As políticas de emprego que Bolsonaro não construirá, por Luis Nassif

Há que se discutir uma política pública de emprego, mas para o governo que sucederá Bolsonaro. Não há a menor esperança que o atual governo tenha um mínimo de objetividade para temas estruturantes.

Há uma crise conjuntural na economia, e uma crise sistêmica no capitalismo, com as novas ferramentas da Indústria 4.0 – inteligência artificial, automação, impressora 3D etc.

Esses movimentos provocam terremotos no sistema produtivo, com a eliminação de empregos em muitos setores, e a criação de empregos em novos setores.

Como a mão-de-obra é uma só – corresponde à População Economicamente Ativa -, a reciclagem dos trabalhadores exige um conjunto de políticas públicas para minimizar os efeitos deletérios. E, ai, entram muitas variáveis no jogo da economia.

1.A lógica de consumo

Trata-se de um fantasma que afeta a própria natureza do capitalismo. Capitalismo depende de mercados, que dependem de consumo, que depende de empregos bem remunerados.

Um dos saltos registrados no mercado de consumo brasileiro foi decorrência direta da formalização do emprego, da implantação do MEI (Micro Empreendedor Individual) e do possibilidade de casa própria. Esses movimentos forneceram as bases para a expansão do crédito: a carteira de trabalho, o endereço e a estabilização da renda.

Em países nos quais a ciência se impõe sobre a fé, há preocupação em não permitir que a chamada indústria 4.0 comprometa o mercado de trabalho a ponto de afetar o consumo.

2.A lógica social

Em períodos de profundas mudanças econômicas e sociais, há desmanches sociais, que levam sofrimento às famílias, problemas de saúde, piora da segurança pública. No limite, essas mudanças desestruturam sistemas políticos, como sucedeu na Europa dos anos 20 e, agora, com a eclosão da ultradireita no Brasil e no mundo.

3.A lógica trabalhista

Em períodos da chamada destruição criativa – quando setores velhos são substituídos pelos novos – a transição para o novo modelo será menos traumática dependendo da força dos sindicatos.

Fernando Collor, que tinha um discurso impositivo, entendeu essa lógica quando montou as Câmaras Setoriais, juntando empresas, trabalhadores, fornecedores, em torno de um projeto de reestruturação competitiva do setor.

Mais do que antes, o momento exigiria algo do gênero. Mas como reivindicar de um governo em que a parte mais primária discute criacionismo, e a supostamente mais racional acredita em cubanização do país?

4.A reciclagem da economia

Teria que ser montado um pacto em torno de propostas factíveis, com passos racionais que permitam a reciclagem dentro de bases que não precarizem o emprego.

A Fiocruz desenvolveu o modelo das economias de bem-estar, formas de utilizar os grandes gastos públicos com saúde para o desenvolvimento da uma indústria de base, uma indústria de medicamentos, outra de equipamentos e um setor de serviços. Foi esquecido.

A indústria teria que ser foco central dessas políticas, por ser a maior multiplicadora de riqueza e emprego da economia.

Os principais instrumentos dessa reciclagem – sistema Sebrae, políticas científico-tecnológicas, Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) – estão sendo desmontados pelo fundamentalismo religioso dos Bolsonaro e pelo fundamentalismo econômico de Paulo Guedes.

Luis Nassif

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  1. As políticas de emprego que Bolsonaro não construirá

    LETTRE JAUNE #15 – 2019, ANNÉE JAUNE !

    Queridos coletes amarelos, Carxs amigxs de baixo,

    Estamos nos aproximando de um momento crítico. Estamos nos aproximando de um momento histórico. Estamos nos aproximando de uma reviravolta da história. Estamos nos aproximando do final.

    Não temos mais a oportunidade de definir, à nossa maneira, nossas formas de vida.

    E nossa luta é sobre como trabalhar, como educar os filhos, comer, como produzir, como se vestir, como comemorar, de como olhar, como lutar, como compartilhar, como beijar, como se reunir, como amar?

