Alertas de desmatamento aumentam 74% em abril

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Na reta final do “inverno amazônico”, área de alarmes detectada pelo sistema Deter ultrapassa 1000 km2 pela primeira vez

Foto: Victor Moriyama/Amazônia em Chama/Divulgação Greenpace

A área de alertas de desmatamento na Amazônia chegou a 1.012 km2 no mês de abril, um aumento de 74% em relação ao recorde anterior da série histórica, quando a área destruída foi de 580 km2.

Esta é a primeira vez na história que os alertas mensais de desmatamento do sistema Deter-B, do Inpe, ultrapassam a marca de 1000 km2. No comparativo com a média dos seis anos anteriores, a área de alertas saltou 165%.

E o levantamento de abril se refere a um período de 29 dias – como o mês de apuração do Inpe ainda não fechou, a possibilidade desse número ser ainda maior é elevada.

No acumulado do ano até aqui (o Inpe sempre mede o desmatamento de agosto de um ano a julho do ano seguinte), os alertas chegam a 5.070 km2, 5% a mais do que no ano passado e segundo maior número da série histórica — ficando abaixo apenas do recorde de 5.680 km2 batido em 2020.

Segundo análise do Observatório do Clima, esse dado é ainda mais grave por se tratar de um mês de chuvas na Amazônia (o último do chamado “inverno amazônico”), quando o ritmo de desmate perde força.

“As causas desse recorde têm nome e sobrenome: Jair Messias Bolsonaro. O ecocida-em-chefe do Brasil triunfou em transformar a Amazônia num território sem lei, e o desmatamento será o que os grileiros quiserem que seja. O próximo presidente terá uma dificuldade extrema de reverter esse quadro, porque o crime nunca esteve tão à vontade na região como agora”, disse Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.

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Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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