Biden e Bolsonaro podem reeditar tensões vistas entre Carter e Geisel

Democrata bateu de frente com ditadura militar brasileira em defesa dos direitos humanos; de forma geral, EUA perseguem “portas abertas” aos seus negócios

Estados Unidos 07 11 2020-Joe Biden e Kamala Harris presidente eleito e vice presidenta dos Estados Unidos. Foto: twitter Kamala Harris

Jornal GGN – Os Estados Unidos adotam uma política de “portas abertas” aos seus negócios desde o final do século 19 e, no caso do Brasil, pode-se dizer que a relação dos governos democratas norte-americanos com o país foi marcada pelo multilateralismo, controle de empréstimos, protecionismo, direitos humanos e defesa da democracia, mas na versão do Departamento de Estado, sempre associada à abertura comercial.

Esse conceito foi aprofundado nos anos 30 dentro do Brasil, mas estremeceu durante a ditadura militar no país. Como explica o jornal O Estado de São Paulo, isso ocorreu quando o democrata Jimmy Carter assumiu a presidência no país no lugar do republicano Gerald Ford. Na ocasião, ele passou a pressionar a ditadura brasileira com denúncias de violação de direitos humanos.

Por conta disso, ele ameaçou retirar o apoio norte-americano a empréstimos internacionais, como um financiamento de US$ 80 milhões junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Na ocasião, o Palácio do Planalto apelou ao princípio de não interferência em assuntos internos.

Na última campanha eleitoral, Joe Biden criticou abertamente o desmatamento da Amazônia, o que surpreendeu o governo de Jair Bolsonaro, abertamente aliado ao republicano Donald Trump.

 

 

Leia Também
Bolsonaro segue em silêncio após vitória de Biden
Biden começa a planejar reversão de políticas de Trump
Por que cortaram Trump na TV?, por Marcelo Uchôa
Quem comemora a derrota de Trump deve buscar entendê-la, por Flavio Lobo
As Eleições Americanas e seus Desdobramentos
Redação

5 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Mais do que votar no democrata, uma parte significativa votaram contra o atual presidente.

    Muitos nem participavam das eleições, por não verem muitas diferenças entre democratas e republicanos.

    Este movimento pode provocar uma mudança nos republicanos, para evitar futuras derrotas no legislativo, principalmente no senado e nas eleições de governadores.

    Já que este movimento contra O atual presidente, pode persistir nas próximas eleições

    1. Lembremos que Geisel foi a melhor passagem da história da Diplomacia Brasileira e defesa dos Interesses Nacionais. Tentem sair da Doutrinação Esquerdopata. Geisel se aproxima de vários países socialistas, faz intercâmbios e negócios industriais com países comunistas e dá um salto tecnológico tanto industrial quanto militar. Pragmatismo.

  2. Uau…e fez um efeito danado. Que o digam Herzog, JK (morto em 76) e Jango (idem).
    Hu-hum.
    Basta lembrar que o golpe de 2016 nasceu com a NSA-PRISM de Obama, e no lawfare dentro dos seus Departamentos de Estado e de Justiça.
    E fica outra questão mais rude:
    Quem são os EUA para questionar políticas de DH de alguém, ou ambiental ou outra qualquer?
    Este complexo interminável de vira-latas.
    Agora esperamos que (GI)JOE possa nos redimir.
    Arf.

  3. Geisel fez parte dos ditadores que execramos.
    Mas, sim, a interferência de Carter teve muito a ver com seus interesses comerciais pois nosso projeto nuclear, que envolvia a westhinhouse, no governo Ernesto Geisel sofreu uma mudança de orientação com a criação da Nuclebrás e com a assinatura do acordo nuclear com a Alemanha em 1975.
    Mas as prioridades adotadas por Biden em seu programa de transição contém pontos que, se realmente cumpridos, serão fatores de uma transformação mundial positiva.

  4. Não acredito num enfretamento por parte de Bolsonaro e seu governo ao novo mandatário de lá.

    A gente tem de parar de pensa que ele tem essa força toda para fazer esse enfrentamento.

    Os militares fizeram esse enfretamento porque estavam coesos na defesa da ditadura e tinham um projeto, uma coesão que não existe nesse governo, que nem projeto de curto, médio e longo prazo tem.

    Haverá, por certo uma tentativa de resistência as primeira pressões, mas se o Biden bater o pé com firmeza junto com a UE ele enfia o rabo entre as pernas rapidinho.

    É um governo de covardes, que latem muito, principalmente contra pequenos e tinha a proteção do genocida de lá, agora que essa proteção acabou eles eles vão buscar guarida com quem, com Putin, com Xí que até ontem menosprezou?

    Estão no mato sem cachorro e nem gato tem para caçar.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador