também derivou o Partido Baath. Não se esqueça que, sendo o Iraque, a Jordania e a Palestina criações do Império Britânico, a Síria e o Líbano sob mandato francês, a Arábia Saudita é uma criação americana desde o primeiro dia, quando a Chevron descobriu lá petróleo em 1927. Os americanos vetaram a entrada de britânicos e franceses na Arábia Saudita, área de influência só deles, onde construíram as duas maiores bases aéreas fora dos EUA e uma cidade inteiramente americana, Darham. (A Chevron naquela época era a Standard Oil Co. of California)

A derrapagem americana se deu por causa da desastrosa dominância de Israel sobre o Bureau de Assuntos do Oriente Próximo no Departamento de Estado. Não há limites para os desejos de Israel, que já colocou 500 mil “”colonos”” em terras legalmente palestinas, provocação deliberada para impedir qualquer viabilidade de um Estado palestino.

A partir dessa desarrumação geral que nasce com Israel derivaram as outros leituras erradas de Washington.

Porque tirar Khadafi da Libia? Um déspota cruel mas a Libia é uma ficção, nem no tempo da colonização italiana a Líbia era um território único, eram dois territórios sem ligação, a Tripolitania e a Cirenaica, já era assim no tempo do Império Romano, só virou um Estado ao fim da Segunda Guerra de forma tosca com o Rei Idris e depois Khadafi, que o derrubou e o sucedeu.  Era óbvio que sem Khadali a Líbia implodiria, lá não existe uma nação, só tribos.

No Iraque o monstruoso Saddam e seus dois filhos bárbaros eram intoleráveis MAS os americanos nunca poderiam ter dissolvido o Exército e a Polícia. Todos queriam se ver livres de Saddam mas estavam dispostos a fazer acordo com os EUA. Tivessem feito isso e o Iraque se manteria coeso, o Baath sem Saddam era um projeto viável, o Exército e a Guarda tinham controle do território e trabalhariam com os americanos sem problema.

No Egito jamais um governo poderia se instalar contra o Exército, que controla 45% do PIB. Dito e feito, a Irmandade nem esquentou o Palácio e volta o Exército, mas isso não estava na cara? Porque os EUA ficaram em cima do muro?

O pior de tudo foi a Síria. Assad deveria ter sido sustentado , é um ditador relativamente light no contexto da região.

Não apoiá-lo significou simplesmente a DESTRUIÇÃO completa da Síria e o nascimento do chamado “”estado islâmico”, qque foi constituído por rebeldes que lutavam contra o Governo de Damasco.

Concluindo, apesar da experiente Embaixadora Anne Patterson dirigindo o Bureau de Assuntos do Oriente Próximo do Departamento de Estado, os EUA enquanto governo estão totalmente perdidos na região, essa é a verdade nua e crua, sem retoques e alisamentos, parecia que Obama iria sacudir Israel mas não tem força politica para tal tarefa.

O Oriente Médio é a mãe de todos os conflitos, como já era ao tempo dos bizantinos, a diplomacia americana não está à altura da História,  não estão à altura do majestoso legado britânico de jogo político com as RAZÕES DE ESTADO.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

48 Comentários

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  1. Extraordinária contribuição do A. Araujo

    para o entendimento do drama virando cataclismo, mandando suas balas até Paris e Copenhague.

    É um marco na história do blog: é impossível ler algo semelhante, e não estou falando da “mídia brasileira” que só escreve o que traduziu do tal Bureau de Assuntos do Oriente Próximo do Departamento de Estado, mas nem por exemplo na mídia francesa.

    Esse texto levaria nosso caro A. Araujo a ser declarado na França como um terrível anti-semita.

    Só por que escreveu uma verdade inconveniente.

  2. Agradeço ao André pela brilhante aula

    A geopolítica do Oriente Médio é realmente complicada, pois se tratam de tribos nômades, com influências territoriais diáfanas.

    Já a capacidade operacional do Obama na região, nunca foi lá essas coisas, até surpreende que o André pensasse de forma diferente.

  3. Essa de dizer que o islã foi

    Essa de dizer que o islã foi no passado tolerante é uma das maiores mentiras propagadas no ocidente.

    Não existe essa de tolerância, como uma religião pode ser tolerante se não aceita religiosos politeístas, e tem o dever de destruí-las, no caso das outras monoteístas elas podiam existir desde que os crentes pagasse o imposto jizya, e eram proibidos de construir novos templos, e os apóstatas eram condenados a morte. E isso sem falar no caráter expansionista dessa religião, cujo os nossos antepassados sentiram por praticamente 500 anos até que eles os conseguiram expulsar da península ibérica. Agora, me digam, isso é uma religião tolerante?

    1. No geral o Islam foi muito

      No geral o Islam foi muito tolerante. Há duas fases distintas: a dos quatro califados, começando em Cordoba e terminando em Bagdah, quando os arabes dominaram e CIVILIZARAM a Pensisula Iberica, bsta ver a magnificiencia de Granada, Cordoba, Sevilha, Algeciras, Alicante, todo sul da Espanha teve o banho da requintada civilização arabe, MUITO MAIS ADIANTADA que o ocidente em medicina, fisica, matematica, arquitetura, engenharia hidraulica, hoje nós somos herdeiros desse legado que chegou ao Brasil por via de Portugal, temos muita influencia moura em tudo.

      A segunda fase do Islam ocorreu após a queda de Constantinopla e a centralização  dentro do Imperio Otomano.

      A prova da tolerancia foi o fluxo imenso de judeus da peninsula ibércia, os SAFARADITAS ou “safardi” para os territorios otomanos, foram muito bem acolhidas e tolerados, não lhes foi impedida a religião em nenhum momento. Até o seculo XIX havia grandes colonias judaicas no Marrocos, no Egito, em Bagdah, em Aleppo, cujos antepassados foram EXPULSOS da Peninsula Iberica pelos Reis Catolicos depois de lhes tomarem os bens.