    Toda a vida é sugada e devorada pela máquina de cima. Os de cima já são máquinas, e máquinas, meus amigos, não sentem, não pensam, calculam.

    Mas que seja dito, meus amigos, não há nenhuma paz verde, uma Greenpeace no horizonte! Nem mesmo créditos de carbono! Nem ecologia responsável!

    E ainda menos ambiente Grenelle, ou Cop 21, 22, 23! Tudo isso é apenas uma pincelada verde na imundície que nos aguarda!

    Hoje, nossa luta de baixo é uma luta total, e provavelmente a última. Uma luta contra a extinção programada da espécie humana.

    Então, é hora de nos comprometermos numa verdadeira organização social cuja base será local para se elevar em escala global.

    Os problemas de um congolês, um tailandês ou um brasileiro de baixo também são nossos problemas.

    Queridos coletes amarelos, Carxs amigxs de baixo,

    Este ano, nosso destino ainda está em nossas mãos. Vamos aproveitar nossa chance, levantar as questões que nos atormentam e produzir respostas radicais e reais fora de qualquer artifício institucional.

    Nosso mundo está morrendo, nosso mundo está em colapso, a vida humana está morrendo.

    Nós reacendemos uma centelha de esperança! Então, vamos incendiar nossas aldeias, incendiar nossas cidades, incendiar a França, incendiar a Europa, inflamar o mundo!

    Que nossas faíscas de revolta amarela se transformem em um fogo criativo!

    Que a destruição da vida cotidiana seja transformada na vitalidade do amanhã!

    Feliz Ano Novo Amarelo!

    Para nós!

    vídeo: Christophe DETTINGER Vs Gendarmes mobiles Acte 8

    [video: https://www.youtube.com/watch?v=a1QDy6z_uFA%5D

     

  2. As políticas de emprego que Bolsonaro não construirá

    p.s.: após ler o artigo O acordo institucional é a vitória possível?, por Ricardo Cappelli, uma prova irrefutável do quanto a Esquerda no Brasil prossegue completamente perdida.

    1. O Brasil perdeu o bonde da História na Crise de 2008, quando Lula teve a lumpenburguesia na palma de suas mão e poderia tê-la esmagado como o inseto predador que ela sempre foi.

    2. A Ex-querda, associada ao Lulismo, perdeu o bonde da história em 04-MAR-2016, na condução coercitiva de Lula, quando poderia ter incendiado o Brasil, mas preferiu entregar à Direita a oportunidade de acender as chamas nas quais estamos todos sendo devorados.

    —————————————————–

    crise do emprego? desemprego estrutural? “deploráveis” por toda a parte? don’t worry, be happy. Big-Tech já tem a solução: a realidade virtual!

    a Realidade Virtual tornará a vida melhor – ou será apenas o novo ópio das massas?

    25/02/2016

    “Palmer Luckey, fundador da Oculus Rift, e seu CTO (Diretor Chefe de Tecnologia), John Carmack, se referem até mesmo a um “imperativo moral” para tornar a VR (Realidade Virtual) acessível para as massas.

    ‘Todos desejam ser felizes’, como Palmer Luckey gosta de dizer, ‘mas é impossível dar a cada um o que eles desejam’. Entretanto a VR pode prover bilhões de pessoas com versões virtuais de tudo aquilo que para os ricos é garantido.

    No filme ‘O Último Jogador’, o best-seller de 2011 que Spielberg adaptou para o cinema, os pobres vivem em trailers e containers empilhados um sobre os outros, e passam a maior parte de suas vidas miseráveis logados num metaverso denominado de Oásis”

    .

  3. rumo ao abismo

    Nassif,

    Quando se encerra, na base do tapa,o Ministério do Trabalho de um país com mais de 13 milhões de pessoas desempregadas e um universo com mais de 35 milhões de trabalhadores informais a receberem metade daquilo que se paga aos ditos formais, é impossível imaginar qualquer tipo de preocupação com a questão por parte do governo.

