Banco Central já injetou US$ 15 bi para conter alta do dólar

Cotação vem subindo com a busca por proteção em um cenário de instabilidade; BC já sinalizou que usará todos os instrumentos disponíveis para conter alta

Jornal GGN – O Banco Central já injetou US$ 15,245 bilhões no mercado cambial apenas no mês de março para tentar contar a escalada do dólar.

A autoridade monetária tem usado uma série de mecanismos para garantir que não falte moeda no mercado, chegando a atuar nas mesas de negociação durante os momentos de estresse que levaram a moeda norte-americana a bater o recorde de R$ 5 nesta semana.

Segundo informações do jornal O Estado de São Paulo, a cotação do dólar vem subindo em meio à busca dos investidores por ativos de proteção diante do avanço da pandemia de coronavírus pelo mundo e o impacto da doença sobre a economia global.

Além disso, os países produtores de petróleo entraram em uma disputa que levou à forte queda no preço internacional do barril no começo do mês. Por fim, no Brasil, o cenário político conturbado em torno do orçamento impositivo tem servido de estímulo para um dólar ainda mais caro.

Em evento realizado em São Paulo nesta semana, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, já havia adiantado que instituição utilizaria todo o arsenal de medidas para agir no mercado de câmbio, mas não quis antecipar os volumes que o BC pode desembolsar para corrigir as disfuncionalidades do mercado de câmbio.

Redação

11 Comentários

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  1. Segurar o câmbio, dentre as medidas macroeconômicas, sem amparo estrutural em um plano geral para a economia, frente à crise, é enxugar gelo com reservas. O mundo prepara-se, na medida do possível, para enfrentar a crise, enquanto isso, por aqui não há o menor indício de preparação e muito menos um plano.
    Senão, comparemos:
    1 – Bruxelas tomou uma série de medidas coordenadas entre elas a flexibilização das metas fiscais dos países membros;
    2 – Irá promover a injeção de liquidez para socorrer as pequenas e médias empresas e as midcaps em dificuldades com a transferência de 1bn de euros do orçamento comum como garantia para o Fundo Europeu de Investimentos o que deverá sustentar créditos bancários no valor de 8bn de euros para mais de 100.000 estabelecimentos, também, destinados a refinanciar débitos vencidos e não liquidados
    3 – Será feito um esforço conjunto e coordenado para a procura e aquisição de equipamentos e suprimentos médicos
    4 – Serão aplicados outros 37bn de euros em programa denominado Iniciativa de Investimento de Resposta ao Coronavirus para combate aos efeitos da crises, formados por 8bn de pré-financiamentos não utilizados em projetos estruturais, os quais a CE não exigirá que sejam reembolsados este anos, mais 29bn que virão da antecipação de recursos ainda não alocados nos programas de coesão 2014-2020 e da contribuição dos países-membros
    5 – Além disso a Comissão acelerará a preparação da proposta legislativa para um regime europeu de resseguro de desemprego, destinado a apoiar os trabalhadores empregados e proteger aqueles que perderam o emprego
    6 – O ministro da Fazenda da Alemanha anunciou o lançamento, com recursos do Tesouro, de uma linha de crédito público de 500bn de euros destinada às empresas alemãs;
    7 – O governo francês irá assegurar, também com recursos do orçamento, o salário dos trabalhadores que percam emprego ou que tenham redução de proventos em razão da crise.

    Por aqui, o que há além de medidas paliativas focadas na área de saúde, assistimos o anúncio de “medidas de contenção” – por vezes ridículas e/ou não viáveis de por-se em prática – visando a aglomeração e o tráfego de pessoas, enquanto vemos o ministro da pasta da Fazenda, em mais um “caco”, anunciando que estamos bem, o sistema bancário nacional está imune.
    Além da incompetência em lidar com a crise, a ausência de visão ampla do cenário e seus desdobramentos, mostra uma profunda ignorância da dinâmica de funcionamento e do entrelaçamento dos distintos setores da economia. Nem mereceria comentário, mas em nome do argumento que completa a afirmação, deixemos claro que ele acha que bancos são cofres do Tio Patinhas. Trancados e isolados do resto do mundo, guardando uma fortuna em ouro que não desvaloriza, nem sofre riscos sistêmicos. Fica lá, intocada. Será que ele não imagina que algo como 35% dos ativos dos grandes bancos estão em aplicações de crédito ao público e as empresas? Será que ele não dá-se conta que outros cerca de 40% estão em títulos do mercado aberto, ações e derivativos? Ora, vamos.
    E o presidente da República, longe de qualquer possibilidade de contribuição, ha léguas de qualquer resquício de liderança, condição imprescindível para condução dos assuntos nacionais e superação de crises, parece mais preocupado em encontrar desculpas para evitar o vexame de ver ruas vazias no ato atentatório contra o estado democrático de direito que ele mesmo convocou.
    Estamos sem ninguém ao timão, sem piloto, nem navegador e com as velas batendo em meio á tempestade. Se não naufragarmos eu voltarei a acreditar em Deus e que ele é brasileiro.