  4. Araújo erra ao criticar

    Araújo erra ao criticar supostos erros na conduta da política externa americana. Não há erro, a desestabilização do Oriente Médio é a real iontenção dos americanos, após o fracasso da dominação tentada no governo W. Bush. 

    Dada a inevitabilidade de seu declínio, a estratégia adotada pelos americanos consiste em ganhar tempo promovendo a desestabilização mundo afora. Foi assim no Oriente Médio, na Ucrânia, nos protestos via facebook de 2013, etc.

    O Estado Islâmico não teve início com os combatantes na Síria(armados pelos americanos), mas pelos combatantes na Líbia(armados pelos americanos), e pela Al-Qaeda, cujas origens remetem aos mujahedins(armados pelos americanos) que lutaram contra os soviéticos no Afeganistão. A própria articulação do discurso fundamentalista para fins militares foi promovida pelos EUA, comos e pode ver pelas declarações de Brzezinski aos mujahedins no vídeo abaixo.

     

     

    https://www.youtube.com/watch?v=uhFleLinwEM

  5. Antes da fulana o Iraque não era um país…

    …permanece sem ser!

    Falar sobre o Oriente Médio é não dizer nada sobre os petrodólares das monarquias do golfo disseminando o fundamentalismo salafista é dose para elefante nenhum botar defeito. Como o financiamento da irmandade muçulmana egípcia, por exemplo.

    Falar sobre o Oriente Médio é não dizer nada sobre o NATO estado islâmico nem um rinoceronte consegue suportar. Quando o inverno sangrento árabe chegou à Síria os oportunistas se infiltraram para radicalizar o processo. A oposição dita democrática, ligada aos ocidentais, péssima em popularidade, era financiada e promovida publicamente pelos EUA/UE. Enquanto isto a mafiosa orquestração americana, com o apoio ativo da Turquia, da Jordânia e da Arábia Saudita treinava os terroristas do Al-Nusra e de outros grupos ligados a Al-Qaeda, destes terroristas surgiu o estado islâmico. Quem diz isto sou eu, uma pessoa que logo no início pediu o enforcamento de Bashar Al-Assad pelos crimes cometidos contra o próprio povo. Bastaram dois meses para ver que ele é o mal menor.

    A grande tragédia da região não é a desarrumação causada apenas pela ação de Israel em preservar a sua existência, mas a mentira que são as fronteiras nacionais do Líbano, da Síria, da Jordânia e do Iraque. Todas traçadas pela dupla satânica Sykes-Picot, uma herança sangrenta criada pela França e pelo Reino Unido nos estertores dos seus impérios coloniais. O mesmo fizeram na África e até hoje o continente também paga pela ganância destes dois países de merda. Ali com a coloboração dos portugueses, espanhóis e belgas.

    Não entendo o André: transfere para os judeus as resposabilidades dos americanos e se cala sobre a participação das monarquias bandidas da região. Será que é por que são extremamente ricos e portanto os seus crimes transformam-se em meros pecadilhos?

     

     

    1. O ocidente sempre combateu o

      O ocidente sempre combateu o secularismo em movimentos políticos no Oriente Médio, como o nacionalismo árabe iniciado por Nasser, e sempre foi aliado dos setores mais conservadores e, por conseguinte, reacionários, como as petromonarquias do Golfo. Basta notar como os principais adversários no mundo árabe são sempre os secularistas, herdeiros de Nasser(Gaddafi)ou do partido Baath(Saddam, Assad).

       

       

      1. Esqueceu o grande Mohammed Mosaddeq…

        …se não tivesse sido deposto pela dupla USA/UK , colocando o país nas mãos corrupta do Reza Pahlavi, provavelmente não teríamos apenas vinte e cinco anos depois a revolução xiita. Talvez o Irã hoje tivesse um governo laico e não uma teocracia.

        1. O caso iraniano é paradoxal,

          O caso iraniano é paradoxal, pois foi o caso onde o ocidente, através do Xá, tentou implementar um projeto de modernização conservadora nos moldes daqueles estabelecidos na América Latina(fortalecimento das instituições militares, criação de uma sociedade de consumo, etc.), mas fracassaram diante da resistência dos opositores(os clérigos)e das reivindicações dos sub-produtos dessa modernização(estudantes, sindicalistas). Note como o Irã, apesar de ser um estado teocrático, é muito mais liberal social e politicamente se comparado às monarquias do golfo.

          O modelo iraniano implementado com relativo sucesso no Egito pós-Nasser, com os Acordos de Camp David.

          E concordo com você, talvez o parlamentarismo iraniano, derrubado por um golpe da CIA, pudesse ter sido um modelo para estados não apenas laicos, mas democráticos, no Oriente Médio. Apesar de ser um estado repressor, o Irã é, de longe, o país muçulmano mais democrático do Oriente Médio.

  6. Excelente

    Parabéns André. Conciso e preciso. História e política. Vou repassar o texto para todos aqueles que se interessam pela região e guardar para mim. Verdadeira aula. 

    Recentemente em um blog de viagem li que no Irã havia verdadeira idolatria dos EUA antes da segunda guerra. Até estátua de general americana eles tinham lá. As opções políticas erradas pelo americanos no pós-guerra levaram à guinada política do local e à apropriação da política pela religião, fato que é lamentável dentro da evolução dos estados modernos. Só leva ao retrocesso e escurecimento. 

  7. Bela explanação do André. É

    Bela explanação do André. É fato… O ocidente degenerou o Oriente Médio no passado e continua a degradá-lo no presente. Claro, por trás dos panos da ridícula atuação geo-política, interesses econômicos.

  8. Países do mundo afora como

    Países do mundo afora como Venezuela, Brasil, argentina, Bolívia, Ucrânia, etc, etc. se preparem para não pesada da diplomacia americana que age conjuntamente com as zelites desses países.