    A destruição de toda a rede de proteção social existente já parece ser fato consumado, só falta a coragem da mídia para alertar sobre este holocausto que provocará a desgraça e morte de milhões de pessoas. Como exemplo prático temos o Mais Médicos, que, ao “devolver” os médicos cubanos a partir do nada, deixou cerca de 12 milhões de brazucas sem assistência médica e assim a maioria permanece – e aí, quantos destes milhões morrerão nos próximos dois anos em função da ausência de médico? 

    O grupo de doidos varridos que se encontra no trono não sabe para onde anda, não existe qualquer tipo de liderança, a política econômica permanece oculta ( somente alguns detalhes dantescos da mesma foram apresentados) e, queiram ou não, PGuedes deverá impor a sua vontade a este bando de ministros de conhecimento notoriamente medíocre, pois ninguém será capaz de detonar o ministro inegavelmente inteligente.

    Políticas para Emprego, Educação e tudo o mais serão sucateadas em nome de Deus (???), e todos os índices de desenvolvimento do patropi descerão a ladeira numa velocidade assustadora. Este será o preço pago pela notável burrice da sociedade brasileira, que elegeu de forma legítima um mentecapto da cabeça aos pés para dirigir(rsrsrs) o patropi, já hoje um trem desgovernado rumo ao abismo. 

    Resta uma pergunta, onde está a oposição, será que ela saiu de férias?    

    1. Uma sugestão
      A esquerda deveria assistir o filme ” Batmam o cavaleiro das trevas” e encontrará as suas respostas em uma cena onde o mordomo responde ao Batman como lutar contra o curinga.

  4. Como bem vem alertanto o Rui

    Como bem vem alertanto o Rui C. Pimenta: esse é um governo de guerra contra o povo brasileiro. Seu objetivo é destruir tudo que puder destruir. Só não ve quem não quer.

  5. O amanhã, se houver, revelará

    O amanhã, se houver, revelará que o governo Bolsonaro representou o desejo do apocalipese. Com certeza não há qualquer preocupação com o desemprego, porque o Guedes nem se lembra que existem trabalhadores. A máquina de fazer dinheiro e dívidas ( a máquina que controla o mundo, ver arkx) retirou o humano da equação.

  6. A lógica de qual consumo?

    “A lógica de consumo

    Trata-se de um fantasma que afeta a própria natureza do capitalismo. Capitalismo depende de mercados, que dependem de consumo, que depende de empregos bem remunerados”. – Nassif

     

    O nível de investimento, do qual depende o nível de emprego, é determinado não apenas pela expectativa de demanda, ou seja, pelo consumo, mas também pela taxa de lucro. O problema é que quanto mais elevados os salários dos trabalhadores, menor a taxa de juro do patrão. Em sendo assim, os interesses dos capitalistas de um determinado país é pagar o menor salário possível aos seus empregados, pois quanto mais baixos os salários, menores os custos e mais elevados será a taxa de lucro. Assim, a expectativa de demanda dos produtos e serviços dos capitalistas não se concentra no mercado interno, mas no mercado externo.

    De acordo com o Karl Marx:

    “O mais a produção  capitalista se desenvolve, o mais ela tem que produzir numa escala que não tem nada ver com a demanda imediata mas que depende duma expansão constante do mercado mundial. Ricardo utiliza a afirmação de Say segundo a qual as capitalistas não produzem para o lucro, a mais-valia, mas que produzem valores de uso diretamente para o consumo – para seu próprio consumo. Ele não toma em conta o fato que as mercadorias devem ser convertidas em dinheiro. O consumo dos operários não basta, porque o lucro provem precisamente do fato que o consumo dos operários é inferior ao valor do seu produto e que ele (o lucro) é tão grande como o consumo é relativamente pequeno. O consumo dos próprios capitalistas também é insuficiente”.

