Jornal GGN – A procuradora Soraya Gaia abriu uma crise nos bastidores do Ministério Público do Rio de Janeiro. Apoiadora dos Bolsonaro, ela é apontada, segundo reportagem da Folha desta sexta (14), como a responsável por ter feito os promotores que investigam o caso Queiroz perderem o prazo para recorrer da decisão que garante foro especial para Flávio Bolsonaro.
De acordo com o jornal, Soraya “fez isso ao acessar em uma quinta-feira, 2 de julho, a intimação que informava ao MP-RJ a remessa do caso de Flávio para o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.” Os promotores não perceberam o acesso, que deu início à contagem do prazo para apresentação do recurso.
“Pelas regras, a Justiça lança uma decisão no sistema. O Ministério Público tem até dez dias para tomar ciência de uma decisão, o que dá início à contagem, que é de 15 dias corridos. Ao acionar o sistema no dia 2, Soraya fez com que o prazo expirasse em 17 de julho. A Folha apurou que os promotores não se deram conta do acesso de Soraya e trabalharam como se a contagem tivesse sido iniciada na segunda-feira (6)”, escreveu o jornal.
Ainda segundo Folha, “a perda de prazo criou um clima de desconfiança no Ministério Público, alimentando suspeita de que Soraya tenha antecipado intencionalmente o prazo. O TJ-RJ negou o recurso alegando que o prazo já havia expirado.
A procuradora já apresentou três pareceres favoráveis a Flávio, e fez postagens simpáticas ao presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais.
A 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio concedeu foro especial a Flávio em junho. A investigação das rachadinhas saiu do gabinete do juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal, e passou para o Órgão Especial do TJ, colegiado formados por 25 desembargadores.