  9. Caro André, não achas

    Caro André, não achas interessante que – assim extrapolei – que os árabes parece não ser capazes de agir sem a mão do ocidente. Os exemplos citados mostram como a vida estava boa -e como virou merda- sob os conselhos e/ou administraçãointerferência dos países ocidentais. Será que não saberiampoderiam andar com as próprias pernas?

  10. GAO – Nome do Problema

    Eles não estão preocupados com a vida dos judeus, palestinos ou de quem quer que seja.

    O nome do problema é GAO – United States Government Accountability Office ( http://www.gao.gov/ )

    Eles são bons — bons até demais — no controle de gastos públicos do governo dos EUA.

    Sabe-se quanto um soldado das Forças Armadas dos EUA custa em termos de fardas, alimentação, armamento.

    Mas…

    …esses efetivos regulares — e rigorosamente controlados — estão diminuindo dia-a-dia.

    O caso da marinha dos EUA é dramático: foi reduzida aos níveis de 1915, 100 anos atrás!

    Fonte: http://www.politifact.com/truth-o-meter/statements/2014/oct/05/lindsey-graham/lindsey-graham-army-smallest-1940-navy-smallest-19/

    É a prática do Pentágono.

    Fonte: “Pentagon Plans to Shrink Army to Pre-World War II Level” — http://www.nytimes.com/2014/02/24/us/politics/pentagon-plans-to-shrink-army-to-pre-world-war-ii-level.html

    Enquanto isso, os gastos com menor controle oficial aumentam. Eis a política atual do Departamento de Defesa dos EUA (DoD, sigla em inglês):

    “Where do contractors come in? They are crucial to the outsourcing part of the strategy. Outsourcing has become an integral part of modern DoD operations. (…)

    The DoD has paid KBR at least $4.5 billion to construct and maintain U.S. bases in Iraq and Afghanistan. KBR has built some of the largest military installations in Iraq, including Camp Victory North. Camp Victory North is a ‘small American city,’ capable of housing 14,000 troops. KBR has been involved in the construction of Camp al-Rasheed, Camp Cook, Balad Airbase, Camp Anaconda, and Camp Marez.

    Contractors are also key to the maintenance of CSLs (Collaborative Security Locations), where the U.S. uses a host country’s existing military bases. ‘Retired U.S. non-commissioned officers who are maintenance experts, speak the native language fluently, and are generally well-liked by members of the local community frequently operate CSLs. The contractor rents military facilities from the host nation’s military, and charges a fee for the U.S. military’s use of the facilities’.”

    Fonte: “Contractors and the US Military Empire” — http://www.huffingtonpost.com/david-isenberg/contractors-and-the-us-mi_b_1771333.html

  11. Países do mundo afora como

    Países do mundo afora como Venezuela, Brasil, argentina, Bolívia, Ucrânia, etc, etc. se preparem para não pesada da diplomacia americana que age conjuntamente com as zelites desses países.

  12. Brasil tem parcela de culpa

    Na criação do Estado de Israel, graças ao Oswaldo Aranha e sua manobra para criação do Estado de Israel, suspendendo a votação a retomando após convencer alguns países a se absterem. Na verdade, a criação poderia ser inevitável se houvessem melhores discussões das consequência, não uma vontade imposta (dos EUA).

    Acredito que para o bem do mundo, e até do Brasil, se nós perdessemos uma parcela do nosso território (o estado do Amapá por exemplo) para a criação do estado de Israel, como havia sugerido uma realeza inglesa, acho que todos teriam ganhado. O mundo seria um lugar melhor hoje, e o Amapá o país mais rico da América do Sul. 

    1. Criação do Estado de Israel foi imposição dos EUA?

      Vá estudar história para não falar besteira. Após o fim da segunda guerra o apoio para a criação do Estado de Israel, dentre as potências vencedoras, era:

      A) Reino Unido – radicalmente contra

      B) EUA – aceitou após constatar que a maioria votaria pela criação

      C) URSS – a principal apoiadora, através de Stalin

      D) França – não conta, já não significava praticamente nada…

  13. “…Os EUA desde então nunca

    “…Os EUA desde então nunca souberam lidar com RAZÕES DE ESTADO no Oriente Médio, um erro após outro…”

    Da meneira colocada pelo (André) Motta Araújo , se os ingleses não tivessem sido colocados de escanteio, a coisa seria diferente.

    Sei não, pelo que me parece, fora a criação do estado de Israel que desestabilizou tudo, o que faz com que os norte americanos falhem, é a existência do interesse – estariam os ingleses por trás também, ou passaram a capajos? – da parte de chineses, russos, e quetais…

  14. Fronteiras

    É um resumo geopolítico excelente, agora, pergunto André. Se ingleses, franceses e americanos não tivessem traçado as atuais froteiras do Oriente Médio , será que esses povos seriam capazes de se reunir e traçar alguma fronteira? Nem vou falar da África.

    Dá pra imaginar curdos, xiitas, sunitas, judeus, palestinos e mais uma dezena de tribos, reunidos em torno de uma mesa pra discutir fronteiras. Ou mesmo pra rediscutir os atuais limites territoriais. Acho que bem ou mal alguém teria que traçar essas fronteiras.

    1. Essas divisões existiam

      Essas divisões existiam dentro do Império Otomano, com departamentos baseados nas diferentes etnias. A Grã-Bretanha, liderada pelo crimonoso de guerra e imperialista racista, Winston Churchill(defensor do uso de armas químicas, proibidas na Europa pós-I Guerra, contra as “raças inferiores” do Oriente Médio)delineou essas fronteiras segundo a lógica do Imperialismo, seguindo o modelo adotado na África.

      A lógica consiste em formar um “país” com frontieras que incluam diferentes etnais, de forma a promover a constante instabilidade, e colocar a etnia mais fraca no poder, de maneira que esta fique sempre dependente da potência externma para se manter no poder.

      O resultado disso é Iraque, Ruanda, Congo, e outros países deliberadamente construídos para não serem funcionais.