     

    O mercado externo para os produtos e commodities brasileiros não vai ter expansão constante sob Bolsonaro, ao contrário, vai ser reduzido. A soja dos EUA vai concorrer com a nossa, as exportações de carne para o Oriente Médio vão diminuir por conta da mudança da Embaixada de Tel Aviv para Jerusalém e o Guedes vai arregaçar as pernas para importação de produtos industrializados, dando o tiro de misericórdia na nossa indústria.

  7. Fundamentalismo religioso e economico

    Perfeita observação Nassif, se os filhos do bozo (menos o Flávio que deve estar no estaleiro Queiroz) ao invés de tanta besteira oral ou ficassem atirando em latas, lessem um pouco mais, observariam que criação de empregos via Sebrae, focados nas pequenas e médias empresas, no consumidor da classe C e D, poderiam criar vários postos de trabalho….Aqui em Fortaleza, num trecho de apenas 4 quarteirões no centro (da rua 24 de maio até a Liberato Barroso) o comércio popular, na maior parte confecção e serviços múltiplos, empregam mais pessoas do que todos os bancos do centro da cidade…..Mas o que interessa são aparições no pé de goiaba e o marxismo cultural….o país da banana, virou o pais das bananada, goiabada e laranjada…nessa salada de fruta, não aparece ningúem para vender, apenas para destruir.

     

  8. Contradições

    Lembrando que o fundamentalismo religioso é contra  as teorias Charles Robert Darwin  da evolução das espécies de onde sobrevivem os aptos e mais fortes.

    ao contrário fundamentalismo econômico, que com o livre mercado e o monetarismo de certa maneira é favorável a teoria da evolução e aperfeiçoamentos  dos mercados econômicos onde sobreviveriam apenas os mais fortes e mais aptos.

    O Brasil historicamente desde do tempo colonial sempre foi o grande extrativista vegetal e mineral, e grande  produtor agropecuário.

    Começamos com o pau-brasil, depois vieram a cana-de-açúcar, a prata, o ouro, o café, e mais recentemente, a soja, milho, celulose, minério de ferro, e bovinos e aves.

    Apesar de permitir uma acumulação de capital viabilizando a instalação da indústrias, o desempenho das exportações da agropecuária e do setor extrativista, acaba sendo o grande algoz de nossa indústria, em função dos impactos na taxa de câmbio diante da implementação das políticas liberais e monetaristas. que agora devem se aprofundar com Paulo Guedes.

    O alinhamento com os EUA deve prejudicar as exportações agropecuária e extrativistas, provocando um choque na taxa de câmbio que em tese favoreceria a nossa indústria, mas além do tempo necessário para retomar as exportações de produtos industriais, o livre mercado e o câmbio flutuante indica que a taxa de câmbio vai se valorizar com a retomada das exportações das indústrias, o que desestimula os investimentos necessários para alavancar a produção industrial.

    Principalmente considerando a significativa queda do mercado interno.

    Bem que poderia ser diferente, com aceitação da evolução e uma religião não tão fundamentalista, 

    e uma economia com o fortalecimento do estado para regular, fiscalizar e intervir nos mercados econômicos e financeiros.

    Mas, é pedir demais.

     

  9. Uma oportunidade que está sendo perdida

    A extração de petróleo e gás nos reservatórios localizados abaixo do pré-sal é onerosa sob quaisquer pontos de vis vista, do tecnológico, econômico e financeiro.]

    Poderia ser uma grande oportunidade em função dos equipamentos necessários, tubos, bombas, válvulas, plataformas, navios, helicópteros, etc.

    Se construídos no Brasil iria proporcionar um novo ciclo de crescimento econômico, gerando emprego e renda.

    Mas com a entrega da exploração do petróleo localizado abaixo da camada do pré-sal para empresas estrangeiras, se perderá um dos principais benefícios, já que os equipamentos, máquinas, navios,plataformas, helicópteros, etc,   serão importados.

    Tudo em nome do livre mercado.

  10. tudo é economiaa, estúpido.
    a

    tudo é economiaa, estúpido.

    a frase do  assessor do clinton serviria pra sintetizar os interesses fundamentalistas brasileiros….

    parece evidente que esses interesses se concentram no desvio da verba pública para a irrracionalidade que os beneficia, em detriemnto da razão criztiva e lógica, exemplo dado da ação da fiocruz….

