Jornal GGN – A sede de poder do presidente Jair Bolsonaro tem feito com que ele desvincule seu nome de propostas que venham a afrontar a população ou repercutir de maneira negativa, como forma de aproveitar a recente melhora na popularidade e por sua pretensão em se reeleger em 2022.
Um sinal claro de que Bolsonaro está disposto a desagradar quem quer que seja para manter a boa imagem foi visto na última semana, quando o presidente criticou abertamente o Ministério da Economia por sugerir o corte de benefícios da população pobre para viabilizar o programa Renda Brasil, além de se mostrar favorável ao afrouxamento da tributação a templos e igrejas.
Por conta do impacto gerado, Bolsonaro acabou por transferir a responsabilidade ao Congresso Nacional, liberando o senador Márcio Bittar (MDB-AC), relator do Orçamento para 2021, para preparar um novo programa de transferência de renda e provocou os parlamentares a darem a última palavra sobre o perdão das dívidas de instituições religiosas.
Parlamentares ouvidos pelo jornal Correio Braziliense veem o comportamento do presidente com ceticismo, entendendo que Bolsonaro está disposto a fazer o que for para seguir na presidência até 2026, embora não tenha finalizado nem a primeira metade do mandato. Já cientistas políticos criticam a postura contrária do presidente ante sua equipe, entendendo que Bolsonaro não tem autoridade suficiente para ser comunicado sobre as decisões tomadas.