Bolsa cai 1,34%, no aguardo do referendo britânico

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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No câmbio, cotação do dólar cai 0,83%, a R$ 3,378 na venda

Jornal GGN – A bolsa brasileira fechou uma sequência de cinco altas consecutivas e terminou o dia em queda, com os investidores procurando alternativas mais seguras às vésperas da votação do referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) encerrou as operações em queda de 1,34%, aos 50.156 pontos e com um volume negociado de R$ 6,522 bilhões. Com isso, a bolsa acumula valorização de 3,48% no mês e de 15,70% no ano.

“Na véspera do referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia, os mercados internacionais abriram com otimismo, também apoiados pela alta do petróleo. Entretanto os ventos mudaram de direção depois da divulgação dos estoques de

petróleo nos Estados Unidos na semana passada, pelo Departamento de Energia”, diz a corretora BB Investimentos, em relatório. Embora o documento tenha mostrado uma queda de 917 mil barris no estoques em 18 de junho, o número ficou abaixo das expectativas dos analistas, que esperavam um recuo de 1,6 milhão de barris. O preço da commodity passou a cair – ao fim do dia, o contrato futuro do petróleo tipo Brent para agosto fechou em queda de 1,46%, a US$ 49,88/barril na ICE (Londres).

Outro evento considerado negativo para os mercados foi a divulgação de duas pesquisas mostrando indecisão dos britânicos sobre a saída do Reino Unido da União Europeia. Uma das pesquisas mostrou 43% de votos pró-Brexit, contra 41% dos que defendem a permanência do país no bloco. Mais cedo, outra pesquisa mostrou resultado parecido, com 45% das intenções de voto à favor do Brexit e 44% pela permanência. Na Europa, as onde a segunda pesquisa ainda não havia sido divulgada no momento dos fechamentos, as principais bolsas fecharam com ligeira alta. Nos Estados Unidos, o movimento foi amplamente absorvido e as bolsas fecharam em território negativo.

Na Bovespa, a maioria das ações operaram no azul logo após a abertura, apoiadas pelo otimismo que vinha do exterior, porém passaram a cair com forca depois do relatório de estoques de petróleo e das pesquisas de opinião do Reino Unido. “No índice, as principais quedas foram de empresas exportadoras (efeito Real forte) e do setor de consumo cíclico, em movimento de realização de lucros depois da alta no pregão de ontem”, diz a corretora.  Em termos acionários, as ações ordinárias da Petrobras (PETR3)  perderam 2,43%, a R$ 11,65, e os papéis preferenciais (PETR4) caíram 1,99%, a R$ 9,34. Os papéis foram afetados pela queda dos preços do petróleo no exterior.  Já as ações ordinárias da Vale (VALE3) avançaram 1,6%, a R$ 15,85, enquanto as ações preferenciais (VALE5) ganharam 2,49%, a R$ 12,75. Os papéis da mineradora foram influenciados pela alta dos preços do aço e do minério de ferro.

No câmbio, a cotação do dólar comercial caiu 0,83%, chegando a R$ 3,378 na venda. Com isso, o dólar acumula desvalorização de 6,49% no mês e de 14,44% no ano.

Os investidores adotaram um posicionamento mais cauteloso devido à votação do referendo no Reino Unido. Existe o temor de que a saída do país da União Europeia venha a afetar a economia global, o que levou os investidores a adotarem um posicionamento mais cauteloso.

No Brasil, o debate ficou em torno da estratégia a ser adotada pelo Banco Central, que não realizou intervenções no mercado mesmo com a possibilidade de impacto do dólar mais baixo sobre as exportações.

Além dos resultados do referendo no Reino Unido, os agentes aguardam a publicação do IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) no Brasil; índice PMI (índice dos gerentes de compras, na sigla em inglês) na Alemanha e na zona do euro; pedidos de seguro-desemprego, de atividade, vendas de imóveis e o PMI da indústria de transformação nos Estados Unidos.

 

 

(com Reuters)

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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