  11. A incapacidade de pensar além de 280 caracteres e de fake news

    Pensar numa política industrial, pensar numa política de emprego, exige reflexão, entendimento da realidade, capacidade de análise e de discernimento. Não é possível pensar esse tipo de política nos 280 caracteres que o Twitter permite por tuitada, nem por photoshopação de fake news para envio via Whatsapp. Não é possível usar fundamentalismos lacradores para garantir RTs e likes, nem chavões que passam um ar de inteligência a qualquer bobagem.

    Em um governo construído por exploração do medo, fake news e palanque permanente nas redes sociais, o que importa são os axiomas divinos, as verdades absolutas, os fundamentalismos (religiosos, econômicos, geopolíticos); qualquer coisa que não sirva para essas finalidades não serve e tem que ser jogada fora.

    Para o axioma divino de que as pessoas preferem uma carteira de trabalho precária a serem informais, a decisão de retalhar o Ministério do Trabalho, com a maior parte indo pro Posto Ipiranga, mas – crucialmente – jogando os sindicatos de volta a serem questão de polícia, agora sob o Ministério da Repressão de Sérgio Moro, faz todo sentido. E se as pessoas preferirem a informalidade… bem, as pessoas estão erradas porque não aceitaram as migalhas que os empresários, generosamente, deixaram, que morram trabalhando endividadas.

    Para a verdade absoluta de que o ultraliberalismo é o caminho, a verdade e a vida, a decisão de enterrar o MDIC dentro do Posto Ipiranga faz todo sentido, como faz todo sentido manter a união entre o Ministério das Comunicações, que sempre foi um ministério-cartório, com o MCTI, que era um ministério com uma lógica mais próxima da academia e dos centros de pesquisa, no bizarro MCTCI,. E se a indústria e a P&D no Brasil falecerem… bem, nunca deveríamos ter ido contra os desígnios do Deus Neopentecostal e do Deus Mercado de que só deveríamos exportar produtos primários (e pastores picaretas).

    Além disso, os militares muito rapidamente entraram no jogo da irracionalidade; não apenas estão vendendo o que podem a toque de caixa, mas entraram na corrida para ver quem saqueia mais a Viúva.

    O estrago causado pelo governo Temer-Bolsonaro será enorme, incomensurável mesmo.

  12. A cortina de fumaça tóxica da retórica ideológica.

    Quando a economia sob governos petistas começou a dar resultados concretos. Quando o crescimento, e a inclusão, e criação de um mercado interno deram resultados concretos, o campo conservador  se viu acuado. Percebeu que não era falando da economia real que voltariam ao poder. O mensalão  e depois a Lava a Jato, unidos a mídia conseguiu ir aos poucos descolando a economia real e a realidade social substituindo por um palco e um cenário e pela retórica anticorrupção.  Mesmo assim amargaram a derrota momentanea para Dilma.  Mas paralisaram o governo em cima da retórica anticorrupção e da ação deliberada de destruição de quaisquer saidas para responder aos abalos da economia.  Da corrupção a associação do populismo, bolivarianismo comunismo e finalmente os refugiados venezuelanos como evidência da associação disto tudo com os males economicos. Unir isto a um fundamentalismo religioso e moral e associar também as pautas identitárias a tudo isto. Este caldo de bruxas gerou a porção Bolsonaro de um lado e os discursos economicos unidos a moralidade fiscal geraram Guedes.

