Nos últimos tempos, conduzido pelo Procurador Geral Eduardo Gussem, o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro manteve acesa a dignidade da profissão, conspurcada pela promiscuidade da Lava Jato de Curitiba. Tocou inquéritos sensíveis, contra o poder ameaçador dos Bolsonaro, contra seus aliados nas milícias e no Escritório do Crime, sem se deixar intimidar.
Com as eleições para o o novo procurador há ameaças pairando no ar. Um dos candidatos é Marcelo Rocha Monteiro, que já apareceu em fotos com a camisa de Bolsonaro. Mas não é o candidato visto como maior ameaça à independência do MPE.
Pela legislação fluminense, o PGE precisa necessariamente sair da lista tríplice. Há dois candidatos fortes, os promotores Luciano Mattos e Virgilio Stravidis. E um candidato fraco, justamente Marcelo, por suas ligações bolsonaristas. A maior ameaça, segundo fontes diretamente ligadas nas investigações sobre Flávio Bolsonaro, é a procuradora Leila Costa, discreta mas, segundo informações de dentro do MPE, com ligações pessoais com os Bolsonaro. A candidatura de Marcelo, segundo essa ótica, seria uma espécie de boi de piranha, para deixar passar a boiada.
Uma maneira de dissipar desconfianças seria os três mais votados, imediatamente após as eleições, firmarem um compromisso de manutenção das investigações e de independência do MPE.
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Com a Famíglia no Planalto, o Centrão na Câmara, a PGR nas mãos, parte do Ministério Público e parte do STF no balanço das circunstâncias… estamos ferrados.
Acabei de ler no BR247 que a ABIN trabalhou pro filho zero nada , aquele da rachadinha, para tentar desqualificar a investigação da Receita.
Seria o equivalente do Lula ter posto a PF atrás de quem dizia que o Lulinha era o dono da Friboi.
Logo , nada mais é surpresa.
O ataque ao Estado é permanente e parte dos que mais deveriam protegê-lo.
Vamos aguardar para ver até onde a justiça consegue esticar o elástico da sua tradicional e perigosa cegueira com os interminaveis desrespeitos às leis e aos procedimentos legais que a elas devem se submeterem.
Parece que isto também é entendido como corrupção. Se não me engano, existe enquadramento legal para isto. Dizem até que pode levar ao impedimento. Ah, mas é o Brasil do STF que garante algumas coisas e outras não e que hoje anda até a testa envolvido com golpes e golpismos.
Eu achi que Nassif não tem mais direito à ingenuidade.
Como se a condução de investigações contra os bozos também não obedecessem (outros) interessses políticos.
Acordo para independência do MP é de doer.
Acho que pior que o uso partidário, que por ser explícito pode ser combatido pelas forças políticas, inclusive interna corporis, é a tolice de acreditar nesta balela de independência.
Arf.
Tá osso.
Talvez um dia eu consiga chegar lá no cercadinho do Palácio da Alvorada e dizer isso na cara do Bolsonaro:
“Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?”
Mas eu desconfio que ele não sabe quem foi Cícero, e menos ainda Catilina.