       

    2. Nunca sriam capazes de traçar

      Nunca sriam capazes de traçar fronteiras, admiro o Imperio Britanico pelo seu papel  estruturadorr nessa região, a desarrumação veio DEPOIS que os ingleses foram embora.

      1. Completamente errado, tipod e

        Completamente errado, tipod e comentário de fazer corar qualquer um com um mínimo de conhecimento sobre a história do Imperialismo.

        Por onde os ingleses deixaram suas fronteiras, o resultado mforam guerras civis e instabilidade(Ruanda, Iraque, etc.).

        Sobre o caso particular do Iraque, há esse livro do C. Catherwood, professor da Universidade de Cambridge e membro da Royal Historical Society, que demonstra a irresponsabilidade de W. Churchill na constituição das fronteiras iraquianas. 

         

        A Loucura de Churchill – Os Interesses Britânicos e a Criação do Iraque Moderno

         

        Catherwood, ChristopherCódigo do produto: 1413979 0 (Avalie agora)

        Este livro revelador mostra o processo da criação artificial da monarquia do Iraque, quando o governo britânico reuniu em um território, à força, povos antagônicos – curdos, sunistas e xiitas.

        Continue lendo  

        A Loucura de Churchill - Os Interesses Britânicos e a Criação do Iraque Moderno

          

         

  15. Quando o Obama quis crescer

    Quando o Obama quis crescer um pouco sobre Israel, o congresso americano convidou o senhor Benjamin Netanyahu para uma visita. Em sua fala ante o congresso, o criminoso de guerra teve seu discurso interrompido inúmeras e inúmeras vezes: para ser aplaudido.

    O lobby israelita nos Estados Unidos é uma coisa inominável. Israel devora os EUA por dentro. 

    1. A mesma impressão que

      A mesma impressão que tenho.

      Embora seja a maior potência mundial, me parece que os EUA são a colônia e Israel é a real metrópole.

  16. isso mesmo

    interessantes essas reflexões.

    contudo, o papel dos interesses privados no oriente médio precisa ser discutido também.

    não havia corporações interessados no petróleo do Oriente Médio e Líbia?

    acho que ajudam a explicar porque esses governos cairam.

    o Iraque é o caos, mas os contratos de extração de petróleo, estão com quem hoje? Uma parte agora com os fanáticos, antes não, mesmo com o caos.

    e a Líbia?

    provavelmente sem a intervenção estrangeira não haveria as monarquias do golfo. isso também teria forte impacto na região. sei lá em que direção. mas teria. talvez um nacionalismo árabe que criasse estados nação viáveis. 

    vou procurar esse filme.

    1. Sem esse mito de petroleo por

      Sem esse mito de petroleo por trás de tudo. Kadafi ESTAVA PERFEITAMENTE ALINHADO COM AS MAJORS DE PETROLEO, não havia nenhum proveito em tira-lo do poder. No Iraque o petroleo já era NACIONALIZADO desde antes de Saddam e continua estatal até hoje, pela Iraq National Oil Co., esse petroleo nunca foi americano mesmo quando a Iraq Petroleum era privada e o petroleo do Iraq nunca foi para os EUA, o mercado é europeu.

      Não há NENHUMA NECESSIDADE de invadir um Pais para ter seu petroleo, basta compra-lo. 90% da EXTRAÇÃO de petroleo do mundo é hoje estatal, as reservas de petroleo são estatais, as majors quase não produzem mais petroleo cru.

      1. Completamente errado, sempre

        Completamente errado, sempre houve interesse EXPRESSO dos americanos em ter o controle sobre petróleo iraquiano:

         

        Bush Thumbs Nose at Congress

        By Dan FroomkinSpecial to washingtonpost.com 
        Wednesday, January 30, 2008; 1:02 PM

         

        It’s about as basic as it gets: Congress has the power of the purse. And Section 1222 of the massive defense appropriation bill enacted this week asserts that power. It reads, in its entirety:

        “No funds appropriated pursuant to an authorization of appropriations in this Act may be obligated or expended for a purpose as follows:

        “(1) To establish any military installation or base for the purpose of providing for the permanent stationing of United States Armed Forces in Iraq.

        “(2) To exercise United States control of the oil resources of Iraq.”

          http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/blog/2008/01/30/BL2008013001912.html

         

        Hillary Clinton também pressionou fortemente para que o governo Maliki desse as concessões de petróleo iraquianas para empresas americanas. O comentário sobr eo petróleo ser exportado para a UE,e  não os EUA, é completamente irrelevante, pois o interesse é garantir que os lucros fiquem com empresas norte-americanas, independente do mercado consumidor.

        O petróleo é um recurso estratégico, dizer ser desnecessário invadir um país para assegurar o fornecimento de um recurso estratégico(pois o mesmo supostamente pode ser comprado no livre mercado)é de uma ingenuidade inacreditável. Os EUA já invadiram países até mesmo para assegurar a manutenção dos privilégios de suas companhias na produção de bananas(Guatemala nos anos 1950).

        Talvez o senhor acredite que os EUA gastam fortunas invadindo países para promover a Democracia.

      2. “Coisa de país de quinto mundo?

        “Não há NENHUMA NECESSIDADE de invadir um Pais para ter seu petroleo, basta compra-lo. 90% da EXTRAÇÃO de petroleo do mundo é hoje estatal, as reservas de petroleo são estatais, as majors quase não produzem mais petroleo cru.”

        Interessante, sr. Motta Araújo, se 90% do petroleo do mundo é extraído por empresas estatais, por que o sr. o senhor estava dizendo, num outro post, que esse negócio de defender a petrobras é um discurso deslocado do tempo, que é, como foram as suas palavras? “Coisa de país de quinto mundo?

        Não lhe soaria contraditório também? Se assim o for, cai por terra sua defesa de que não devemos devender o recurso…

      3. “90% da EXTRAÇÃO de petroleo do mundo é hoje estatal”

        Em outro lugar eu li o senhor dizendo que ficar defendendo a petrobras é papo antigo, coisa de país de terceiro mundo.

