“Alianças não são possíveis não é por exclusivismo do PT”, diz Gleisi Hoffmann

Ao GGN, Gleisi comenta a escolha de Jilmar Tatto para disputar a prefeitura de SP, explica a estratégia eleitoral do PT em 2020 e fala da "sobrevivência" das esquerdas

Jornal GGN – A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, comentou em entrevista à TV GGN a polêmica em torno da escolha de Jilmar Tatto para concorrer à Prefeitura de São Paulo nas eleições municipais de 2020. O ex-secretário de Transportes não gerou consenso na legenda e o racha levou petistas e aliados a declararem apoio a Guilherme Boulos, o candidato do PSOL.

Segundo Gleisi, o nome do partido era Fernando Haddad, mas como o ex-presidenciável não aceitou concorrer ao Paço novamente, não sobraram nomes que “despontassem”.

“Se tirarmos o Haddad, que era o nome que o PT queria, nós não tínhamos nenhum outro nome dentro do PT que despontasse de uma forma diferenciada, uma liderança que tivesse grande conhecimento da população, um quadro já conhecido. Teve a prévia com valorosos companheiros que participaram, mas todos no mesmo nível de conhecimento e projeção do Jilmar”, disse Gleisi.

Segundo ela, “a definição da candidatura do Jilmar cumpriu todos os requisitos do que a gente chama de democracia interna do PT.”

Além disso, segundo a presidente nacional do PT, o partido não poderia abrir mão de ter uma chapa própria para apoiar Boulos por estratégia e questões pragmáticas.

O plano do PT é lançar o maior número possível de candidatos a prefeitos de capital. Em parte, para apresentar seus quadros à população e resgatar o legado dos governos petistas no plano federal. Mas também para reagir à campanha de desconstrução que vem sofrendo em função da Lava Jato.

“O PT tem que lembrar à cidade o que fez, como administrou, o que é possível fazer, que temos gente preparada”, disse. “O PT também foi objeto de muito ataque e desconstrução. As eleições são oportunidade de falarmos com as pessoas e desconstruirmos esses argumentos. Se o PT não tiver candidatura, quem é que vai defender o PT? Não dá para pedir para outra candidatura pegar o seu tempo e dizer ‘agora vamos defender o PT’. Pode até constranger outra candidatura, essa é a verdade”, argumentou.

No mais, segundo Gleisi, “alianças não são possíveis não é porque a gente não quer, por exclusivismo do PT”, mas porque os demais partidos de esquerda – de médio e pequeno porte – também precisam apresentar seus quadros nesta eleição, por uma questão de “sobrevivência”.

“Os partidos, até 2030, têm que cumprir cláusula de barreira. Então eles têm que ter presença na política para poder ter candidato em 2022 e eleger deputado federal”, explicou. “Então, as alianças não são possíveis não é porque a gente não quer, por exclusivismo do PT. É porque muitos companheiros desses partidos não querem também, porque precisam se colocar como candidato por questão de sobrevivência. A gente tem que entender porque, para nós, não interessa que nenhum partido de esquerda desapareça do Brasil.”

Assista:

Assista a íntegra da entrevista clicando aqui.

8 Comentários

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  1. Entre os principais partidos, que realmente visavam ganhar as eleições majoritárias, e não somente “marcar posição”, as alianças eram feitas em função da arrecadação de fundos (quem arrecada com quem, onde, etc). Os analistas da midia – e até cientistas diplomados – gostavam de dizer que era “o horário eleitoral”….

    Ora, o financiamento empresarial não é mais A LEI, agora vai cada um com seu cada um, com seus fundos e votos. Aliança programatica, ideologica, fica para o segundo turno, onde tem, e em torno de algum nome que realmente pode ganhar. O resto é mensagem cifrada, jogo de sombras.

  2. Entre os principais partidos, que realmente visavam ganhar as eleições majoritárias, e não somente “marcar posição”, as alianças eram feitas em função da arrecadação de fundos (quem arrecada com quem, onde, etc). Os analistas da midia – e até cientistas diplomados – gostavam de dizer que era “o horário eleitoral”….

    Ora, o financiamento empresarial não é mais A LEI, agora vai cada um com seu cada um, com seus fundos e votos. Aliança programatica, ideologica, fica para o segundo turno, onde tem, e em torno de algum nome que realmente pode ganhar. O resto é mensagem cifrada, jogo de sombras.

  3. Bem, se for lembrar o que o PT já fez na prefeitura, vale lembrar que as duas prefeitas não estão mais no PT. E se essa divisão, ou falta de apoio a Boulos e Erundina, resultar na vitória de uma Joice, por exemplo, vai ficar com cara de tacho.
    Para não dizer coisa pior.

    1. Errado. Erundina saiu do PT, mas o partido continua sendo aquele que deu visibilidade a ela. Marta saiu do PT, mas o partido continua comprometido com as políticas que ela implementou e que, portanto, não eram dela.

      As duas saíram do PT para o bem do partido e por terem tirado tudo que queriam dele

  4. Se continuar assim vai virar o PSDB, ou seja, sumir do mapa.
    Defender o PT?
    O PT fez as maiores obras de SP?
    Centrado somente em si.
    Quero saber quantas eleições eles ainda vão ter que perder para perceber isso.
    Espero que o mais rápido possível.
    Baixa a cabeça PT.
    Tirar o time de campo pode ser melhor do que “defender o nome do PT”.
    Estamos aqui por um país e não por um partido, mesmo que seja o PT.

  5. Gleise tá provando não entender muito de SP ..aliás, nem de comunicação, prova que sequer da valor aos canais alternativos e progressistas de comunicação
    Padilha e Suplicy seriam dois bons nomes, de recall e/ou imagem, pra coligação com Boulos, por exemplo
    E sobre lembrar da administração municipal ..conselho, aqui da periferia, MELHOR NÃO LEMBRAR da obra do Haddad nem de DILMA (dois grandes responsáveis pela DERROCADA da obra do PT), muito menos da Erundina ..Martha sim, temos que reconhecer, ao menos daqui donde estou, pois ela deixou grandes marcas, obras palpáveis e que até agora existem, fora, claro, da antipatia tb.

  6. O PT prioriza o seu umbigo! Ficou claro nessa fala e em sua práticas nos últimos anos. Eleição deve-se pensar na população, o que levar de mudanças e avanços socioeconômicos para a população, e não em defender-se. Isso prova a péssima estratégia de comunicação do PT há muito tempo.

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