  2. Tem que parar de usar swaps cambiais e vender dólares da Reservas Cambiais.
    Por dois motivos, primeiro esse é comportamento de manada, tem que sair da frente e de pois recolher, senão é atropelado, parece óbvio.

    O segundo é que na fuga de capitais, os atiivos estão em reais, ou seja quanto maior a taxa de câmbio menor a quantidade de dólares a serem comprados, por exemplo se vende um ativo por R$ 1 milhão, como US$ 200 mil dólares com a taxa de câmbio a R$ 5,00 e US$ 100 mil com a taxa de câmbio a R$ 10,00, também é mio óbvio.

    O que o BC está fazendo é ajudar especulador(nacional e estrangeiro) do carry trade.

    1. Não me leve anal, sou leigo. Salvo engano li por aqui, o Guedes também acha que nós estamos com as reservas muito altas, 200 bi seriam suficientes. Trazendo (ou queimando?) a diferença, quais as consequências ?

      1. não entendi.
        De qualquer maneira.
        Queimando é vender dólar no estouro da manada. além de precisar muitos mais dólares que o necessário, receberá muito menos reais, que por lei tem que serem usados no resgate de títulos públicos.

        Trazendo seria esperar o estouro da boiada, o BC tem várias ferramentas para monitorar a posição dos ativos dos estrangeiros e dos nacionais com com contas no exterior, e iniciar a venda de dólares e manter uma estabilidade na taxa de câmbio.

        Consequência,
        Primeiro autoridade, se ficar montado nas Reservas Cambiais, apenas observando inibirá os especuladores, já que quanto maior a taxa de câmbio, maior o valor em reais da Reservas cambiais. A R$ 5,00 US$ 350 bilhões das Reservas Cambias valem R$ 1,75 trilhões, 31,5% da dívida pública bruta, coma taxa de câmbio a R$ 10,00 as reservas cambiais valem R$ 3,5 trilhões, 63% da dívida bruta.
        Nas próximas crises os especuladores pensariam varias vezes antes de peitar o BC. e os demais agentes econômicos devedores e credores em dólares, exportadores e importadores ficariam mais contidos.
        O BC poderia emprestar dólares para os devedores com direito de recompra para quando a taxa de Câmbio estabilizar.
        E o contrário se o BC sair correndo para ajudar especulador de carry trade, toda vez que houver uma crise de liquidez por qualquer que seja o motivo, vai ter correria sem o BC ter qualquer autoridade

        O Segundo é que trazendo o lucro das operações do BC seriam bem maiores em Reais, o que diminuiria significativamente a dívida publica bruta e líquida.

        Uma taxa de câmbio ao redor de R$ 5,00 e uma dívida pública menor, aumentaria a capacidade de exportação e de substituição de parte da importações, de aumentar o investimento público, gerando emprego e renda.

        1. O BC poderia emprestar dólares com direito de recompra.para os devedores de moeda estrangeira, para serem recomprados quando a taxa de Câmbio estabilizar.

      2. A dívida de curto prazo do setor privado, fora as multinacionais, é de cerca de US$ 20 bilhões, uma linha de empréstimo de dólares com direito de recompra resolve.

  3. Esse governo se arregaça não é só para os milicianos; ele tb se arregaça para os doleiros, liberando; de uma só tacada, 15 bilhões de dólares, cerca de 45 bilhões de reais no câmbio médio desses dias de pânico generalizado, mas liberou só 5 bilhões de reais para combater o covid-19 e tá chorando de barriga cheia por causa de 20 bilhões de reais que serão destinados a idosos e deficientes com rendas mensais irrisórias, a fim de não deixá-los morrer à mingua

    Enquanto isso, o ídolo dele, CovidTrump20, liberou 50 bilhoes de dolares para enfrentar o pirimpimpim, que ele contraiu ou levou para os EUA na sua come tiva, seus beroferos

  4. É o jacaré de boca aberta………no butim também estavam as reservas …era apenas questão de tempo e oportunidade……
    Quem foi mercado financeiro abutre será contra? Qual economista midiático vendido será contra?
    A escumalha ouve o sinistro falar em cortes em plena emergência sanitária e fica quieta……e ouve um sinistro da saúde arrogante dar-lhes patadas e fica de orelha baixa…….
    E o pateta-mor dá bananas ao povo……
    Ontem, um já foi ……… caminho livre. ….

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