        Fiquei curioso, sobre os “90% da EXTRAÇÃO de petroleo do mundo é hoje estatal”, dito acima. Quer dizer que, os outros podem usar a oportunidade para segurar o recurso, e a riqueza advinda dele, para si, e o Brasil não pode?

        Dizer que quando se quer o óleo se vai lá e compra é simplista demais, não é não? Qualquer um saca que guerras são feitas para assegurar geopoliticamente o poder, mas também para limpar o terreno para as empresas – de preferência empresas ditas cinco irmãs? – extrairem o recurso.

        1. No tempo do imperialismo isso

          No tempo do imperialismo isso era verdade, o petroleo do Oriente Medio foi descoberto e desenvolvido pelas majors ocidentais MAS isso mudou a partir da nacionalizações em sequencia nos anos 70, todo o petroleo do Oriente Medio é hoje estatal na sua titulariedade mas as majors tem contratos de prestação de serviço e assistencia técnica.

          O Brasi não se enquando no modelo OPEP porque é um produtor intermediario e CONSOME toda sua produção, não é e não será um pais EXPORTADOR de petroleo, a OPEP é um clube de paises que tem só petroleo e nada mais. Quem tem economia diversificada não é socio da OPEP, caso da Russia, Canada, Mexico, Colombia.

          Esse dado de 90% é da Cambridge Energy Research, de Daniel Yergin, a CEA é a mais importante consultoria de petroleo do mundo, tem 8.400 funcionarios.

          1. Sr. Motta Araújo, agradeço a

            Sr. Motta Araújo, agradeço a resposta, mas eu ventilei foi a questão da tentativa do país conseguir afrouxar um pouco as garras da águia.

            O mesmo que o Luis Nassif aponta no artigo A Tenativa de desmontar a Petrobras, em destaque nesse site…

            “A geopolítica do petróleo não é uma mera teoria da conspiração: é um dado da realidade, por trás dos grandes movimentos políticos do século, especialmente em países que definiram modelos autônomos de exploração do petróleo.”

  17. “Nos anos 20 e 30 o prestígio

    “Nos anos 20 e 30 o prestígio dos EUA no Oriente Médio era imenso. A Universidade Americana de Beirute, fundada em 1870, era o farol irradiador da cultura ocidental no mundo árabe. “

    Dentre os valores da cultura ocidental, foi exportado para o Oriente Médio o fundamentalismo religioso, aspecto histórica da história americana, que influenciou a criação da Irmandade Muçulmana.

    http://en.wikipedia.org/wiki/Hassan_al-Banna#Education

    Origins[edit]

    The modern Islamic fundamentalist movements have their origins in the late 19th century.[27] The Wahhabi movement, an Arabian fundamentalist movement that began in the 18th century, gained traction and spread during the 19th and 20th centuries.[28] During the Cold War following World War II, some NATO governments, particularly those of the United States and the United Kingdom, launched covert and overt campaigns to encourage and strengthen fundamentalist groups in the Middle East and southern Asia. These groups were seen as a hedge against potential expansion by the atheistic Soviet Union, and as a means to prevent the growth of nationalistic movements that were not necessarily favorable toward the interests of the Western nations.[29] By the 1970s the Islamists had become important allies in supporting governments, such as Egypt, which were friendly to U.S. interests. By the late 1970s, however, some fundamentalist groups had become militaristic leading to threats and changes to existing regimes. The overthrow of the Shah in Iran and rise of the Ayatollah Khomeini was one of the most significant signs of this shift.[30] Subsequently fundamentalist forces in Algeria caused a civil war, caused a near-civil war in Egypt, and caused the downfall of the Soviet occupation in Afghanistan.[31] In many cases the military wings of these groups were supplied with money and arms by the U.S. and U.K.

     

    http://en.wikipedia.org/wiki/Islamic_fundamentalism

     

    Como se pode ver, o título do artigo do senhor Motta Araújo denota sua falta de conhecimento sobre a atuação histórica dos ocidentais no Oriente Médio. Os Estados Unidos estão agindo plenamente de acordo com seus interesses nacionais ao promover o fortalecimento de movimentos fundamentalistas nesses países.

     

    Movimentos políticos de cunho secular, como o nasserismo, o baatismo e seus legatários, sempre foram ferozmente combatidos pelos norte-americanos, enquanto países fundamentalistas, como a monarquias do Golfo, sempre foram grandes aliados.

  18. Única democracia

    O que é isso? Israel é a única democracia do Oriente médio!!!!

    Concordo que impor democracia à força na região deu no que deu no Iraque, Líbia e Egito, mas o único país que produz tecnologia de ponta na região não tem nada com isso!

  19. É tudo deles

    É lógico que os EUA são reféns dos judeus, tudo lá é dominado por eles.

    Esta é uma relação dos judeus e descendentes que fazem parte da diretoria das empresas de Televisão, Filmes e Vídeo, nem precisa apresentar a relação dos banqueiros, porque quase 100% é judeu.

    Herbert Allen, Jr., CEO of entertainment investment house Allen & Company

    Edgar Bronfman Jr., CEO of Seagram, Viacom

    Harry Cohn, founder of Columbia Pictures

    Barry Diller, CEO of 20th Century Fox and QVC

    Gerald Levin, Time Warner, CEO of HBO

    Michael Eisner, CEO of Disney

    William Fox, founder of Fox Film Corporation

    David Geffen, co-founder of DreamWorks, CEO of Geffen Records

    Adam Glasser, founder of Seymore Inc, producer of Seymore Butts videos

    Leonard Goldenson, president of ABC

    Steven Hirsch, founder and co-chairman of Vivid Entertainment

    Jeffrey Katzenberg, co-founder of DreamWorks, Disney

    Carl Laemmle, founder of Universal Pictures

    Louis B. Mayer, founder of Metro-Goldwyn-Mayer

    Les Moonves, CBS President

    William S. Paley, Founder And CEO of CBS

    Sumner Redstone, chairman of CBS and Viacom

    Michael Ovitz, president of Disney, founder of Creative Artists Agency

    David Sarnoff, founder of NBC, general manager of RCA

    Sidney Sheinberg, executive of MCA

    Steven Spielberg, director, co-founder of DreamWorks

    Laurence Tisch, CEO of CBS

    Albert Warner, co-founder of Warner Brothers Studios

    Harry Warner, co-founder of Warner Brothers Studios

    Jack Warner, co-founder of Warner Brothers Studios

     