    E de lá para cá, nada temos de concreto, o país em suspenso e paralisado fica diante de um discurso puramente retórico e ideológico. Bolsonaro era apenas o arauto da virulência retórica e  em cima disto se elegeu. E Bolsonaro continua sendo apenas retórica ideológica, mas agora  com o poder. E assim dirige e parece forçar  o pais a ficar  debatendo apenas as pautas ideológicas. Na mídia figuras como Waack, um ardente defensor do capital, levantava a questão, de que o brasileiro seria muito apegado a questões materiais, mas estaria sendo leniente com os aspectos éticos e morais. Obviamente Waack e quem representa, queriam pautar o debate apenas no campo retórico e ideológico. A cada sucesso da economia, maior o apelo a retórica anti-corrupção.  E nesta mesma senda abriram o caminho para um governo que é pura retórica ideológica. Este governo  com seus assessores e ministros repetem os clichês ideológicos e  acreditam falar da realidade.   O seu chanceler é o maior expoente do descolamento entre realidade e discurso. Bolsonaro delegou a Guedes a economia. E Guedes é pura retórica ideológica  a serviço do mercado, e enganador ou crente,  pensa que a realidade se transforma pela sua retórica   de planilhas e ajuste fiscal.  Mas não se enganem pois Guedes não perde de vista seus próprios investimentos, afinal ideologia pode ser lucrativa.

    Este governo nunca teve nada com a realidade e jamais pensou em políticas que se refiram à realidade social do país. O seu problema é “despetizar”.  Sobre a realidade Bolsonaro disse, “é necessário se fazer políticas que defendam o empresário, que sofre muito neste país” . Isto de novo é pura retórica ideológica que, misturada ao poder , pode nos levar a um descolamento tão grande da realidade cujas consequências não gosto de antever.

    Mas para este governo é central que o debate fique aprisionado neste palco retórico e ideológico que criaram, pois enquanto a peça rola, a caravana de ladrões faz a festa. (Quem ganhou com a venda da EMBRAER, ou com os leilões do pre-sal, ou das futuras privatizaçoes. Quem ganhará com a proposta de capitalização da previdência. A Reforma da Previdência só teria efeito daqui a décadas nas contas publicas, mas ela assim como a saude para todos e educação para todos são péssimos para a ideologia de cada um por cada um.  Quem ganhará com as privatizações de universidades e ou sucateamento das mesmas, a BREducaional ou o grupo Croton? atingir o sistema S, não muda em nada as contas públicas, ou o rendimento das empresas, mas é mais um passo ideológico onde no caso a palavra mágica é fim dos subsídios . Enquanto isto Damares e Araújo nos obrigam a entrar em debates ideológicos intermináveis.  Na Educação o ministro ideológico de Olavo de Carvalho vai favorecer grupos empresariais da educação, enquanto nos obriga a discutir Escola sem partido.

    Mas se o discurso ideológico serve para satisfazer interesses fragmentários de algumas corporações, por outro não configura uma política economica e social para o país. Não teremos um todo definido, pois cada bancada corporativa vai querer seu quinhão.

    A retórica Bolsonariana continua sendo uma cortina de fumaça ideológica e  tóxica, que nos atordoa  e nos turva a visão. Mas a fixaçã na retórica ideológica tem consequências concretas.

    Me parece que é central que a oposição recoloque o mundo real de volta ao centro da discussão.

  13. Hey psit,você da poltrona,ė
    Hey psit,você da poltrona,ė com você mesmo que estou falando.Lembra daquele jargão sujo,velho e mal lavado”Eu era feliz e não sabia”.Pois ė.Já já ele estara de volta.O mais hilário.Pela tela da Vênus Latrinada,que só agora deu fé que não tem café no bule.

    1. A QUEM INTERESSAR POSSA:Não

      A QUEM INTERESSAR POSSA:Não me refiro aos Governos de Michelllllllllllll Temer,em verdade um “capo”,oriundo de CAPONE,tampouco o de Dilma Rousesef,uma cabeça de vento.Na proxima,eu desenho.

  14. O teatrologo Ze Celso
    O teatrologo Ze Celso Martinez afirmou peremptoriamente que esse governo não tem pé nem cabeça.Discordo frontalmente.Acho que ele não tem nem cabeça nem pé.Ora meu,dá no mesmo.Ah é né.Tente plantar bananeira pra ver no que vai dar.

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