
A área de alertas de desmatamento na Amazônia chegou a 1.012 km2 no mês de abril, um aumento de 74% em relação ao recorde anterior da série histórica, quando a área destruída foi de 580 km2.
Esta é a primeira vez na história que os alertas mensais de desmatamento do sistema Deter-B, do Inpe, ultrapassam a marca de 1000 km2. No comparativo com a média dos seis anos anteriores, a área de alertas saltou 165%.
E o levantamento de abril se refere a um período de 29 dias – como o mês de apuração do Inpe ainda não fechou, a possibilidade desse número ser ainda maior é elevada.
No acumulado do ano até aqui (o Inpe sempre mede o desmatamento de agosto de um ano a julho do ano seguinte), os alertas chegam a 5.070 km2, 5% a mais do que no ano passado e segundo maior número da série histórica — ficando abaixo apenas do recorde de 5.680 km2 batido em 2020.
Segundo análise do Observatório do Clima, esse dado é ainda mais grave por se tratar de um mês de chuvas na Amazônia (o último do chamado “inverno amazônico”), quando o ritmo de desmate perde força.
“As causas desse recorde têm nome e sobrenome: Jair Messias Bolsonaro. O ecocida-em-chefe do Brasil triunfou em transformar a Amazônia num território sem lei, e o desmatamento será o que os grileiros quiserem que seja. O próximo presidente terá uma dificuldade extrema de reverter esse quadro, porque o crime nunca esteve tão à vontade na região como agora”, disse Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.
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