    Jornais e Publicações:

    Sam Warner, co-founder of Warner Brothers Studios

    Lew Wasserman, founder of MCA

    Harvey Weinstein, Co-founder of Miramax

    Bob Weinstein, Co-founder of Miramax

    Adolph Zukor, founder of Paramount Pictures

    Jeff Zucker, NBC President

    1. Em cada coração tucano bate um coração nazista.

      Levando-se em conta que um dos símbolos nazistas, o Doutor Josef Mengele teve uma vida feliz e tranquila no Brasil e só foi descoberto anos após sua morte natural (por afogamento ou parada cardíaca, numa praia paulista). (ah, coxinhas, chamo afogamento de “natural” porque não foi provocado por terceiros), sabendo do fervor intelectual de João Leitão de Abreu pela jurisprudência nazista (ele era Chefe da Casa Civil do ditador Garrastazu Médici), sabendo que outros nazistas foram revelados como vivendo no Brasil sem nunca terem sido incomodados pela Ditadura e assistindo ao anti-semitismo explícito de certos frequentadores destas páginas, notadamente tucanos fascistas, é fácil acusarem Israel de todos os males do mundo.

      Na verdade, quando a ONU criou o Estado de Israel, criou também o estado da Palestina, muito maior geograficamente. Em 1948, os judeus aceitaram imediatamente aquele mar de areia como “lar” e mãos à obra, construíram uma nação. Claro, banqueiros e miliardários judeus dos EUA colaboraram, aliás, era obrigação deles fazê-lo. Mas os palestinos, assistidos pelos homens mais ricos do mundo, os donos do petróleo do planeta, não aceitaram aquelas terras, queriam ser donos de tudo e acabaram donos de um povo miserável e revoltado.

      Mas no Brasil, o fascismo continua. Há gente dizendo que morreram “poucos” nas câmaras de gás das SS. Essa gente podre também odeia pretos, nordestinos, veados, domésticas e todos aqueles que não façam parte do “clube”. A césar, o que é de césar, mas aos brasileiros tudo o que FHC achava que era dele e de seus amigos tucanos.

    2. Em cada coração tucano bate um coração nazista.

      Levando-se em conta que um dos símbolos nazistas, o Doutor Josef Mengele teve uma vida feliz e tranquila no Brasil e só foi descoberto anos após sua morte natural (por afogamento ou parada cardíaca, numa praia paulista). (ah, coxinhas, chamo afogamento de “natural” porque não foi provocado por terceiros), sabendo do fervor intelectual de João Leitão de Abreu pela jurisprudência nazista (ele era Chefe da Casa Civil do ditador Garrastazu Médici), sabendo que outros nazistas foram revelados como vivendo no Brasil sem nunca terem sido incomodados pela Ditadura e assistindo ao anti-semitismo explícito de certos frequentadores destas páginas, notadamente tucanos fascistas, é fácil acusarem Israel de todos os males do mundo.

      Na verdade, quando a ONU criou o Estado de Israel, criou também o estado da Palestina, muito maior geograficamente. Em 1948, os judeus aceitaram imediatamente aquele mar de areia como “lar” e mãos à obra, construíram uma nação. Claro, banqueiros e miliardários judeus dos EUA colaboraram, aliás, era obrigação deles fazê-lo. Mas os palestinos, assistidos pelos homens mais ricos do mundo, os donos do petróleo do planeta, não aceitaram aquelas terras, queriam ser donos de tudo e acabaram donos de um povo miserável e revoltado.

      Mas no Brasil, o fascismo continua. Há gente dizendo que morreram “poucos” nas câmaras de gás das SS. Essa gente podre também odeia pretos, nordestinos, veados, domésticas e todos aqueles que não façam parte do “clube”. A césar, o que é de césar, mas aos brasileiros tudo o que FHC achava que era dele e de seus amigos tucanos.

  20. .

    O artigo discorre objetivamente através de fatos históricos relevantes, mas peca pela forma subjetiva de recair ao lugar-comum para culpar Israel e os judeus como causa dos problemas, mesmo admitindo ao final, que “o Oriente Médio é a mãe de todos os conflitos, como já era ao tempo dos bizantinos”.  

    A política milenar de colonização e exploração da região, ininterruptamente até nossos dias, como prova o próprio texto, está na raiz e causas dos principais obstáculos, seja para se chegar à paz, justiça social ou equilibrio econômico na região. Basta uma leve leitura da Bíblia, para se constatar que os conflitos por lá, quase sempre, carregaram sua origem em um imperialismo que cerceia, explora e oprime todos os povos locais, judeus inclusive, há séculos.

  21. Será que não tinha nesss

    Será que não tinha nesss paises do OM, um equivalente ao Barão do Rio Brasileiro?? Outra pergunta aos estudiosos, o Brasil não perdeu o bonde da história para fixar uma base militar na Itália qdo findou-se a II Guerra e o outro bonde perdido não foi um assento permanente no conselho de segurança da ONU??

    1. Os “bondes”

        Não seria na Itália a região de controle, não ocupação, que a FEB foi designada, mas na Austria, pois como agregada politica do 5o Exército americano ( 1st Brazilian Division ), respeitando determinações do Dept of State e resoluções POLITICAS do pós – guerra, era interessante para os Estados Unidos que uma força militar, não americana, controla-se certa região européia – claro que sob seus auspicios e comando.

         O governo Vargas declinou do oferecimento alegando custos.

