Bolsonaro e o que a psicologia diz dos que se dizem principalmente heteros

Eles podem ter desejos de encontros sexuais furtivos com um “amigo” ou se veem admirando intensamente os bíceps de um ator pornô, mas isso não diminui seu amor pelas esposas e namoradas, nem por mulheres em geral.

Jair Bolsonaro em seu live de ontem

Hoje 1 empresário começou a falar das qualidades de 1 presidente: honesto, trabalhador… Falou tanta coisa, faltou falar aqui. Eu falei: ‘hétero’. Passou a ser qualidade agora ”

O tema é relevante porque condiciona muitas atitudes de Bolsonaro que interferem diretamente no exercício da presidência.

Do Vice

O que significa quando um cara diz que é “principalmente hétero”

(…) Um pesquisador norte-americano explica como homens que gostam de mulheres podem ter uma identidade não totalmente heterossexual.

(…) Os homens que povoam o livro de Ritch C. Savin-Williams Mostly Straight: Sexual Fluidity Among Men , lançado mês passado pela Harvard University Press, são – honestamente, verdadeiramente – atraídos por mulheres. Eles podem ter desejos de encontros sexuais furtivos com um “amigo” ou se veem admirando intensamente os bíceps de um ator pornô, mas isso não diminui seu amor pelas esposas e namoradas, nem por mulheres em geral.

(…) A frase de Hutcherson inspirou o título do livro de Savin-Williams, no qual ele reúne entrevistas com 40 homens que se dizem “principalmente héteros” para entender sua relação de sexualidade com o mesmo sexo e como eles analisam seus desejos. Para a consternação eterna de homens que se identificam como gays, os principalmente héteros geralmente não estão interessados em relações de longo prazo com pessoas do mesmo sexo, escreve Savin-Williams, mas eles não têm vergonha de seus desejos, e muitos não só se sentem confortáveis com a cultura gay mas até “encantados” por ela.

VICE: O que te levou a estudar homens “principalmente héteros”?
Ritch C. Savin-Williams: Geralmente caras hétero são bem chatos, mas quando comecei a entrevistá-los usando os mesmos protocolos que usava com caras gays, apareceu que alguns sentiam atração pelo mesmo sexo – e que esses homens eram incrivelmente complexos. No começo meio que diminui esses caras, mas aí entrevistei o personagem principal do meu livro, Dylan, que já foi goleiro de hóquei, e ele era tão convincente que percebi que tinha algo acontecendo ali. Revisei tudo que sabia sobre “os Kinsey”, homens que se desviam só um pouco do espectro exclusivamente hétero. Era quase se como seu status como principalmente héteros os encorajasse a ver seu desenvolvimento e perceber: “Meu Deus, eu tinha um crush naquele cara”. Ou “Beijei mesmo aquele garoto, e foi divertido. Eu gostei”.

Luis Nassif

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