Publicada originalmente em 6/8/2020
Jornal GGN – “Nós temos 7 milhões e 700 mil famílias sem casa. (…) Esse drama coexiste com o fato de a gente ter 7 milhões e 900 mil imóveis abandonados no Brasil. Olha que loucura, nós temos mais casa sem gente, do que gente sem casa”, afirmou Guilherme Boulos, coordenador do MTST e candidato este ano à Prefeitura de São Paulo pelo PSOL, em chapa com Luiza Erundina.
O cenário sobre a habitação no Brasil foi exposto pela liderança da esquerda em entrevista ao vivo ao jornalista Luis Nassif, na série Refundação da TV GGN, desta quarta-feira (05). Boulos lembrou que o problema estende a lógica de investimento em programa habitacional.
“Historicamente os programas habitacionais não deram conta, porque eram baseados no crédito. São programas de uma lógica bancária. Então é um financiamento habitacional, mais facilitado, mais popular, mas exige que quem entre seja sujeito de crédito. E gera e amplia a especulação imobiliária. É a financeirização da moradia. Trata a moradia como ativo financeiro e exclui a enorme maioria. Lembrando 92% do défict habitacional brasileiro são famílias que ganham menos de 3 salários mínimos”, destacou.
Entre as políticas defendidas, está a da construção da que considera ser a “minimamente civilizada”, destoando do que chama de políticas de “barbárie” e “atraso”. Que inclui a desapropriação dos imóveis abandonados e ociosos, em política que está garantida pela legislação brasileira, e investimento na política de habitação popular, que pode incluir o modelo de locação social, que concede à população o direito de posse e não o direito de propriedade, evitando assim o repasse dos imóveis novamente ao círculo da especulação imobiliária.
Assista à entrevista completa:
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