         Assim como na Conferencia de São Francisco, quando foi decidida a criação da ONU, seus idealizadores (basicamente do Depto. Estado americano ), desejava que uma nação da América Latina tivesse representação no CS/ONU – desde que controlada pelos Estados Unidos – e só existia uma : Brasil – até hj. pelo planejamento geopolitico militar americano, o confiavel “aliado” para o monitoramento e soberania ocidental do “Estreito do Atlantico Sul” ( cintura Recife – Ascensão – Dakar ), é o Brasil.

          Getulio, já com sérios problemas na politica interna, declinou este convite, que tambem foi “torpedeado” pelos soviéticos e ingleses, após a Conferencia de São Francisco, claro é que teria sido possivel, caso Oswaldo Aranha o deseja-se, e GV concorda-se, levantar os obices anglo-soviéticos, e o unico País do hemisfério sul a ser representado no CS/ONU teria sido de origem o Brasil ( sob uma tremenda ingerencia americana ).

  22. Esse cara parece o Lawrence

    Esse cara parece o Lawrence da Arabia mais jovem,

       E já que estou no assunto:Peter O´Toole foi um grande ator de vários filmes e pouco reconhecido.

       Já o tal Omar Sharif foi um mediano ator e com grande sucesso. por causa de 2 filmes.

          A diferença? O primeiro era ator de primeira. O segundo era um galã. Um galâ. E só.

  23. Sorbonne, “renascimento” e Guerra Fria

     “Ba’aht ” ( fonético arabe semelhante a : renascimento, recomeço,novidade ).

      Caro AA,

      Em adendo a seu texto, é bom explicar que ocorreu no “mundo arabe islamico”, dos anos 30 á 80, uma ideologia politica secular que tendia e conseguiu, separar a religião do Estado, o “baathismo”, que combinava o pan-arabismo +nacionalismo + uma forma de socialismo, elaborada durante os anos 30, por dois ex-alunos da Universidade de Sorbonne, dois filósofos e politicos sirios: Michel Aflaq e Zaki al- Arsuzi – ambos já acreditavam que um dos maiores óbices para o progresso da região, em relação a formação e manutenção de Estados – Nacionais constantes, seriam a teocracia e o fundamentalismo islamico.

       Tal ideologia, deu origem a varios lideres arabes seculares, como: Nasser (Egito), Assad (Siria), Boumedienne(Argelia), Sadat (Egito), Hassan Al -Bakr (Iraque), Hussein ( Iraque), Khadafi ( Libia ), é interessante observar, que assim como foi na descolonização da Africa sub-saariana, todos estes lideres arabes foram oriundos do extrato militar da sociedade, que era a unica instituição organizada que foi deixada pelas potencias imperialistas, o que originou nestes paises regimes ditatoriais.

        Mas no contexto da “guerra fria” , qualquer manifestação nacionalista, era considerada pelo Ocidente (Estados Unidos e Europeus), como um risco a sua geopolitica – como ocorreu na América Latina -, tais manifestações eram consideradas “esquerdizantes”, tal fato em relação aos arabes, pode e é bem documentado na “Crise de Suez ” de 1956 quando o Ocidente ( França e Inglaterra ), através dos Acordos de Sévres definiram a aliança com Israel, “empurrando” todos os governos pan-arabistas/nacionalistas para a órbita da URSS,  posteriormente com o total apoio americano ao estado de Israel, que somente veio após a administração Johnson ( o apoio, aliança Israel – USA, é fortemente verificado apenas após 1970 – adm. Nixon –  inserido no quadro da “guerra fria “).

         

    1. Meu caro Junior, como sempre

      Meu caro Junior, como sempre nos dá aulas de boa Historia. Registro que os Generais George Marshall e Dwight Eisenhower, este ultimo Presidente dos EUA ERAM CONTRA A IMPLANTAÇÃO DE ISRAEL NOS TERRITORIOS

      PALESTINOS, Marshall foi contra a propria criação do Estado de Israel, para ele fonte permanente de conflitos.

  24. Tirando as bijouterias,

    Tirando as bijouterias, ganhou quem tinha de ganhar.Melhor filme,diretor, ator e atriz.

       Alguma discordância por gosto,mas não no conteúdo.

          Mas o ponto alto do Oscar em todos os sentidos foi a lembrança do filme Noviça Rebelde, a interpretação de Lady Gaga( discreta, fugindo suas características e a bela Julie Andrews no alto de seus quase 80 anos parecendo uma adolescente.

            E a frase marcante de Lady Gaga: ”Sras e srs. a inigualável Julie….)”’

                        Revivendo:

                    https://www.youtube.com/watch?v=LqGGYJxVRFI 

  25. Palestinos, terrorismo e outras coisas

       Quem melhor entendeu a dinamica arabe, com ótica do imperialismo do séculos XIX/XX, foram os ingleses, ocidentais em geral pouco ou nada compreendem sobre a região, mas o “problema palestino” não é responsabilidade exclusiva de Israel, pois este “povo”, desde Haj Amin Al-Husseini ( década de 20 do século passado ), alem do inimigo israelense, após 1948,  antes este inimigo era o Haganah, Irgun, Palmach, organizações defensivas da Alliah-Beth, que se instalou na região no final dos anos 90 do século XIX, anterior a “Declaração Balfour”, eram os próprios arabes, os “effendis” turcos, que praticamente os escravizavam ( “fellah” : Trabalhadores sem salario, só comida e abrigo, do mesmo vocabulo arabe “fe”, deriva-se o termo “fee’dayn: em tradução aproximada para “ocidente”: trabalhador da terra (“fel”), que luta (“al-dayn – de “dimma” – pedaço de terra ), por sua terra ( as vezes me acho um chato ).

        A “conta ” de Israel referente a diaspora palestina é grande, mas a dos paises arabes é maior, afinal o povo palestino foi e é usado até hj. pelos arabes, foi assassinado por eles, ou vcs. acham que o “setembro negro jordaniano” foi um “passeio” ( 16/09/1970 ), quando o governo hachemita – islamico do Rei Hussein, os expulsou da Jordania, a custa de alegadas 9.000 mortos ( Yasser Arafat dizia que foram mais de 20.000 ), posteriormente Sabra – Chatila, no Libano, anos 80, um massacre controlado pelos israelenses, mas levado a cabo efetivamente por arabes cristãos, ou as potencias economicas petroleiras do Golfo, incluindo Iraque de Hussein, sempre utilizaram, ainda utilizam a mão de obra palestina em bases quase escravocratas – cobrar Israel é valido e lógico, mas os outros estados arabes tambem tem sua conta, e tão amrga quanto.

         Terrorismo: Classificar atos “terroristas” ou “terrorismo”, é para filmes, jornalistas, politicos e diplomatas, as entidades dedicadas a inteligência e combate, a esta forma radical de expressão politica, encaram estas ações como um sintoma de algo maior, a ser definido politicamente ao longo do tempo, como no exemplo citado pelo AA, o atentado ao Hotel King David – realizado pelo Irgun – sendo que um dos “terroristas” responsaveis á época, no futuro foi 1o Ministro de Israel ( Ythizak Rabin ); ou como Yasser Arafat ,que como lider do grupo terrorista OLP, perseguido pelo MOSSAD e agencias ocidentais por mais da metade de sua vida, alguns anos depois assinou acordos, foi a ONU e tornou-se o primeiro presidente da Autoridade nacional Palestina, ou será que alguem irá se espantar se Mullah Omar, lider do Taliban, estiver negociando com os americanos, no Kuwait, visando a estabilização do governo afegão ?

          Atos nominados terrorismo, até mesmo as tomadas e execuções de refens do ISIS, do Boko Haram etc.., podem até ser combatidas militarmente – dá “ibope” para politicos e é apoiado pelas populações e midia, afinal parece que estão fazendo algo ; contraproducente até mesmo em termos militares, pois um dos efeitos colaterais mais palpaveis destes ataques, é fomemtar a adesão a estes grupos – tal fato é verificado históricamente em todas as ações anti descolonização, no Vietnam, Afeganistão, Iraque, Siria etc.., portanto, é de Manual, nenhuma ação exclusivamente militar tem sucesso, sem uma atuação politico-social-diplomatica, pois sem ação efetiva contra a origem, de nada adiantam ações contra os sintomas, somente somam-se corpos, refugiados e problemas.

  26. Excetuando pelos defeitos, Motta Araujo é grande

    Motta Araujo,

    Sobre você dá para parafrasear Barack Obama e dizer:

    “Se alguns dos comentaristas ainda indagam se a direita é um lugar onde tudo é possível, ou ainda demandam se a capacidade dos que pensam em bases antiga ainda persiste nos dias de hoje, ou ainda questionam se há poder do conhecimento no conservadorismo, (Andre) Motta Araujo é a resposta”.

    Nem tudo são flores, entretanto. Há muito preconceito no que você expõe e muito elitismo. Eu sou o melhor e eu convivo com os melhores e, portanto, mais que justo que eu indique os melhores que eu conheço para os grandes cargos da República. Esta é, por exemplo, a idéia que permeia o post “Para entender o Ministério Público norte-americano, por Motta Araújo” de segunda-feira, 23/02/2015 às 16:08, aqui no blog de Luis Nassif e de sua autoria e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/para-entender-o-ministerio-publico-norte-americano-por-motta-araujo

    É claro que apesar desses senões não há como reconhecer como Leandro C reconheceu junto ao post “Como Lula aproximou-se dos Estados Unidos” de terça-feira, 01/07/2014 às 06:00, e de autoria de Luis Nassif, no comentário que ele enviou terça-feira, 01/07/2014 às 15:01, e o intitulou de “O Motta tem bastante conhecimento desse caso” e no qual disse:

    “Se alguém tem duvidas sobre o assunto e da influencia de um nobre colega do blog, segue link:

    https://wikileaks.org/cable/2004/03/04SAOPAULO493.html

    O endereço do post “Como Lula aproximou-se dos Estados Unidos” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/como-lula-aproximou-se-dos-estados-unidos

    Aliás, o post “Como Lula aproximou-se dos Estados Unidos” de Luis Nassif era uma confirmação de uma crítica que você fizera no post “A verdadeira história da aproximação de Lula e Bush Jr.” de segunda-feira, 30/06/2014 às 12:02, ao trecho do livro que Mathias Spektor iria lança que fala sobre a aproximação de Lula com George Bush, em que, para você, Mathias Spektor dá grande importância ao papel de Fernando Henrique Cardoso na aproximação dos dois presidentes.

    O endereço do post “A verdadeira história da aproximação de Lula e Bush Jr.” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/a-verdadeira-historia-da-aproximacao-de-lula-e-bush-jr

    E recentemente no post “Os cenários políticos possíveis” de sexta-feira, 13/02/2015 às 06:00, eu fiz um comentário, enviado sexta-feira, 20/02/2015 às 20:01, em que aproveitei para mencionar a diferença de qualidade entre a presença do procurador argentino recentemente falecido Alberto Nisman no Wikileaks e a sua presença. O endereço do post “Os cenários políticos possíveis” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/os-cenarios-politicos-possiveis

    Aliás, hoje vi um post intitulado “Marcha Nisman – Por Santiago O´Donnell” de sexta-feira, 20/02/2015, em que se dá para perceber que mesmo na oposição Alberto Nisman não era bem vindo e uma das razões era exatamente a presença dele no Wikileaks, enquanto a sua presença para oposição ou governo só o engrandece. O endereço do post “Marcha Nisman – Por Santiago O´Donnell” é:

    http://santiagoodonnell.blogspot.com.br/

    E então é isso: fosse você menos de direita, menos preconceituoso e menos elitista e a gente ia preferir que você estivesse do nosso lado.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 24/02/2015

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